Redes sociais incentivam 92% dos brasileiros a comprarem produtos vintage

Redes sociais impulsionam compra de produtos vintage para 92% dos brasileiros.
Estudo revela influência digital no consumo nostálgico.
A influência das redes sociais no comportamento de consumo dos brasileiros atingiu um novo patamar quando o assunto é produtos vintage e nostálgicos, revelou pesquisa recente conduzida pelo Mission Brasil. De acordo com o estudo divulgado em março de 2025, impressionantes 92,3% das pessoas reconhecem a influência direta de conteúdos digitais na decisão de compra de itens considerados nostálgicos ou vintage. A pesquisa, que ouviu mais de 400 entrevistados, mostrou que 38,7% dos participantes consideram o impacto das mídias sociais significativo em suas escolhas de consumo para essa categoria específica de produtos, enquanto 34,6% afirmam sentir alguma influência e 19% declararam ser pouco impactados pelos conteúdos digitais. Apenas 7,62% dos entrevistados afirmaram não serem influenciados pelas redes sociais quando se trata da aquisição de produtos com apelo nostálgico. O estudo também aponta que a tecnologia é considerada um fator decisivo para o consumo desses itens por 62% dos participantes, enquanto 38% discordam dessa afirmação. As plataformas digitais como Instagram, TikTok e YouTube foram identificadas como os principais motores para a disseminação dessas tendências de consumo, criando um ambiente propício para a redescoberta de produtos, estilos e experiências de décadas passadas.
A pesquisa também destaca um padrão demográfico interessante entre os consumidores de produtos vintage. A maioria dos adeptos dessa tendência pertence às gerações Y, conhecidos como millennials (nascidos entre 1981 e 1996), e Z (nascidos entre 1997 e 2012), que representam 50% e 43% do público consumidor desses itens, respectivamente. Esse dado evidencia um fenômeno curioso: gerações que não vivenciaram diretamente determinadas épocas estão demonstrando forte interesse por produtos dessas eras. Segundo Julio Bastos, CCO do Mission Brasil, as plataformas digitais funcionam como catalisadoras desse movimento nostálgico. “Essas redes são projetadas para destacar conteúdos virais, logo, como a nostalgia e tendências do passado estão em alta, o algoritmo dessas redes sociais acaba ‘recomendando’ tais conteúdos, criando uma espiral onde o que já foi popular no passado acaba retomado de forma amplificada”, explicou o executivo. A digitalização tornou essas referências históricas mais acessíveis, permitindo que qualquer pessoa possa revisitar ou reimaginar estilos, músicas ou estéticas de períodos como os anos 90 e 2000. Esse movimento tem chamado a atenção das marcas, que estão cada vez mais atentas a esses padrões de consumo e às possibilidades de trazer de volta tendências e produtos que despertem o interesse do consumidor contemporâneo.
No ranking dos produtos vintage mais adquiridos pelos brasileiros, os videogames lideram com folga, sendo os favoritos de 25% dos entrevistados. Esse dado revela o forte apelo da nostalgia gamer, com consoles e jogos de gerações passadas conquistando espaço nas prateleiras dos consumidores atuais. Em seguida aparecem as roupas, representando 22% das aquisições nostálgicas, evidenciando o ciclo de retorno de tendências da moda que constantemente revisita décadas anteriores. O setor de alimentos e bebidas ocupa a terceira posição, com 17% das preferências, mostrando como sabores do passado continuam despertando memórias afetivas nos consumidores. Completando o top cinco estão os doces e chocolates, com 10% das menções, e os jogos de tabuleiro e brinquedos, que somam 8,5% das preferências. A lista segue com calçados e celulares, ambos com 4% das indicações cada, seguidos por revistas ou livros (3%), maquiagens (2,5%), câmeras fotográficas (2%), e fechando o ranking estão as bolsas e óculos, ambos com apenas 1% das preferências. Esta distribuição demonstra como o apelo nostálgico atravessa diferentes categorias de produtos e setores da economia, criando oportunidades para marcas que conseguem conectar o passado com as demandas atuais através de estratégias digitais eficientes.
A memória afetiva como principal motivador de compra
A pesquisa do Mission Brasil vai além da mera identificação da influência digital e revela um aspecto fundamental na psicologia do consumo nostálgico: a memória afetiva emerge como o principal motivador para a aquisição de itens vintage. Este fenômeno explica por que consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos que remetem a experiências significativas de suas vidas ou mesmo de épocas que não vivenciaram diretamente, mas que absorveram através da cultura digital. A nostalgia transformou-se em uma poderosa ferramenta de marketing, especialmente em um mundo pós-pandêmico onde consumidores buscam conforto emocional em tempos incertos. As marcas que conseguem entender e capitalizar esse comportamento, especialmente nas redes sociais, estão colhendo resultados expressivos. O estudo sugere que as empresas devem estar especialmente atentas a esses padrões de consumo e às possibilidades de revitalizar produtos e experiências que despertem conexões emocionais. A digitalização tornou essas referências históricas mais acessíveis e compartilháveis, permitindo que tendências do passado sejam não apenas revividas, mas também reimaginadas para um público contemporâneo, criando um ciclo contínuo de redescoberta onde o novo e o antigo se fundem em experiências de consumo únicas que atendem tanto à nostalgia quanto às expectativas tecnológicas atuais.