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Senador propõe proibição de monetização em redes sociais de políticos

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Proposta visa coibir uso do mandato para fins lucrativos.

O senador Carlos Viana (Podemos-MG) protocolou um projeto de lei no Senado Federal que busca proibir a monetização de perfis em redes sociais, sites e blogs de políticos em exercício de mandato. A iniciativa, apresentada neste mês, tem como objetivo principal evitar que representantes eleitos utilizem suas plataformas digitais para obter ganhos financeiros a partir de conteúdos relacionados às suas atividades parlamentares. O projeto abrange todos os cargos eletivos, incluindo vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e o presidente da República, além de seus respectivos vices. A proposta surge em um contexto de crescente debate sobre a ética na utilização das redes sociais por figuras públicas e a necessidade de regulamentação mais rigorosa do ambiente digital no âmbito político.

A justificativa apresentada pelo senador Carlos Viana para a proposição deste projeto de lei baseia-se na preocupação com a possível distorção do exercício do mandato eletivo. Segundo o parlamentar, a monetização de conteúdos relacionados à função pública poderia levar os políticos a priorizar a produção de material com maior potencial de engajamento e, consequentemente, de retorno financeiro, em detrimento do interesse público e das reais necessidades da população. Esta prática, argumenta o senador, poderia transformar o mandato eletivo em um mero insumo para atividades empresariais privadas, desvirtuando assim o propósito fundamental da representação política. O projeto visa, portanto, estabelecer uma clara separação entre o exercício da função pública e a exploração comercial da visibilidade obtida através dela, buscando preservar a integridade e a finalidade do mandato político.

O projeto de lei apresentado pelo senador Carlos Viana prevê punições para os políticos que descumprirem a proibição de monetização de conteúdo digital. Entre as sanções propostas, está a caracterização da prática como infração ético-disciplinar, sujeita às penalidades previstas nos regimentos internos das respectivas casas legislativas ou órgãos públicos. Além disso, o texto do projeto estabelece que o infrator será obrigado a devolver ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) o triplo do valor arrecadado com a remuneração do conteúdo monetizado. Esta medida visa não apenas desencorajar a prática, mas também garantir que eventuais ganhos obtidos de forma irregular sejam revertidos em benefício da sociedade. A proposta tem gerado debates no meio político e entre especialistas em direito eleitoral e comunicação digital, que discutem os possíveis impactos e desafios de implementação de tal regulamentação.

A tramitação do projeto de lei no Senado Federal promete gerar intensos debates sobre os limites entre a liberdade de expressão, o direito à informação e a ética no exercício de cargos públicos. Defensores da proposta argumentam que ela é necessária para evitar a mercantilização da política e garantir que os representantes eleitos se concentrem em suas funções legislativas e executivas. Por outro lado, críticos apontam possíveis dificuldades na fiscalização e aplicação da lei, além de questionarem se a medida não poderia limitar a comunicação dos políticos com seus eleitores. À medida que o projeto avança nas comissões do Senado, espera-se que audiências públicas e discussões técnicas sejam realizadas para aprofundar a análise sobre os impactos e a viabilidade da proposta. O desfecho deste debate legislativo poderá estabelecer novos parâmetros para a atuação de políticos nas redes sociais e plataformas digitais, com potenciais reflexos significativos na dinâmica da comunicação política no Brasil.