Relatora da CPI das Bets pede indiciamento de Virgínia, Deolane e outras 14 pessoas

CPI das Bets aponta Virgínia, Deolane e empresários na lista de indiciamentos.
Parecer final da CPI das Bets surpreende ao incluir influenciadoras.
A Comissão Parlamentar de Inquérito das Bets apresentou, na terça-feira (10), um relatório final que pede o indiciamento de 16 pessoas por supostas irregularidades no mercado de apostas online no Brasil, incluindo as influenciadoras Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra. A medida foi conduzida pela relatora do colegiado, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), e teve sua votação adiada após um pedido de vista coletivo dos parlamentares. Segundo o documento oficial, Virgínia é acusada de publicidade enganosa e estelionato devido à promoção de casas de apostas em suas redes sociais para milhões de seguidores. Já Deolane Bezerra responde por acusações mais amplas, como jogo de azar, lavagem de dinheiro, exploração não autorizada de loteria e possível participação em organização criminosa, envolvendo ainda familiares no processo. O relatório, no entanto, não tem poder de indiciar formalmente e será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá sobre eventuais denúncias e prosseguimento das investigações. Ao todo, a CPI apurou a atuação suspeita de influenciadores, empresários e operadores de sites de apostas, com foco em condutas que possam ter lesado consumidores em larga escala, ressaltando o uso da credibilidade desses perfis para a indução ao erro de seus seguidores. A defesa das influenciadoras rebateu com veemência as acusações, destacando confiança no julgamento do colegiado e reafirmando a legalidade das ações de publicidade realizadas.
A inclusão de nomes conhecidos nas redes sociais como Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra chamou atenção não apenas pela influência que exercem sobre o público, mas também pelo impacto que a investigação pode ter no mercado de apostas online nacional. O relatório detalha que a atuação dessas personalidades seria diferente da publicidade tradicional, pois explora a credibilidade construída nas redes e o vínculo com seguidores, que acabam sendo mais suscetíveis à indução ao erro. Virgínia, em seu depoimento à CPI, admitiu o uso de simulações de ganhos que não correspondiam à realidade, prática categorizada no parecer como vantagem indevida e violação do Código de Defesa do Consumidor. Deolane, por sua vez, foi apontada como sócia oculta da casa de apostas ZeroUm, sem autorização para operar, e já havia sido presa em setembro de 2024 durante a Operação Integration, permanecendo detida por cerca de 20 dias. O contexto evidencia um campo ainda pouco regulado, onde a atuação de influenciadores pode gerar consequências civis e criminais à medida que o Ministério Público avalia a pertinência de denúncia. A CPI também destacou a necessidade de revisão das práticas de publicidade digital e dos mecanismos de fiscalização sobre plataformas de apostas, com vistas à proteção do consumidor e coibição de condutas enganosas.
O relatório final da CPI das Bets aprofundou o debate sobre a responsabilidade civil e criminal de influenciadores digitais no contexto das apostas esportivas, tema que ganha relevância diante do crescimento expressivo desse setor no Brasil. A conduta de divulgar plataformas de apostas sem autorização legal e promover ganhos irreais foi duramente criticada pela relatora, que vê nessa prática um risco sistêmico para consumidores, especialmente os mais jovens e vulneráveis ao apelo das figuras públicas. O impacto imediato do relatório é gerar pressão para uma regulamentação mais rigorosa, exigindo que empresas do ramo e influenciadores se adaptem a uma conduta publicitária mais transparente e alinhada à legislação vigente. As investigações também ressaltaram mecanismos sofisticados de simulação de apostas e lavagem de dinheiro, ampliando o alcance das denúncias para além das influenciadoras citadas, incluindo operadores, empresários e familiares. A análise jurídica do caso deve mobilizar, nos próximos meses, tanto o Ministério Público quanto a Advocacia-Geral da União, que deverão avaliar a consistência dos indícios apresentados e os próximos passos para coibir práticas irregulares no setor.
