Silvia Abravanel defende ‘estilo Silvio Santos’ no SBT

Silvia Abravanel expõe opiniões sobre direção e inovação.

Silvia Abravanel, apresentadora e filha de Silvio Santos, voltou a ganhar os holofotes ao expor discordâncias com a direção do SBT sob o comando da irmã, Daniela Beyruti. A entrevista, concedida ao Programa Flávio Ricco no final de abril, trouxe à tona críticas contundentes ao atual momento da emissora. Silvia destacou que, desde a saída de Silvio Santos em 2024 e a ascensão de Daniela à presidência, o SBT tem apostado em inovações e mudanças de formato, atitude considerada arriscada e pouco eficaz por Silvia, que defende a manutenção das tradições que consagraram a emissora junto ao público popular. Segundo ela, ninguém pode substituir Silvio Santos e a tentativa de romper com o histórico do canal pode alienar espectadores fiéis, sobretudo das classes C e D, tradicionalmente ligadas à programação familiar do SBT. Silvia reforçou a necessidade de valorizar o legado construído pelo pai e acredita que a renovação de quadros não deveria significar o abandono dos pilares que sempre garantiram audiência.

O contexto para as críticas de Silvia Abravanel é o período de transição vivido pelo SBT após a morte do patriarca Silvio Santos. Daniela Beyruti, filha mais velha do apresentador, assumiu a presidência da emissora em novembro de 2024 e, desde então, vem promovendo uma série de reformulações e experimentações em busca de modernização e reconquista da audiência. Entre as novidades testadas, estão novos formatos de programas, ajustes na grade e estratégias para captar o público jovem. Para Silvia, no entanto, essas mudanças não dialogam com as expectativas do telespectador habitual da emissora. Ela ressalta que o verdadeiro DNA do SBT permanece em atrações comandadas por nomes tradicionais como Celso Portiolli e Ratinho, figuras que representam a continuidade do legado deixado por Silvio Santos. A apresentadora compartilha ainda que, se estivesse à frente da emissora, apostaria numa abordagem mais conservadora, resgatando elementos clássicos da televisão aberta e reforçando o vínculo afetivo com diferentes gerações da família brasileira.

A repercussão das declarações de Silvia Abravanel foi imediata, gerando debate nos bastidores da televisão e dividindo opiniões entre funcionários, apresentadores e o público. Para parte do mercado, a estratégia de Daniela em inovar é considerada necessária diante do cenário de concorrência acirrada e dos desafios impostos pelo consumo multiplataforma e pelo streaming. Por outro lado, a defesa de Silvia pela tradição é vista como um apelo legítimo à história do SBT e ao que muitos avaliam como fórmula testada de sucesso. Silvia chegou a sugerir possíveis contratações que, segundo ela, reforçariam essa identidade, como Galisteu e Rodrigo Faro, enquanto ironizou as negociações em curso com outros apresentadores. O impasse evidencia a dificuldade dos canais abertos de equilibrar inovação e tradição, sobretudo em uma rede marcada por forte relação emocional com o público. As declarações públicas também expõem os desafios internos de gestão familiar, com diferentes visões sobre o futuro do SBT e a melhor forma de honrar o legado de Silvio Santos.

Diante das polêmicas, cresce a expectativa sobre os próximos passos da direção do SBT, que precisa decidir até que ponto está disposta a reinventar a grade sem arriscar a fidelidade de sua base histórica de telespectadores. As críticas de Silvia Abravanel reforçam a importância do diálogo entre tradição e modernidade, apontando para a necessidade de buscar equilíbrio entre aposta em novos formatos e manutenção de quadros consagrados. O futuro do canal dependerá da capacidade de Daniela Beyruti em alinhar inovação com as raízes que fizeram do SBT uma das principais emissoras do país. Se por um lado os tempos mudam e exigem adaptação constante, por outro, o DNA construído ao longo de décadas segue sendo um ativo fundamental para a marca SBT e sua relação com o público. O debate iniciado por Silvia promete seguir pautando as discussões internas e externas sobre o caminho ideal para o canal diante dos novos desafios da televisão brasileira.

Desafios e perspectivas à frente do SBT

O futuro do SBT permanece em aberto diante do embate entre as propostas de inovação impulsionadas por Daniela Beyruti e a defesa da tradição vocalizada por Silvia Abravanel. O debate reacende questões cruciais sobre a identidade da emissora, o relacionamento com o público e os riscos inerentes a mudanças abruptas em um cenário midiático cada vez mais competitivo. À medida que a diretoria busca consolidar um novo ciclo, cresce a pressão para que encontre soluções capazes de harmonizar passado e presente, garantindo relevância sem abdicar da essência que tornou o SBT referência na TV aberta brasileira. Em meio a tantas incertezas, o discurso de Silvia Abravanel destaca-se como um chamado à reflexão sobre os limites e possibilidades da reinvenção, convidando gestores, artistas e telespectadores a pensarem juntos o futuro de uma das marcas mais queridas da televisão nacional. O posicionamento firme de ambas as filhas de Silvio Santos evidencia não apenas a relevância de manter o diálogo aberto, mas também a importância de respeitar as diferentes perspectivas sobre o mesmo legado. Só o tempo, aliado à resposta do público, mostrará qual caminho prevalecerá na condução do SBT nos próximos anos.