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Trump impõe sanções severas contra compradores de petróleo iraniano

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Trump: Compra de petróleo iraniano precisa parar e fala em sanções a compradores.

Medidas de pressão máxima retornam à política externa americana.

O governo dos Estados Unidos intensificou sua pressão econômica contra o Irã com o anúncio de novas sanções direcionadas a qualquer país ou empresa que adquira petróleo ou produtos petroquímicos iranianos. Em declaração contundente publicada em sua plataforma Truth Social na quinta-feira (1), o presidente Donald Trump ordenou que “todas as compras de petróleo ou produtos petroquímicos iranianos devem cessar agora”, advertindo que qualquer entidade que descumpra esta determinação estará “imediatamente sujeita a sanções secundárias” e não poderá realizar negócios com os Estados Unidos sob nenhuma circunstância. A medida representa uma escalada significativa na política de “pressão máxima” contra o regime de Teerã, estratégia que marcou o primeiro mandato de Trump e que agora retorna com força renovada, apesar das recentes negociações bilaterais sobre o programa nuclear iraniano. Esta nova rodada de sanções surge apenas um dia após o Departamento de Estado americano ter anunciado, na quarta-feira (30), penalidades contra sete empresas envolvidas na comercialização de petróleo iraniano, incluindo quatro companhias sediadas nos Emirados Árabes Unidos, uma na Turquia e duas empresas de transporte marítimo, todas acusadas de violar as restrições comerciais impostas ao Irã.

A estratégia de asfixia econômica do Irã através do bloqueio de sua principal fonte de receita externa ocorre em um momento particularmente delicado das relações entre Washington e Teerã. Na semana passada, representantes dos dois países haviam realizado conversas em Roma, com o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, expressando otimismo quanto à possibilidade de um novo acordo sobre o controverso programa nuclear iraniano. O Irã busca alívio das amplas sanções impostas por Trump durante seu primeiro mandato, quando o republicano retirou unilateralmente os Estados Unidos do acordo nuclear de 2015, apesar de observadores internacionais confirmarem que Teerã cumpria suas obrigações. Em retaliação ao colapso do acordo, o Irã aumentou significativamente suas reservas de materiais radioativos e elevou o enriquecimento de urânio para 60%, muito além do limite de 3,67% estabelecido pelo pacto original e perigosamente próximo dos 90% necessários para a fabricação de armas nucleares. As novas medidas punitivas também ocorrem pouco depois do Departamento do Tesouro americano ter imposto, em meados de abril, sanções específicas contra refinarias chinesas que adquiriram petróleo iraniano, incluindo a refinaria independente Shandong Shengxing Chemical, acusada de comprar mais de US$ 1 bilhão em petróleo bruto do Irã. Na ocasião, o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, advertiu que “qualquer refinaria, empresa ou corretor que opte por comprar petróleo iraniano ou facilitar o comércio de petróleo do Irã se coloca em sério risco”.

A escalada na política sancionatória coincide com um aumento nas tensões militares na região do Oriente Médio, evidenciado pela advertência feita na quarta-feira pelo secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, que ameaçou o regime iraniano em razão de seu apoio aos rebeldes houthi do Iêmen, alvos de ataques aéreos americanos após lançarem mísseis no Mar Vermelho em solidariedade aos palestinos. “Vocês sabem muito bem do que as Forças Armadas dos Estados Unidos são capazes, e foram avisados. Pagarão as consequências no momento e lugar que escolhermos”, escreveu Hegseth em suas redes sociais, sinalizando uma postura mais agressiva da administração Trump em relação aos aliados regionais do Irã. Analistas internacionais interpretam a nova ofensiva econômica americana como parte de uma estratégia mais ampla que visa isolar completamente o Irã do sistema financeiro global, reduzindo sua capacidade de financiar grupos aliados como Hezbollah, Hamas e os houthis do Iêmen. A China tem sido o principal comprador do petróleo iraniano nos últimos anos, em desafio às restrições americanas, o que explica o foco recente em refinarias chinesas. Os Estados Unidos argumentam que as receitas petrolíferas permitem que o regime iraniano financie o que Washington classifica como “atividades desestabilizadoras” na região, incluindo apoio a grupos que o governo americano considera terroristas, justificativa apresentada pelo secretário de Estado Marco Rubio ao anunciar as sanções anteriores.

As autoridades iranianas já reagiram às novas medidas, afirmando que “não mudarão” sua política apesar da pressão americana, indicando um potencial impasse diplomático que pode comprometer as negociações sobre o programa nuclear. Especialistas em geopolítica do Oriente Médio avaliam que o endurecimento da postura americana pode estar relacionado também às preocupações com um possível ataque israelense às instalações nucleares iranianas, cenário que a administração Trump aparentemente deseja evitar, preferindo a via da pressão econômica. As implicações econômicas globais dessas sanções são significativas, pois afetam não apenas o Irã, mas também parceiros comerciais importantes como China e Turquia, podendo causar flutuações no mercado internacional de petróleo. Enquanto isso, o cenário para as novas rodadas de negociações programadas entre Washington e Teerã torna-se ainda mais incerto, com o Irã exigindo alívio das sanções como pré-condição para qualquer avanço nas discussões sobre seu programa nuclear, enquanto os Estados Unidos demandam primeiro o fim das atividades de enriquecimento de urânio e apoio a grupos militantes regionais. A estratégia de “sanções secundárias” – que penaliza terceiros por fazer negócios com o país sancionado – representa uma das ferramentas mais poderosas da política externa americana, capaz de isolar economicamente não apenas o Irã, mas qualquer nação que desafie as determinações de Washington, demonstrando a disposição da administração Trump em utilizar o poder econômico americano como instrumento de coerção diplomática.

Impactos das sanções na economia global e perspectivas de negociação

As novas medidas punitivas contra o setor petrolífero iraniano representam um desafio significativo para a economia global, especialmente para países que dependem da importação de petróleo iraniano a preços competitivos. Enquanto Washington intensifica sua campanha de “pressão máxima”, observadores internacionais questionam se esta estratégia conseguirá forçar mudanças na política iraniana ou apenas fortalecerá posições mais radicais em Teerã. A China, como principal compradora atual do petróleo iraniano, enfrenta agora uma difícil escolha entre manter seu acesso ao mercado americano ou continuar importando energia a preços vantajosos do Irã, enquanto o regime iraniano busca alternativas para contornar as sanções através de redes comerciais clandestinas. Apesar do cenário desafiador, fontes diplomáticas indicam que canais de comunicação entre Washington e Teerã permanecem abertos, sugerindo que, apesar da retórica dura e das novas sanções, ambos os lados ainda consideram a possibilidade de um acordo que permita o alívio das restrições econômicas em troca de limites verificáveis ao programa nuclear iraniano.

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