Taxa de desemprego no Brasil sobe para 6,8% em fevereiro

Aumento do desemprego acompanhado de recordes no mercado de trabalho.
A taxa de desemprego no Brasil atingiu 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro de 2025, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este resultado representa um aumento de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, quando o índice estava em 6,1%, o menor nível já registrado na série histórica iniciada em 2012. Apesar da elevação na taxa de desocupação, o mercado de trabalho brasileiro apresentou alguns indicadores positivos significativos. O rendimento médio dos trabalhadores alcançou um novo recorde, chegando a R$ 3.378, enquanto o número de pessoas empregadas com carteira assinada atingiu a marca histórica de 39,6 milhões, o maior contingente já registrado desde o início da série histórica em 2012. Esses dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que monitora regularmente as flutuações e a evolução do mercado de trabalho brasileiro.
O aumento na taxa de desemprego pode ser atribuído a diversos fatores econômicos e sazonais que influenciam o mercado de trabalho no início do ano. Tradicionalmente, o primeiro trimestre apresenta uma elevação na busca por emprego, em parte devido ao término de contratos temporários do final do ano anterior e à entrada de novos participantes na força de trabalho. Apesar do crescimento no desemprego, é importante contextualizar que a situação atual ainda representa uma melhora significativa em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a taxa de desocupação estava em 7,8%. Esta redução de 1 ponto percentual em um ano demonstra uma tendência de recuperação gradual do mercado de trabalho brasileiro, mesmo diante dos desafios econômicos enfrentados pelo país. A população em busca de trabalho atualmente é de 7,5 milhões de pessoas, um aumento de 10,4% (ou 701 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior, mas ainda 12,5% menor (1,1 milhão de pessoas a menos) do que no mesmo período de 2024.
Os dados divulgados pelo IBGE revelam um cenário complexo e multifacetado do mercado de trabalho brasileiro. Enquanto o desemprego apresentou alta, outros indicadores importantes mostraram evolução positiva. O número recorde de trabalhadores com carteira assinada, por exemplo, indica uma formalização crescente das relações de trabalho, o que geralmente está associado a maior estabilidade e acesso a benefícios trabalhistas. O aumento no rendimento médio dos trabalhadores, atingindo R$ 3.378, representa um crescimento de 1,3% no trimestre e 3,6% em relação ao ano anterior, superando inclusive a inflação do período. Isso se reflete na massa salarial total, que alcançou R$ 342 bilhões, outro recorde histórico. A taxa de informalidade também apresentou queda, passando de 38,7% para 38,1% da população ocupada, o que pode indicar uma melhora na qualidade dos empregos gerados. Esses dados positivos sugerem que, apesar do aumento na taxa de desemprego, o mercado de trabalho brasileiro continua em processo de recuperação e reestruturação, com tendências de formalização e aumento de renda.
As perspectivas para o mercado de trabalho brasileiro nos próximos meses permanecem incertas, mas com potencial de melhora gradual. A continuidade da recuperação econômica, aliada a políticas de estímulo ao emprego e à formação profissional, pode contribuir para a absorção do contingente de desempregados. O desafio será manter o ritmo de criação de empregos formais e o aumento da renda média, fatores cruciais para sustentar o crescimento econômico e melhorar a qualidade de vida da população. A evolução dos indicadores nos próximos trimestres será fundamental para avaliar se o aumento recente na taxa de desemprego foi um fenômeno sazonal ou se representa uma tendência de longo prazo. De qualquer forma, o cenário atual, com recordes de trabalhadores formais e de rendimento médio, sugere uma base sólida para enfrentar os desafios futuros do mercado de trabalho brasileiro, demandando atenção contínua das autoridades econômicas e formuladores de políticas públicas para manter e ampliar os ganhos observados.
Desafios e oportunidades para o mercado de trabalho brasileiro
O aumento da taxa de desemprego para 6,8% em fevereiro de 2025, embora represente um desafio, ocorre em um contexto de transformação e modernização do mercado de trabalho brasileiro. Os recordes alcançados em termos de formalização e rendimento médio dos trabalhadores indicam uma base robusta para o enfrentamento dos obstáculos econômicos. A continuidade de políticas de qualificação profissional, incentivo à inovação e apoio ao empreendedorismo será crucial para sustentar a trajetória de melhoria dos indicadores laborais. O monitoramento constante das tendências de emprego e a adaptação ágil às mudanças tecnológicas e estruturais da economia global serão determinantes para o sucesso do Brasil na criação de oportunidades de trabalho dignas e bem remuneradas para sua população nos próximos anos.