Trump se irrita com meme viral TACO e rebate repórter durante coletiva na Casa Branca

Expressão ‘Trump sempre amarela’ viraliza nos EUA.
Presidente americano perde a calma ao ser questionado sobre acrônimo que sugere recuos em políticas tarifárias.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, protagonizou um momento de visível irritação durante uma coletiva de imprensa realizada na Sala Oval da Casa Branca na última quarta-feira (28), quando foi confrontado por uma repórter sobre o acrônimo “TACO” que se tornou viral nas redes sociais e em Wall Street. A sigla, que significa “Trump Always Chickens Out” (Trump sempre amarela), foi criada pelo colunista do Financial Times, Robert Armstrong, e rapidamente se espalhou pela internet, tornando-se um meme popular que zomba da tendência do presidente em recuar de suas políticas tarifárias após anunciá-las com grande alarde. O termo, que ganhou notoriedade entre investidores e analistas de mercado, sugere um padrão de comportamento no qual Trump anuncia tarifas severas contra países, especialmente China e nações da União Europeia, para depois adiar prazos, reduzir percentuais ou simplesmente voltar atrás nas taxas inicialmente propostas, causando oscilações nos mercados financeiros globais.
A estratégia apelidada de “TACO trade” tem sido adotada por investidores que compram ações a preços mais baixos logo após Trump anunciar novas tarifas ou aumentá-las, para depois lucrar quando os mercados se recuperam no momento em que o presidente adia ou recua dessas medidas. Este padrão foi particularmente observado nas recentes decisões de Trump de reduzir as tarifas sobre produtos chineses por 90 dias e adiar o prazo para imposição de tarifas de 50% sobre países da União Europeia até 9 de julho. Quando questionado sobre essa percepção de recuo, Trump demonstrou clara irritação, classificando a pergunta como “desagradável” e defendendo veementemente suas políticas comerciais. “Eu amarelo? Não é legal isso? Nunca ouvi isso antes”, respondeu o presidente, visivelmente contrariado, antes de justificar suas decisões sobre as tarifas. “Você chama isso de amarelar?”, questionou Trump, cada vez mais agitado com o assunto. O presidente ainda argumentou que suas ações na verdade ajudaram a China, que estaria enfrentando grandes dificuldades devido às altas tarifas anteriormente impostas: “Acho que realmente ajudamos a China tremendamente porque eles estavam tendo grandes dificuldades, pois estávamos basicamente cortando relações com a China. Não estávamos fazendo negócios por causa das tarifas, porque eram muito altas. Mas eu sabia disso”. Ao final, em tom incisivo, Trump ordenou à jornalista: “Nunca mais diga o que você disse. Essa é uma pergunta desagradável.”
As tarifas anunciadas por Trump em abril, em um evento que ele chamou de “Dia da Libertação”, representaram uma reviravolta nas políticas comerciais americanas das últimas décadas, causando disrupção no comércio global e deixando os mercados de ações em estado de constante flutuação. No entanto, a legalidade dessas medidas está atualmente em incerteza jurídica, após um painel de três juízes do Tribunal de Comércio Internacional dos EUA decidir que Trump extrapolou sua autoridade ao invocar a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977 para declarar emergência nacional e justificar as tarifas globais. A administração Trump apelou da decisão na quinta-feira (29), e o tribunal adiou temporariamente a ordem dos juízes, estabelecendo um cronograma de apresentações que vai até 9 de junho. Enquanto isso, nas redes sociais, o acrônimo “TACO” ganhou vida própria, com usuários criando memes e piadas sobre o temperamento presidencial e sua aparente tendência a recuar de posições firmes após anunciá-las com grande estridência. A reação exaltada de Trump ao ser confrontado com o termo apenas intensificou sua disseminação, com hashtags relacionadas se tornando tendência em plataformas como TikTok e Instagram. A organização NextGen America chegou a publicar em suas redes sociais que “o caos econômico de Trump afeta a vida cotidiana”, mas que por enquanto, os internautas estão aproveitando os memes de “TACO Thursday”, já que “a internet está tendo um dia de campo” com o assunto.
A repercussão do episódio “TACO” ilustra como a comunicação presidencial e as políticas econômicas de Trump continuam gerando ondas de reação tanto nos mercados financeiros quanto na cultura popular. Analistas econômicos apontam que essa volatilidade nas decisões tarifárias cria um ambiente de negócios imprevisível, afetando planejamentos de longo prazo para empresas e investidores. Por outro lado, defensores da administração argumentam que a flexibilidade demonstrada por Trump nas negociações comerciais é uma tática deliberada para obter concessões de parceiros comerciais sem necessariamente implementar as medidas mais severas. As próximas semanas serão cruciais para determinar o futuro das políticas tarifárias americanas, especialmente com a aproximação do prazo de 9 de junho para as apresentações no Tribunal de Comércio Internacional e a data limite de 9 de julho para as tarifas sobre a União Europeia. Enquanto isso, o termo “TACO” provavelmente permanecerá no vocabulário político e financeiro americano como um símbolo da era Trump, caracterizada por anúncios grandiosos seguidos de ajustes pragmáticos. Para os mercados financeiros, o padrão identificado no “TACO trade” continuará sendo monitorado de perto, já que representa tanto riscos quanto oportunidades para investidores que conseguem antecipar os ciclos de decisão do presidente. E para Trump, o incidente serve como lembrete do poder da internet e da mídia em criar e popularizar narrativas que podem desafiar até mesmo a retórica presidencial mais assertiva.
Memes virais amplificam impacto político das decisões econômicas de Trump
A rápida disseminação do acrônimo “TACO” demonstra como a cultura digital contemporânea pode transformar questões econômicas complexas em conteúdo viral, influenciando não apenas a percepção pública sobre políticas governamentais, mas também afetando diretamente os mercados financeiros. Com a aproximação das próximas decisões sobre tarifas e o andamento dos processos judiciais relacionados, tanto analistas econômicos quanto cidadãos comuns estarão atentos para ver se o padrão descrito pelo “TACO trade” se confirmará novamente, reforçando a imagem presidencial capturada pelo meme ou estabelecendo um novo precedente nas relações comerciais internacionais dos Estados Unidos.