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Tarcísio afirma em Nova York que direita brasileira não existe sem Bolsonaro

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Governador paulista participa da Brazil Week e evita discutir eleições de 2026.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou durante sua participação na Brazil Week, em Nova York, Estados Unidos, que “não existe direita sem Bolsonaro” no cenário político brasileiro. A afirmação foi feita na segunda-feira (12) durante evento do grupo Esfera, que reúne lideranças dos setores público e privado. Questionado pelo jornal Metrópoles sobre a possibilidade de uma direita sem a figura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador foi enfático em sua resposta negativa. Tarcísio, que tem sido apontado como potencial candidato à Presidência em 2026, aproveitou a ocasião para desviar de especulações eleitorais, enfatizando que o momento ainda é prematuro para tais discussões. “Está muito longe. A gente não tem de falar em eleição agora, tem de falar em entrega. Está muito cedo, falta um ano e meio para a eleição. O que temos de pensar agora é em entregar resultados”, afirmou o governador durante o evento que tem atraído expressivo apoio de empresários e CEOs, muitos dos quais já o tratam como potencial candidato ao Palácio do Planalto, apesar de sua relutância em abordar diretamente o assunto.

A declaração de Tarcísio sobre a centralidade de Bolsonaro para a direita brasileira ocorre em um contexto político específico, sendo interpretada como uma reação direta às recentes manifestações do ex-presidente Michel Temer (MDB). No domingo (11), Temer defendeu publicamente uma articulação entre governadores do campo da direita em torno de uma candidatura única para disputar as eleições presidenciais de 2026, sugerindo a possibilidade de um cenário político em que a oposição se organize sem depender necessariamente da figura de Bolsonaro, que está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além de Tarcísio, outros governadores são frequentemente mencionados como potenciais candidatos à presidência em 2026, incluindo Ratinho Junior (PSD) do Paraná, Ronaldo Caiado (União Brasil) de Goiás, e Romeu Zema (Novo) de Minas Gerais. Recentemente, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que deixou o PSDB para se filiar ao PSD, também manifestou estar à disposição de seu partido para eventuais articulações políticas futuras. Temer, em suas declarações, sugeriu que uma multiplicidade de candidaturas no campo da direita poderia beneficiar o atual governo federal, defendendo uma convergência estratégica. “Eu vejo, em conversas que tive com alguns governadores, que eles estão muito dispostos a algo desta natureza. Não serão cinco que sairão. De fato, sob um critério palpável e objetivo, se saírem cinco de um lado e um único do outro, é claro que este único do outro terá uma vantagem extraordinária”, argumentou o ex-presidente.

Embora Tarcísio tenha evitado comentar diretamente a proposta de Temer, sua afirmação sobre a indissociabilidade entre a direita brasileira e a figura de Bolsonaro revela as complexas dinâmicas de poder e influência dentro do campo conservador nacional. Nos bastidores políticos, informações indicam que o próprio Bolsonaro tem expressado certa ambivalência quanto ao futuro eleitoral, relatando a aliados estar dividido entre apoiar uma potencial candidatura da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) ou endossar o nome do governador paulista para a corrida presidencial. Apesar de sua inelegibilidade formal, em declarações públicas, o ex-presidente continua afirmando que será candidato em 2026, mantendo sua base eleitoral mobilizada e preservando seu capital político. Durante sua participação no evento em Nova York, Tarcísio também abordou outros temas relevantes para seu governo e para o debate político nacional, posicionando-se favoravelmente à classificação do crime organizado como terrorismo, tema que voltou à pauta após recente reunião entre representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública brasileiro e do governo Trump. “Sou a favor de tratar o crime organizado como grupo terrorista”, afirmou o governador, divergindo da posição oficial do governo federal, que argumenta que tal classificação não encontraria amparo na legislação brasileira vigente. A presença de Tarcísio em Nova York tem sido marcada não apenas por suas declarações políticas, mas também por encontros com empresários e investidores, nos quais o governador tem sido saudado como uma liderança emergente no cenário político brasileiro.

A participação do governador paulista na Brazil Week ocorre em um momento estratégico para sua projeção política nacional e internacional, consolidando sua imagem como gestor e potencial candidato, mesmo enquanto oficialmente evita discussões eleitorais. A postura de Tarcísio ilustra o delicado equilíbrio que figuras políticas associadas ao bolsonarismo buscam manter, reafirmando sua lealdade ao ex-presidente enquanto gradualmente constroem suas próprias narrativas e bases de apoio. O cenário político para 2026 permanece incerto, com diversos atores posicionando-se para uma eventual disputa que ainda está distante temporalmente, mas já mobiliza articulações e estratégias. A afirmação categórica de que “não existe direita sem Bolsonaro” pode ser interpretada tanto como um gesto de lealdade política quanto como um reconhecimento pragmático da ainda forte influência do ex-presidente sobre o eleitorado conservador brasileiro. Para analistas políticos, o próximo ano e meio será crucial para definir os contornos das alianças e rivalidades que marcarão o processo eleitoral de 2026, com governadores como Tarcísio assumindo papéis cada vez mais proeminentes no debate nacional. Enquanto isso, o governador paulista mantém seu foco declarado na gestão estadual e na entrega de resultados, estratégia que pode fortalecer sua posição como alternativa viável para a direita brasileira, caso se confirme o impedimento definitivo da candidatura de Bolsonaro.

Brasil Week serve como vitrine para potenciais candidatos a 2026

A Brazil Week em Nova York tem se consolidado como um importante espaço de articulação política e empresarial, permitindo que figuras como Tarcísio de Freitas ampliem suas redes de contatos internacionais e fortaleçam suas imagens como lideranças capazes de dialogar com o mercado global. O evento, que reúne empresários, investidores e autoridades políticas, funciona como uma vitrine para potenciais candidatos às próximas eleições presidenciais, mesmo quando estes, como o governador paulista, evitam declarações explícitas sobre ambições eleitorais. A presença de Tarcísio, recebendo apoio político de CEOs e empresários influentes, demonstra que, a despeito de suas declarações sobre ser prematuro discutir eleições, o processo de construção de candidaturas para 2026 já está em curso nos bastidores do poder. A afirmação sobre a centralidade de Bolsonaro para a direita brasileira, aliada à defesa de posições alinhadas ao pensamento conservador, como o tratamento do crime organizado como terrorismo, sinaliza que, independentemente do desenrolar judicial que definirá a situação eleitoral do ex-presidente, sua influência ideológica e política continuará sendo determinante para a configuração das forças conservadoras no Brasil nos próximos ciclos eleitorais.

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