As perspectivas para o desfecho do caso indicam que a decisão sobre possíveis denúncias contra Virgínia Fonseca, Deolane Bezerra e os demais citados ficará a cargo do Ministério Público, que pode ou não acatar as recomendações da CPI. A votação do relatório está prevista para ocorrer nas próximas reuniões do colegiado, podendo resultar no envio formal dos pedidos de investigação aos órgãos competentes. O caso marca um novo capítulo no debate sobre a influência digital e a necessidade de regulamentação do mercado de apostas no Brasil, com potencial para estabelecer precedentes judiciais e legislativos. Independentemente do encaminhamento jurídico, o episódio reforça o papel da fiscalização parlamentar e do controle social sobre atividades econômicas emergentes, e deve motivar discussões sobre limites éticos na atuação de influenciadores digitais. O desdobramento dos fatos nas próximas semanas será acompanhado de perto por setores do judiciário, órgãos de defesa do consumidor e entidades do mercado publicitário, que enxergam no caso um divisor de águas para a comunicação digital e para o futuro das apostas esportivas no país.
Virginia Fonseca Indiciada na CPI das Bets por Estelionato e Publicidade Enganosa; Defesa Reage
A influencer e apresentadora do SBT, Virginia Fonseca, foi indiciada pela CPI das Bets por supostos crimes de estelionato e publicidade enganosa, conforme decisão da relatora, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). Além de Virginia, que será rainha de bateria da Grande Rio no Carnaval 2026, outras 15 pessoas, incluindo Deolane Bezerra, foram listadas no relatório da comissão.
O advogado de Virginia, Michel Saliba, expressou “surpresa e espanto” com o indiciamento, destacando que a influencer sempre respeitou a CPI e a relatora. Durante seu depoimento em 12 de maio, Virginia protagonizou momentos de tensão, incluindo uma discussão com Thronicke e a publicação de uma foto nas redes sociais, o que gerou críticas devido a seu comportamento e figurino.
Em comunicado, a defesa afirmou confiar na Justiça e na análise final do colegiado da CPI. “Aguardamos o justo discernimento dos senadores na votação do relatório final”, declarou Saliba. A equipe jurídica nega qualquer irregularidade, argumentando que Virginia agiu de forma lícita na divulgação de apostas, assim como outros influenciadores que não foram indiciados. “A defesa se pronunciará no momento oportuno, após a deliberação final da CPI, confiante em um tratamento isonômico”, concluiu o advogado.
A decisão da CPI intensifica o debate sobre a responsabilidade de influenciadores na promoção de plataformas de apostas, enquanto a defesa de Virginia aposta na revisão do indiciamento para garantir sua absolvição.
Análise e expectativas após relatório da CPI das Bets
O relatório da CPI das Bets representa um marco importante na discussão sobre a influência digital e a regulação das apostas online no Brasil, envolvendo figuras de grande repercussão e gerando debates intensos sobre práticas de publicidade e proteção do consumidor. Com a lista de indiciamentos proposta pela comissão, o Ministério Público e a Advocacia-Geral da União passam a ter um papel central na continuidade das investigações, decidindo sobre a apresentação ou não de denúncias formais. Ao mesmo tempo, cresce a mobilização de setores organizados da sociedade civil e de entidades de defesa do consumidor, que já pleiteiam medidas mais rigorosas de fiscalização e esclarecimento público sobre os riscos associados a apostas promovidas por influenciadores. O episódio amplia a pressão sobre órgãos legislativos e reguladores, impulsionando propostas de atualização normativa e criando uma nova referência para casos semelhantes no futuro. O desfecho do processo será determinante para influenciar tanto a atuação de empresas quanto o comportamento de personalidades digitais, estabelecendo parâmetros mais claros de responsabilidade e transparência no ambiente virtual. O tema permanece em destaque e deve pautar discussões essenciais sobre ética, publicidade e regulação em um dos mercados digitais mais dinâmicos do país.
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