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PT só aceita Eduardo Bolsonaro em comissão sem passaporte, diz líder

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PT impõe condição para Eduardo Bolsonaro presidir comissão na Câmara.

Partido exige apreensão de passaporte do deputado.

O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, declarou segunda-feira (10) que a legenda só aceitará a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para presidir a Comissão de Relações Exteriores se o parlamentar estiver sem seu passaporte. A afirmação foi feita em meio às negociações para a distribuição das presidências das comissões permanentes da Casa, que devem ser definidas até quinta-feira. O PT, que é o partido do governo, tem se posicionado contra a indicação de Eduardo Bolsonaro para o cargo, alegando que o deputado tem usado seu mandato para “conspirar” contra os interesses nacionais.

A exigência do PT em relação ao passaporte de Eduardo Bolsonaro está relacionada a um pedido feito pelo partido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o documento do deputado seja apreendido. O requerimento foi motivado por acusações de que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro estaria articulando com setores da extrema-direita internacional ações contra as instituições brasileiras. Lindbergh Farias argumenta que a presidência da Comissão de Relações Exteriores é uma posição estratégica e que não pode ser ocupada por alguém que, segundo ele, atua contra os interesses do país. O líder petista chegou a classificar as ações de Eduardo Bolsonaro como “crime de lesa-pátria” e “traição”.

A disputa pela presidência da Comissão de Relações Exteriores tem se intensificado nos últimos dias, com o Partido Liberal (PL), legenda de Eduardo Bolsonaro, insistindo na indicação do deputado para o cargo. O PL argumenta que, por ter a maior bancada na Câmara, tem direito a escolher as presidências de comissões importantes. Por outro lado, o PT e outros partidos da base governista têm se articulado para impedir que Eduardo Bolsonaro assuma o posto. A situação tem gerado um impasse nas negociações, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), buscando um acordo entre as partes. O caso ganhou ainda mais relevância após o pedido do PT ao STF para a apreensão do passaporte de Eduardo, o que, se concretizado, poderia impedir o deputado de viajar ao exterior para cumprir compromissos inerentes à função de presidente da comissão.

A posição do PT em relação à indicação de Eduardo Bolsonaro para a presidência da Comissão de Relações Exteriores reflete a polarização política que ainda persiste no Congresso Nacional. Enquanto o governo busca consolidar sua base de apoio e garantir o controle de comissões estratégicas, a oposição tenta manter espaços de poder e influência no Legislativo. O desfecho dessa disputa poderá indicar o equilíbrio de forças na Câmara e impactar a governabilidade nos próximos meses. A decisão final sobre a composição das comissões deverá ser anunciada nos próximos dias, e promete ser um teste importante para a capacidade de articulação tanto do governo quanto da oposição no Congresso Nacional.

Impactos da disputa na relação entre Executivo e Legislativo

A controvérsia em torno da possível presidência de Eduardo Bolsonaro na Comissão de Relações Exteriores evidencia os desafios que o governo enfrentará para construir uma base sólida no Congresso. O episódio pode influenciar as futuras negociações entre o Executivo e o Legislativo, especialmente em pautas relacionadas à política externa e às relações internacionais do Brasil. A resolução desse impasse será fundamental para definir o tom das relações entre os poderes e o andamento da agenda governamental nos próximos meses.