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Venezuela acusa EUA de roubo após confisco de aeronave presidencial

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Governo venezuelano condena apreensão de avião na República Dominicana.

O governo da Venezuela denunciou nesta sexta-feira (7) o que classificou como “roubo descarado” de uma aeronave oficial do país, apreendida na República Dominicana a mando dos Estados Unidos. O incidente ocorreu durante visita do secretário de Estado americano, Marco Rubio, ao país caribenho. Em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, Caracas acusou Rubio de ter ordenado pessoalmente o confisco do avião Dassault Falcon 2000EX, pertencente à estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), que estava estacionado no Aeroporto Internacional La Isabela. A nota oficial venezuelana afirma que o governo “tomará todas as medidas necessárias” para exigir a devolução imediata da aeronave, classificando a ação como uma violação flagrante do direito internacional.

O episódio marca uma nova escalada nas já tensas relações entre Washington e Caracas, que há anos enfrentam um impasse diplomático. As autoridades venezuelanas acusaram Marco Rubio, conhecido por sua postura linha-dura contra o governo de Nicolás Maduro, de usar sua posição para “saquear e despojar” a Venezuela de seus bens. O comunicado descreve o secretário de Estado americano como “um delinquente disfarçado de político” e o acusa de transformar seu “ódio pela Venezuela” em ações criminosas internacionais. A apreensão do avião ocorre em um contexto de sanções econômicas impostas pelos EUA à Venezuela, que incluem restrições ao setor petrolífero do país sul-americano, principal fonte de receitas do governo Maduro.

Este não é um caso isolado de confisco de aeronaves venezuelanas. Em setembro de 2024, durante a administração do ex-presidente Joe Biden, outro avião oficial da Venezuela, um modelo Dassault Falcon 900EX, foi apreendido também na República Dominicana e posteriormente transferido para o estado da Flórida. As autoridades americanas alegaram na época que a aeronave havia sido adquirida “ilegalmente” por US$ 13 milhões através de uma empresa de fachada. Além disso, em junho de 2022, um Boeing 747 de propriedade conjunta venezuelana-iraniana foi retido na Argentina e posteriormente destruído nos Estados Unidos em janeiro de 2024, ação que Caracas igualmente classificou como “roubo”. Esses incidentes sucessivos têm alimentado a narrativa do governo venezuelano de que está sendo alvo de uma campanha sistemática de assédio econômico e diplomático por parte dos Estados Unidos.

A apreensão da aeronave na República Dominicana levanta questões sobre a legalidade e as implicações diplomáticas de tais ações. Analistas internacionais apontam que esse tipo de confisco pode ser visto como uma forma de pressão econômica e política, mas também corre o risco de ser interpretado como uma violação da soberania de estados. O governo venezuelano já sinalizou que levará o caso a fóruns internacionais, argumentando que se trata de uma violação do direito internacional e das normas diplomáticas. A comunidade internacional observa atentamente o desenrolar desses eventos, que podem ter repercussões nas relações entre os países da região e na estabilidade política do Caribe e da América do Sul. Enquanto isso, o governo dos Estados Unidos mantém sua posição de que as ações são parte de um esforço legítimo para combater atividades ilícitas e fazer cumprir sanções internacionais contra o regime de Maduro.

Tensões diplomáticas se intensificam na região

O incidente do avião confiscado adiciona mais um capítulo às complexas relações entre Estados Unidos e Venezuela, prometendo gerar novos debates sobre a eficácia e a legitimidade das sanções internacionais. À medida que a situação se desenvolve, observadores internacionais aguardam para ver como esse novo episódio afetará o equilíbrio geopolítico na América Latina e quais serão as próximas movimentações diplomáticas de ambos os lados neste intrincado tabuleiro político.