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Ucrânia aceita cessar-fogo proposto pelos EUA em negociações

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Ucrânia aceita proposta de cessar-fogo dos EUA e aguarda resposta russa.

Negociações avançam rumo à trégua no conflito.

O governo da Ucrânia concordou nesta terça-feira (11) com uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo imediato de 30 dias no conflito com a Rússia, que já dura mais de três anos. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, após intensas negociações realizadas na Arábia Saudita entre delegações dos dois países. Segundo Rubio, a proposta prevê uma trégua total e imediata por 30 dias, que poderá ser estendida mediante acordo mútuo entre as partes envolvidas. No entanto, a efetivação do cessar-fogo ainda depende da aceitação e implementação por parte da Rússia, que até o momento não se manifestou oficialmente sobre a proposta. O plano de paz elaborado por Washington busca criar condições para negociações mais amplas visando encerrar definitivamente o conflito no leste europeu.

As conversações na Arábia Saudita duraram mais de oito horas e resultaram em uma declaração conjunta dos EUA e da Ucrânia, na qual Kiev se compromete a aceitar a proposta americana de cessar-fogo e a tomar medidas para restaurar uma paz duradoura após a invasão russa iniciada em 2022. Em contrapartida, os Estados Unidos se comprometeram a retomar imediatamente o compartilhamento de inteligência e a assistência militar à Ucrânia, que haviam sido suspensos na semana passada após desentendimentos entre os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky. A retomada da ajuda americana é vista como crucial para fortalecer a posição ucraniana nas negociações. Rubio afirmou que “a bola agora está do lado russo” e que Washington comunicará a proposta a Moscou nos próximos dias, esperando uma resposta positiva do Kremlin para viabilizar o cessar-fogo.

Apesar do avanço nas negociações, permanecem divergências significativas entre as partes envolvidas. A Ucrânia insiste em obter garantias de segurança dos aliados ocidentais antes de concordar com uma trégua total, temendo que a pausa nos combates possa ser aproveitada pela Rússia para reagrupar suas forças. Kiev propõe inicialmente uma suspensão apenas dos ataques aéreos e marítimos como gesto de confiança. Já os Estados Unidos sugerem que a Ucrânia faça mais concessões, incluindo a possibilidade de ceder territórios ocupados pela Rússia, ideia que agrada a Moscou mas é vista com resistência por setores do governo ucraniano. O Kremlin, por sua vez, afirma ser contra a ideia de um cessar-fogo temporário e exige “compromissos firmes sobre um acordo final”. A complexidade das posições evidencia os desafios para se chegar a um entendimento definitivo, mesmo com a aceitação ucraniana da proposta inicial americana.

O anúncio do possível cessar-fogo ocorre em um momento de escalada nas ações militares, com a Ucrânia realizando na véspera seu maior ataque com drones contra a capital russa desde o início do conflito. O ataque deixou três mortos nos arredores de Moscou e reforçou a urgência de se buscar uma solução negociada. Nos próximos dias, espera-se que representantes americanos viajem a Moscou para apresentar diretamente aos russos os termos da proposta de trégua. A comunidade internacional acompanha com atenção os desdobramentos, na expectativa de que o cessar-fogo possa abrir caminho para negociações mais amplas visando encerrar definitivamente as hostilidades no leste europeu. No entanto, analistas alertam que o caminho para uma paz duradoura ainda é longo e repleto de obstáculos, dada a complexidade dos interesses geopolíticos em jogo na região.

Perspectivas para o processo de paz na Ucrânia

A aceitação ucraniana da proposta de cessar-fogo americana representa um passo importante, mas ainda inicial, no esforço para encerrar o conflito no leste europeu. Os próximos dias serão cruciais para determinar se a Rússia estará disposta a aderir à trégua e sob quais condições. Caso o cessar-fogo se concretize, abrirá espaço para negociações mais amplas sobre questões territoriais, garantias de segurança e a futura relação entre os países envolvidos. No entanto, o caminho para uma paz definitiva permanece incerto e dependente de complexas articulações diplomáticas. A comunidade internacional, especialmente os aliados ocidentais da Ucrânia, terá papel fundamental em pressionar por uma solução negociada e oferecer as garantias necessárias para viabilizar um acordo. O desfecho das atuais tratativas poderá redefinir não apenas o futuro da Ucrânia, mas também o equilíbrio geopolítico na Europa Oriental nos próximos anos.