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Planalto cancela campanha do Pix após repercussão negativa

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Governo desiste de ação publicitária sobre sistema de pagamentos.

O governo federal decidiu cancelar a campanha publicitária sobre o Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, após repercussão negativa nas redes sociais. A decisão foi tomada pelo Palácio do Planalto, em resposta às críticas de que a ação seria uma tentativa de apropriação indevida do sucesso da ferramenta, criada durante a gestão anterior. A campanha, que estava prevista para ser veiculada em diversas mídias, incluindo televisão e internet, tinha como objetivo destacar os benefícios e a segurança do Pix para a população brasileira.

A Secom tinha encomendado a campanha para tentar remediar a crise que abateu o governo no início de janeiro, após vir à tona uma portaria da Receita Federal com mudanças nas regras de fiscalização do Pix.

Qual era o mote da campanha?

Um dos motes principais da campanha seria de que o Pix é “seguro, sigiloso e sem taxa”. As peças também afirmariam ainda que o instrumento é um “patrimônio nacional”.

À época, Sidônio argumentava em conversas reservadas que, como o ápice da crise já tinha passado, o ideal seria só veicular a campanha quando ela estivesse bem feita.

A polêmica em torno da campanha começou quando informações sobre sua produção vieram a público. Críticos argumentaram que o governo atual estaria tentando capitalizar politicamente sobre uma iniciativa que não foi desenvolvida em sua gestão. O Pix foi lançado em novembro de 2020, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, e rapidamente se tornou um dos meios de pagamento mais populares do país. A ferramenta, que permite transferências instantâneas e gratuitas entre contas bancárias, é utilizada por milhões de brasileiros diariamente para transações financeiras de diversos tipos.

O cancelamento da campanha reflete a sensibilidade do governo às percepções públicas e a preocupação em evitar desgastes desnecessários. Fontes do Palácio do Planalto indicaram que a decisão foi tomada após uma avaliação cuidadosa do cenário político e da repercussão inicial nas redes sociais. A equipe de comunicação do governo concluiu que os potenciais benefícios da campanha não compensariam o risco de intensificar as críticas e alimentar narrativas negativas sobre a administração atual. Além disso, o episódio levantou questões sobre a estratégia de comunicação do governo e como ele lida com temas que atravessam diferentes gestões.

A previsão era de que a campanha passasse a mensagem de que “tentaram te enganar” ao falar sobre sobre possível taxação do Pix, o que o governo federal sempre negou.

Procurada, a assessoria de Sidônio informou à coluna que a campanha “nunca esteve programada”, embora a Secom tenha chegado, inclusive, a encomendar as peças a uma agência de publicidade.

Com o cancelamento da campanha, o governo agora busca redirecionar seus esforços de comunicação para outras áreas prioritárias. Especialistas em marketing político avaliam que o episódio serve como um alerta para a importância de uma análise criteriosa antes do lançamento de campanhas governamentais, especialmente quando envolvem iniciativas que transcendem mandatos. O Banco Central, por sua vez, deve continuar com suas próprias ações de divulgação e educação sobre o Pix, focando nos aspectos técnicos e de segurança do sistema, sem associação direta com a atual gestão federal. A decisão de cancelar a campanha, embora possa ter evitado uma controvérsia maior, também abre espaço para discussões sobre como o governo pode comunicar efetivamente sobre políticas e ferramentas públicas bem-sucedidas, independentemente de quando foram criadas.

Impactos da decisão e perspectivas futuras

O cancelamento da campanha do Pix pelo governo federal marca um momento de reflexão sobre a comunicação governamental e a continuidade de políticas públicas. Enquanto o episódio pode ter evitado uma escalada de críticas, também destaca os desafios enfrentados pela atual administração em navegar temas sensíveis e heranças de gestões anteriores. A decisão abre caminho para uma reavaliação das estratégias de divulgação de programas e ferramentas públicas, buscando um equilíbrio entre informar a população e evitar percepções de apropriação indevida. O Pix, por sua relevância e impacto na vida cotidiana dos brasileiros, continuará sendo um tema importante, demandando abordagens cuidadosas e transparentes por parte das autoridades responsáveis.