Popularidade de Lula despenca entre católicos, revela Datafolha

Aprovação de Lula desaba entre católicos e atinge menor patamar.
Pesquisa revela queda acentuada no apoio ao presidente.
A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu um duro golpe entre os eleitores católicos, de acordo com a mais recente pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira (14). O levantamento revelou uma queda expressiva na aprovação do petista nesse segmento religioso, passando de 42% em dezembro de 2024 para apenas 28% em fevereiro de 2025. Essa redução de 14 pontos percentuais em apenas dois meses representa um sinal de alerta para o governo, que tradicionalmente conta com forte apoio desse grupo. A pesquisa ouviu 2.007 pessoas em 113 cidades brasileiras entre os dias 10 e 11 de fevereiro, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O declínio na aprovação de Lula entre os católicos não é um fenômeno isolado, refletindo uma tendência geral de queda na popularidade do presidente. A pesquisa Datafolha também apontou uma redução no índice de aprovação geral do governo, que atingiu seu patamar mais baixo desde o início do terceiro mandato. Entre a população em geral, apenas 24% consideram a gestão Lula ótima ou boa, contra 41% que a avaliam como ruim ou péssima. Esse cenário representa uma inversão significativa em relação ao início do mandato, quando o presidente desfrutava de índices mais elevados de aprovação. A queda mais acentuada entre os católicos, no entanto, chama a atenção por se tratar de uma base tradicionalmente fiel ao Partido dos Trabalhadores e ao próprio Lula.
Analistas políticos apontam diversos fatores que podem estar contribuindo para essa erosão no apoio ao governo. Entre eles, destacam-se a persistência de desafios econômicos, como a inflação e o desemprego, além de controvérsias envolvendo medidas adotadas pela administração federal. A política externa do governo, marcada por posicionamentos polêmicos em questões internacionais, também tem gerado críticas de setores mais conservadores da sociedade. Além disso, a crescente polarização política no país pode estar levando parte do eleitorado católico a se afastar do presidente. É importante ressaltar que a queda na aprovação não se limita aos católicos, sendo observada também entre evangélicos, onde o índice de aprovação caiu de 26% para 21% no mesmo período.
O governo Lula enfrenta agora o desafio de reverter essa tendência de queda na popularidade, especialmente entre grupos que historicamente formaram sua base de apoio. A equipe presidencial já sinalizou que pretende intensificar ações de comunicação e articulação política para reconquistar a confiança do eleitorado. Medidas econômicas visando a geração de empregos e o controle da inflação devem ganhar prioridade na agenda governamental. Além disso, espera-se um esforço redobrado para dialogar com lideranças religiosas e setores da sociedade civil, buscando reconstruir pontes e ampliar o apoio ao governo. O desempenho de Lula nos próximos meses será crucial para determinar se essa queda na aprovação representa uma tendência consolidada ou se o presidente conseguirá recuperar o terreno perdido junto ao eleitorado católico e à população em geral.