Prefeito de Sorocaba contesta operação da PF

Operação levanta suspeitas e críticas.
Na última quinta-feira, 10 de abril de 2025, a Polícia Federal realizou a operação “Copia e Cola” em Sorocaba, no interior de São Paulo, tendo como alvo principal o prefeito Rodrigo Manga, filiado ao partido Republicanos. A investigação apura suspeitas de desvio de verbas públicas relacionadas à administração de unidades de saúde na cidade. Durante a operação, a PF cumpriu 28 mandados de busca e apreensão em diversos locais ligados ao prefeito, incluindo sua residência, gabinetes municipais e a sede do partido. Além disso, foi apreendido um volume significativo de dinheiro em espécie, armas, documentos e também o carro de luxo e celular pessoal de Manga. Em meio às acusações, o prefeito alegou que a operação tem motivações políticas e destacou que está colaborando com as autoridades.
“A gente já viu esse filme se repetir com outros nomes. Eu lembro que o Pablo Marçal, quando anunciou sua pré-candidatura a presidente lá atrás, foi alvo de uma busca e apreensão da Polícia Federal, o Gusttavo Lima também teve o mesmo problema com a polícia. Temos que separar os fatos. Então, nós temos que separar os fatos. A investigação tem que acontecer e é bom que aconteça. Agora, infelizmente, o que a gente viu no dia de hoje, é uma politização da operação da Polícia Federal, o que a gente vê que está acontecendo com todos aqueles que se levantam”, afirmou.
Contexto e repercussão
A operação ocorre em um momento de grande visibilidade para Rodrigo Manga, conhecido por seu apelido de “prefeito tiktoker” devido à sua presença ativa nas redes sociais. Recentemente, o prefeito anunciou sua possível pré-candidatura à presidência da República para 2026, o que, segundo ele, teria motivado a ação da PF. Manga comparou sua situação à de outras figuras públicas que enfrentaram investigações parecidas após se posicionarem politicamente. Em nota oficial, a Prefeitura de Sorocaba expressou preocupação com a possibilidade de “forças ocultas” estarem agindo para prejudicar a imagem do político, ressaltando o compromisso com a transparência. A operação envolveu também a investigação de uma Organização Social (OS) que teria contratos emergenciais com a prefeitura sem licitação.
‘“Existe uma investigação, é legítima e tem que ter. É a função da Polícia Federal e Ministério Público fazer isso, agora, nós não podemos negar, que existe uma politização acontecendo, tanto na esfera da polícia, não estou dizendo específico de todos os casos da Justiça, mas também na questão judicial”, alegou Manga.
O prefeito revelou que esteve em Brasília recentemente e até recebeu ligações o “avisando” que seu nome estava crescendo nas pesquisas e que isso poderia gerar “ciúmes” e incômodo no meio político.
Em alguns momentos, Manga reforça que superou as drogas, conseguiu mudar de vida e ser vitorioso na política. Ele trouxe a questão religiosa em pauta, e não será uma investigação que vai fazê-lo parar.
“Muito pelo contrário, vai fazer avançar. Se a minha pré-candidatura estava de uma maneira morna, esquentando aos poucos, agora eu piso no acelerador e eu sei que para Deus não existe o impossível. Pode se levantar quem quiser. Pode levantar Lula, autoridade do governo Estadual, pode mandar quem quiser, nós vamos continuar trabalhando em favor do povo e replicar esse trabalho que tem sido feito em Sorocaba por todo o Brasil”, declarou.’
Impactos e desdobramentos
As investigações lançaram luz sobre práticas administrativas controversas, apontando para possíveis irregularidades envolvendo parceiros privados. Entre os alvos, estão membros do círculo próximo ao prefeito, incluindo familiares e associados ligados a uma igreja suspeita de transações financeiras ilegais. Segundo a PF, os recursos desviados eram movimentados em espécie para evitar rastreamentos e utilizados em compras de alto valor. Apesar das acusações, Rodrigo Manga disse à imprensa que sua gestão continuará focada nos projetos da cidade. Ele também criticou duramente o que chamou de “espetáculo midiático” promovido pela operação, reforçando que nenhuma irregularidade foi constatada em sua residência, além de itens pessoais como alimentos e brinquedos de seus filhos.
‘Em seu vídeo nas redes sociais: Manga disse que a polícia encontrou em sua casa somente “bolo de cenoura”, um “Pokémon” de seu filho e Nutella. Mas admitiu que os agentes levaram seu veículo e celular.
Quando a denúncia de que diretores das OS’s investigadas teriam colocado dinheiro em suas campanhas, ele também negou. “Jamais pegaria doação. A minha campanha eleitoral teve doação que foram feitas por pessoas que não prestam serviço para a prefeitura nenhuma, empresários, pessoas físicas comuns, que podem doar dentro do seu CPF, dentro da legalidade, e também através do fundo partidário que eu participei. Todas as minhas campanhas são nesse sentido”, disse.’
Perspectivas futuras
A operação “Copia e Cola” representou um marco no cenário político de Sorocaba e suscitou debates sobre a politização das ações de investigação no país. As autoridades seguem analisando os materiais apreendidos, com a previsão de novas fases do inquérito. Enquanto isso, Rodrigo Manga busca alinhar sua defesa e consolidar seu posicionamento político. Analistas apontam que o episódio pode impactar as pretensões eleitorais do prefeito, mas também reforçar sua narrativa de perseguição, o que pode ampliar sua base de apoio em um contexto polarizado. Aguardam-se, nos próximos meses, os resultados das perícias e esclarecimentos que definirão o rumo das denúncias e a credibilidade de sua gestão.