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Tarifas de Trump podem encarecer celulares no Brasil

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Tarifas de Trump podem encarecer celulares no Brasil

Imposto sobre chips fabricados em Taiwan pode chegar a 100%

O plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas extras sobre chips fabricados em Taiwan pode pressionar os preços de celulares em todo o mundo, incluindo o Brasil. Segundo informações divulgadas, a TSMC, maior fabricante global de semicondutores, já prevê um aumento de até 15% no custo de produção dos componentes para compensar os impactos da nova política comercial americana. Inicialmente, cogitava-se que as tarifas ficariam entre 5% e 25%, mas declarações recentes do presidente Donald Trump sugerem que a taxação pode chegar a 100%. O impacto recairia diretamente sobre empresas como Qualcomm e Apple, que dependem da TSMC para fabricar seus chips mais avançados.

A medida faz parte de uma estratégia mais ampla do governo Trump para pressionar a produção de componentes eletrônicos nos Estados Unidos. O presidente americano argumenta que a fabricação de chips avançados deve acontecer em solo americano por questões de segurança nacional e competitividade econômica. No entanto, essa mudança também elevaria os custos de produção, já que a fabricação de semicondutores nos EUA é mais cara do que na Ásia. A TSMC, ciente dessa pressão, já está construindo novas fábricas no Arizona, com planos de produzir chips de 4 nanômetros no país. Mesmo assim, a transição completa levaria anos e não resolveria a questão dos custos no curto prazo.

Para o mercado brasileiro, o impacto pode ser significativo. Os dispositivos Android, que utilizam majoritariamente chips da Qualcomm, representam 81% do mercado nacional, enquanto o iOS da Apple, que usa semicondutores próprios, responde por 18%. Se o custo de produção subir, a tendência é que as fabricantes repassem parte desse reajuste ao consumidor final, encarecendo smartphones globalmente, inclusive no Brasil. Além disso, a medida pode afetar toda a cadeia de suprimentos da indústria eletrônica, desde fabricantes de componentes até montadoras de aparelhos, potencialmente causando atrasos na produção e lançamento de novos modelos. Analistas do setor estimam que o aumento nos preços dos celulares pode variar de 5% a 20%, dependendo do modelo e da estratégia de cada fabricante para absorver ou repassar os custos adicionais.

A expectativa é que a regulamentação das novas tarifas seja oficializada em breve, conforme indicado por Trump. É o início de um período de incerteza para a indústria de tecnologia global, com possíveis desdobramentos nas relações comerciais entre Estados Unidos, Taiwan e China. Para o consumidor brasileiro, isso pode significar não apenas celulares mais caros, mas também uma possível redução na variedade de modelos disponíveis no mercado, caso algumas empresas decidam limitar sua oferta em mercados considerados menos prioritários. As empresas do setor e os governos envolvidos agora correm contra o tempo para buscar alternativas e mitigar os impactos dessa medida, que promete redesenhar o cenário da indústria de semicondutores e eletrônicos nos próximos anos.

Setor tecnológico busca alternativas diante de nova realidade comercial

Enquanto a indústria global de tecnologia se prepara para os desafios impostos pelas novas tarifas, empresas e governos buscam soluções para manter a competitividade e evitar um aumento excessivo nos preços para o consumidor final. O Brasil, como importante mercado consumidor de eletrônicos, pode se ver diante da necessidade de reavaliar suas próprias políticas de importação e incentivos à produção local de componentes. A situação reforça a importância de investimentos em pesquisa e desenvolvimento no setor de semicondutores, não apenas nos Estados Unidos, mas em escala global, para reduzir a dependência de poucos fornecedores e criar uma cadeia de suprimentos mais resiliente a choques geopolíticos e econômicos.