Supermercados recorrem ao Exército para atrair jovens e enfrentar escassez

Supermercados recorrem ao Exército para atrair jovens devido à crise de mão de obra.
Setor supermercadista intensifica parcerias para enfrentar escassez de funcionários.
Supermercados em todo o Brasil vivem um dos momentos mais desafiadores da história recente, recorrendo até mesmo ao Exército para tentar reverter a crescente escassez de mão de obra que assola o setor. Segundo um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, divulgado em março de 2025, cerca de 8 em cada 10 cargos essenciais permanecem vagos, prejudicando o funcionamento das lojas e pressionando gestores a buscar soluções inovadoras. Faced com a dificuldade de atrair jovens para funções operacionais, redes supermercadistas têm estabelecido parcerias inéditas com instituições militares, promovendo campanhas de divulgação de vagas e ações de recrutamento em bases e centros de formação militar. O objetivo dessas iniciativas é aproximar o público jovem do mercado de trabalho, aproveitando o perfil disciplinado e a busca por estabilidade que os militares frequentemente demonstram, e assim amenizar o impacto da falta de profissionais no varejo alimentar. Essa movimentação ocorre em um contexto onde a escassez de trabalhadores ameaça o abastecimento de produtos e a qualidade do atendimento ao consumidor em diversos pontos do país.
A problemática da falta de profissionais nos supermercados não é recente, mas atingiu níveis críticos em 2025, impulsionada por mudanças no perfil dos trabalhadores, transformações tecnológicas e aumento da informalidade. Dados da CNC indicam que aproximadamente 70% da força de trabalho do ramo é composta por funções operacionais, cuja rotatividade é alta e a atratividade salarial, muitas vezes, não compete com outras opções do mercado. Entre os cargos mais afetados estão operadores de caixa, repositores e auxiliares de limpeza, cujas vagas permanecem abertas por longos períodos. As redes passaram a intensificar buscas por soluções junto a entidades civis e instituições como o Exército, que recentemente abriu concursos para mais de 100 vagas em diversas áreas, segundo comunicado oficial divulgado no início do ano, com salários acima de 1700 euros para algumas funções. A estratégia de cooperação com órgãos militares visa não só suprir a demanda imediata de mão de obra, mas também oferecer formação profissional e novas oportunidades de carreira para jovens que buscam o primeiro emprego ou desejam mudar de área. Como resultado, empresas observam um leve aumento no número de interessados e apostam que o engajamento de perfis militares pode contribuir para um ambiente mais disciplinado e eficiente nas operações diárias das lojas.
No médio prazo, a presença de jovens egressos do Exército ou em busca de experiências civis e profissionais no setor supermercadista pode redefinir o perfil dos trabalhadores do ramo, trazendo benefícios diretos para as empresas e para a sociedade. O potencial de absorver jovens com formação militar, acostumados à rotina de disciplina e trabalho em equipe, tem sido apontado como diferencial competitivo pelas redes, que enfrentam concorrência acirrada por talentos em diversas áreas do comércio e serviços. Além disso, a colaboração com instituições militares favorece a promoção de incentivos como cursos de capacitação, acesso a benefícios sociais e remuneração compatível com o mercado, fatores que aumentam o interesse dos candidatos. Experiências recentes mostram também que a busca por novos públicos e a diversificação das estratégias de recrutamento podem ser fundamentais para reverter o quadro de escassez, evitando colapsos logísticos, redução da oferta de produtos e prejuízos aos consumidores. Especialistas ressaltam que parte do desafio está em valorizar as ocupações de base, investir em condições de trabalho mais atrativas e aproveitar as vantagens competitivas de um público jovem e motivado.
Desafios persistem e soluções inovadoras são caminho para o setor supermercadista
Mesmo com o avanço das parcerias e iniciativas de recrutamento envolvendo o Exército e outras instituições, os desafios para o setor supermercadista seguirão exigindo criatividade e adaptação. O aumento da automação, a necessidade de capacitação contínua e a competitividade de outros segmentos do mercado de trabalho continuarão pressionando as empresas a reinventar suas abordagens. No entanto, as experiências recentes demonstram que investir em formação profissional, fortalecer vínculos com entidades militares e oferecer incentivos atraentes para o público jovem se mostra como caminho viável para mitigar a escassez de mão de obra. Para os próximos anos, a perspectiva é de que o setor supermercadista intensifique ainda mais as ações de cooperação e crie novos modelos de contratação capazes de responder às demandas do mercado e às expectativas dos trabalhadores. O sucesso dessas iniciativas dependerá, principalmente, da capacidade de transformar desafios em oportunidades, garantindo a sustentabilidade do setor e ampliando as opções de emprego para as novas gerações.
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