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Trump anuncia acordos bilionários com Emirados Árabes que incluem compromisso de US$ 14,5 bilhões entre Etihad, Boeing e GE

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Trump conclui viagem ao Golfo com acordos de IA e energia nos Emirados Árabes Unidos.

Presidente americano revela pacote de investimentos que totaliza mais de US$ 200 bilhões.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quinta-feira (15) a concretização de acordos comerciais bilionários entre os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos, que totalizam mais de US$ 200 bilhões em diversos setores estratégicos. Entre os principais destaques está um expressivo compromisso no valor de US$ 14,5 bilhões estabelecido entre a companhia aérea Etihad Airways e as gigantes americanas Boeing e GE Aerospace. De acordo com informações divulgadas pela Casa Branca, este acordo específico prevê a aquisição de 28 aeronaves Boeing de última geração, incluindo modelos 787 e 777X, todas equipadas com motores fabricados pela GE. O anúncio ocorreu durante a visita oficial de Trump a Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, onde o mandatário americano tem promovido uma intensa agenda de negociações comerciais com líderes da região do Golfo Pérsico. A iniciativa se insere em um contexto mais amplo da política externa americana, que busca fortalecer laços econômicos com parceiros estratégicos no Oriente Médio, impulsionando a indústria de manufatura nos Estados Unidos e gerando novas oportunidades de exportação para empresas americanas.

Este novo compromisso representa uma significativa expansão nos planos de crescimento da Etihad Airways, que atualmente opera uma frota de aproximadamente 100 aeronaves e tem manifestado ambiciosas metas de crescimento para os próximos anos. O presidente-executivo da companhia aérea, Antonoaldo Neves, havia anunciado no mês passado a intenção de adicionar entre 20 e 22 novas aeronaves à frota ainda em 2025, como parte de uma estratégia mais ampla que visa expandir sua capacidade operacional para mais de 170 aviões até 2030. Este movimento está alinhado com os objetivos de diversificação econômica de Abu Dhabi, reduzindo gradualmente sua dependência das receitas provenientes do setor petrolífero. A Etihad, controlada pelo fundo soberano ADQ de Abu Dhabi, que administra ativos avaliados em aproximadamente US$ 225 bilhões, passou por um extenso processo de reestruturação nos últimos anos, incluindo mudanças significativas em sua administração. Sob a liderança de Neves, a companhia tem apresentado sinais consistentes de expansão, demonstrando uma recuperação positiva após um período desafiador. Além das aeronaves Boeing previstas no acordo anunciado por Trump, o plano de expansão da Etihad para 2025 contempla também a incorporação de dez unidades do modelo Airbus A321LR, que a companhia oficialmente apresentou na última segunda-feira e começará a operar em sua malha a partir de agosto, além de seis aeronaves Airbus A350 e quatro Boeing 787.

Os acordos firmados entre os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos abrangem diversos outros setores estratégicos além da aviação comercial. A Casa Branca destacou que a principal parte dos compromissos envolve o setor de óleo e gás, com contratos que somam aproximadamente US$ 60 bilhões, fortalecendo a cooperação bilateral em um setor tradicionalmente relevante para ambas as nações. Empresas americanas de grande porte como ExxonMobil e Occidental Petroleum estabelecerão parcerias com a estatal ADNOC dos Emirados Árabes em projetos conjuntos neste segmento. Outro investimento significativo anunciado foi o da Emirates Global Aluminum, que destinará US$ 4 bilhões para a construção de uma nova fundição de alumínio em Oklahoma, representando a primeira instalação deste tipo a ser construída em território americano nas últimas quatro décadas. Adicionalmente, foram firmados acordos em setores tecnológicos de ponta, incluindo um centro de engenharia da Qualcomm focado em inteligência artificial, um projeto nuclear da Holtec em Michigan avaliado em US$ 10 bilhões, além de iniciativas em cibersegurança e computação em nuvem lideradas pela Amazon Web Services. Estes novos contratos se somam ao compromisso previamente anunciado pelos Emirados Árabes Unidos de investir aproximadamente US$ 1,4 trilhão nos Estados Unidos ao longo dos próximos dez anos, direcionados a setores como infraestrutura de inteligência artificial, desenvolvimento de semicondutores, biotecnologia e projetos energéticos, conforme acordado em março deste ano durante encontro entre o presidente americano e o assessor de segurança nacional dos Emirados Árabes, Sheikh Tahnoon bin Zayed Al Nahyan.

O êxito diplomático e comercial de Trump no Oriente Médio ocorre em um momento estratégico para sua administração, que busca consolidar a posição dos Estados Unidos como parceiro preferencial para investimentos de nações do Golfo Pérsico. Na quarta-feira (14), durante etapa anterior de sua viagem de Estado, o presidente americano já havia presenciado a Boeing fechando seu maior contrato de aviões de fuselagem larga da história, quando a Qatar Airways formalizou pedidos firmes para aquisição de 160 aeronaves e opções de compra para outras 50 unidades, totalizando um investimento de aproximadamente US$ 96 bilhões, segundo informações divulgadas pela Casa Branca. Com os novos acordos anunciados, o total de investimentos obtidos pela atual administração americana na região do Golfo supera a marca de US$ 2 trilhões. Em comunicado oficial, a Casa Branca destacou o ritmo acelerado com que Trump tem conseguido atrair investimentos estrangeiros para a economia americana, comparando seu desempenho com o do governo anterior, liderado pelo democrata Joe Biden: “Enquanto o presidente Biden levou quase quatro anos para garantir US$ 1 trilhão, o presidente Trump alcançou isso em seu primeiro mês”. Paralelamente às negociações comerciais, Trump anunciou nesta sexta-feira (16) que sua administração definirá, nas próximas duas a três semanas, novas tarifas a serem aplicadas aos parceiros comerciais dos Estados Unidos, indicando que o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o secretário de Comércio, Howard Lutnick, enviarão notificações formalizando quanto “eles terão que pagar para fazer negócios nos Estados Unidos”. Esta medida sinaliza a continuidade de uma política comercial assertiva, característica de sua administração, que busca reequilibrar as relações comerciais internacionais em favor da indústria americana.

Impacto econômico e perspectivas para relações comerciais

Os acordos bilionários firmados entre Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos representam um marco significativo nas relações comerciais entre as duas nações e prometem gerar impactos positivos para a economia americana, especialmente nos setores de manufatura avançada e tecnologia. Com foco na geração de empregos e fortalecimento da indústria nacional, a administração Trump sinaliza uma estratégia clara de atração de investimentos estrangeiros diretos para impulsionar o crescimento econômico interno. A cooperação entre Etihad Airways, Boeing e GE Aerospace, em particular, reforça a posição de liderança dos Estados Unidos no setor aeroespacial global, garantindo uma carteira de pedidos robusta para as próximas décadas e consolidando importantes cadeias produtivas estratégicas em território americano. As perspectivas futuras indicam que este pode ser apenas o primeiro passo de uma série de acordos similares com outras nações do Golfo Pérsico, estabelecendo um novo padrão para as relações econômicas entre os Estados Unidos e parceiros do Oriente Médio, fundamentadas em investimentos mútuos de longo prazo e cooperação tecnológica em setores de fronteira.