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Temer critica falta de credibilidade do governo Lula e propõe semipresidencialismo

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Ex-presidente defende novo sistema para evitar impeachments.

O ex-presidente Michel Temer (MDB) fez duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025, apontando uma suposta falta de credibilidade da atual gestão. Em entrevista concedida a jornalistas em São Paulo, Temer defendeu a adoção do sistema semipresidencialista no Brasil como forma de evitar novos processos de impeachment e garantir maior estabilidade política ao país. O emedebista argumentou que o modelo atual tem se mostrado frágil e propenso a crises institucionais, citando os recentes episódios de instabilidade política vividos nos últimos anos.

Temer comparou a situação atual do governo Lula com seu próprio mandato presidencial, afirmando que sua gestão contava com maior “unidade” e “apoio do Congresso Nacional”. O ex-presidente ressaltou que a falta de uma base parlamentar sólida tem dificultado a governabilidade e a aprovação de medidas importantes para o país. Segundo Temer, o semipresidencialismo poderia ser uma solução para esse impasse, uma vez que permitiria a formação de coalizões mais estáveis no Parlamento e reduziria o risco de paralisias decisórias. O político também argumentou que o novo sistema evitaria o trauma institucional causado por processos de impeachment, que têm se tornado recorrentes na história recente do Brasil.

A proposta de Temer para a adoção do semipresidencialismo prevê a manutenção do cargo de presidente da República, eleito pelo voto direto, mas com poderes reduzidos em comparação ao sistema atual. Nesse modelo, haveria também a figura de um primeiro-ministro, escolhido pelo Parlamento, responsável pela condução do governo e pela articulação política com o Legislativo. O ex-presidente argumenta que essa divisão de funções permitiria uma melhor distribuição do poder e evitaria a concentração excessiva de atribuições nas mãos do chefe do Executivo. Além disso, Temer defende que o semipresidencialismo tornaria mais fácil a resolução de crises políticas, uma vez que o primeiro-ministro poderia ser substituído sem a necessidade de interromper o mandato presidencial.

As declarações de Temer reacenderam o debate sobre a reforma do sistema político brasileiro, tema que tem ganhado força nos últimos anos diante das sucessivas crises institucionais enfrentadas pelo país. Enquanto defensores do semipresidencialismo argumentam que o modelo traria maior estabilidade e eficiência governamental, críticos apontam que a mudança poderia enfraquecer a participação popular na escolha dos governantes e aumentar o poder das elites políticas. O governo Lula, por sua vez, ainda não se manifestou oficialmente sobre a proposta de Temer, mas aliados do presidente têm se mostrado contrários à ideia, defendendo a manutenção do presidencialismo como garantia da soberania popular expressa nas urnas.

Debate sobre reforma política deve se intensificar nos próximos meses

A discussão sobre a possível adoção do semipresidencialismo no Brasil promete ganhar força nos próximos meses, com a expectativa de que o tema seja debatido no Congresso Nacional ainda este ano. Enquanto isso, o governo Lula enfrenta o desafio de construir uma base parlamentar sólida para aprovar suas propostas e garantir a governabilidade, em um cenário político ainda marcado por polarizações e disputas acirradas entre diferentes grupos políticos.