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Polícia investiga morte de idoso mantido em casa por filhos no Rio

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Casa onde idoso estava morto há mais de seis meses tinha vidros escuros e janela fechada, dizem vizinhos.

Investigação policial sobre caso de idoso encontrado morto na Ilha do Governador.

A morte de Dario Antonio Raffaele D’Ottavio, de 88 anos, chocou a Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, mobilizando a Polícia Civil após vizinhos denunciarem sua ausência prolongada. O corpo do idoso, em avançado estado de decomposição, foi encontrado na residência da família, onde os filhos, Marcelo e Tania Conceição Marchese D’Ottavio, foram presos em flagrante por ocultação de cadáver, resistência à prisão e lesão corporal. Durante a abordagem, Marcelo chegou a agredir um policial. O delegado Felipe Santoro afirmou que a investigação considera a possibilidade de homicídio, já que não está claro se a morte foi natural ou provocada pelos filhos, que podem ter mantido o corpo em casa por cerca de seis meses, possivelmente por motivação financeira, utilizando benefícios do idoso.

Na residência, foram encontrados bens aparentemente novos, reforçando a suspeita de uso indevido dos recursos do falecido. Exames periciais estão em curso para determinar a causa e o tempo da morte, enquanto a polícia investiga transações bancárias que podem indicar fraude. Os filhos, detidos, apresentaram sinais de transtornos psicológicos e estão sob observação médica. Durante a ação policial, ambos reagiram de forma agressiva, dificultando o cumprimento do mandado de busca. Moradores do bairro Cocotá notaram a ausência de Dario desde o fim de 2023, o que levou à denúncia às autoridades.

O caso expõe falhas no monitoramento e assistência a idosos, especialmente em situações de crimes cometidos por familiares. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal para laudos detalhados, e a investigação busca esclarecer se os filhos tiveram participação direta na morte ou apenas ocultaram o óbito para manter benefícios. O histórico familiar, as condições do imóvel e o estado psicológico dos suspeitos estão sendo analisados. A demora para a descoberta do caso gerou comoção na comunidade, destacando a importância de vizinhos atentos e da cooperação com órgãos públicos.

A conclusão do inquérito depende de perícias e análise de provas. A ocultação do cadáver por meses evidencia práticas criminosas que exploram vulnerabilidades familiares e institucionais. O caso reforça a necessidade de políticas públicas para monitoramento de beneficiários do INSS e suporte a famílias em situação de fragilidade. Enquanto os suspeitos aguardam audiência, a sociedade acompanha os desdobramentos, que podem impulsionar mudanças na prevenção de crimes contra idosos, destacando a urgência de medidas para proteger os mais vulneráveis e evitar tragédias semelhantes.

Pano era usado para bloquear frestas de uma porta

A residência onde Dario Antônio Raffaele D’Ottávio vivia tinha a janela fechada há mais de um ano e vidros escuros que impediam a visão do exterior para o interior, segundo relato de uma vizinha nesta quinta-feira, após depor na 37ª DP (Ilha do Governador). Policiais encontraram o corpo do idoso sobre uma cama em um dos quartos, com frestas de uma porta seladas com panos para conter o odor da decomposição, evitando que vizinhos percebessem.

Marcelo Marchese D’Ottavio e Tania Conceição Marchese D’Ottavio, filhos de Dario, residiam com ele no local onde o corpo foi achado. Uma testemunha informou à polícia que, no final de 2023, presenciou uma discussão entre pai e filho, na qual Marcelo teria exigido a senha e o cartão bancário do idoso, que não cedeu. A ação policial foi iniciada após denúncias de maus-tratos recebidas pelo serviço social do município, que resultaram em uma ordem judicial.

Desdobramentos e possíveis mudanças após caso de idoso mantido morto em casa

O caso do idoso encontrado morto na Ilha do Governador, mantido por meses na própria casa pelos filhos, gerou indignação e levantou um debate sobre a fiscalização dos benefícios pagos a pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente quando não há familiares próximos ou o entorno social deixa de exercer um papel de vigilância. A investigação destampa não só a suspeita de homicídio e ocultação de cadáver, mas também a possibilidade de fraude previdenciária — o que pode resultar no indiciamento dos filhos por crimes adicionais que vão além dos já imputados. A polícia, diante dos laudos periciais e eventuais confissões, pretende elucidar se o falecimento ocorreu por causas naturais ou foi crime premeditado visando interesses financeiros. O episódio revela a necessidade de canais mais eficientes para denúncias e acompanhamento de idosos, para que situações de abandono ou prática criminosa não perdurem por tanto tempo sem resposta das autoridades. O impacto psicológico nos investigados, aliado ao histórico de resistência na prisão, será considerado no decorrer do processo judicial, influenciando as decisões futuras da Justiça fluminense.

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