PL aposta em vereadores para manter espaço na Câmara

PL busca novos nomes e aposta em vereadores para manter espaço na Câmara.
Sigla aposta em estratégias para superar ausência de seus principais puxadores.
O Partido Liberal (PL) enfrenta um cenário desafiador na corrida para as eleições de 2026 em São Paulo. Sem contar com seus principais puxadores de voto, como Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, a sigla articula uma nova estratégia para tentar manter sua expressiva bancada na Câmara dos Deputados. Zambelli, que foi a deputada federal mais votada do partido em 2022, encontra-se inelegível e fora do país. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, permanece licenciado no exterior e não deve buscar a reeleição, podendo disputar outro cargo. Paralelamente, outros nomes de destaque, como Ricardo Salles e Guilherme Derrite, também não estarão disponíveis como puxadores para o próximo pleito. Para lidar com essa situação, o partido planeja lançar parte de sua bancada de vereadores da Câmara Municipal de São Paulo como candidatos a deputado federal, entre eles Lucas Pavanato, Zoe Martinez e Sandra Tadeu, além de considerar alternativas como Renato Bolsonaro, irmão do ex-presidente. O movimento é visto como fundamental para tentar compensar a ausência dos antigos líderes de votos e garantir a manutenção do espaço conquistado em 2022, quando o PL formou a maior bancada federal paulista.
O desafio enfrentado pelo PL está diretamente ligado à perda dos quatro principais puxadores de voto, que juntos representaram quase metade da votação recebida pelo partido no último pleito federal. Carla Zambelli, após ser condenada e se tornar inelegível, deixou uma lacuna significativa na sigla. Eduardo Bolsonaro, que também somou uma votação expressiva em 2022, segue nos Estados Unidos e avalia outras possibilidades eleitorais. Ricardo Salles migrou para outro partido e Guilherme Derrite também deixou a legenda, reduzindo ainda mais o capital eleitoral do PL. Diante desse quadro, a direção nacional do partido intensificou discussões para identificar quadros com potencial de atrair votos, optando por investir em vereadores que se destacaram nas eleições municipais recentes. As movimentações evidenciam uma mudança de rumos que busca mesclar a experiência de parlamentares locais com a projeção nacional exigida para a Câmara dos Deputados.
Perspectivas e consequências da aposta em novos quadros eleitorais
A nova estratégia do PL reflete o esforço do partido em garantir a preservação de seu espaço político no Legislativo federal num momento de grandes incertezas. A aposta nos vereadores surge como saída após a saída forçada das figuras de maior expressão nacional da sigla, rompendo com a dependência de celebridades políticas e inclinando-se para lideranças locais ascendentes. Essa transição pode modificar o perfil da bancada paulista, tornando-a mais conectada às demandas municipais e regionais. Internamente, o partido também avalia que a renovação pode criar oportunidades para fortalecer alianças e renovar os quadros com lideranças que demonstrem fidelidade ao projeto partidário. O desempenho dos vereadores em São Paulo, onde nomes como Lucas Pavanato alcançaram votação expressiva, é tomado como referência para a disputa federal. Ao mesmo tempo, a movimentação do irmão de Jair Bolsonaro, Renato Bolsonaro, amplia as opções da sigla, que busca alternativas viáveis para potencializar a transferência de votos no próximo ano.
O cenário eleitoral de 2026 para o PL apresenta, portanto, uma série de desafios e incertezas. Com a saída dos principais puxadores de votos e a necessidade de reconstrução de sua base eleitoral, a legenda precisa trabalhar para aumentar a capilaridade dos novos candidatos e fortalecer sua imagem junto ao eleitorado. As perspectivas para o futuro apontam para um processo de adaptação, em que o sucesso dependerá da capacidade da sigla de transformar vereadores bem-sucedidos em postulantes competitivos à Câmara dos Deputados. Caso consiga emplacar novos nomes de peso, o partido pode manter sua relevância e continuar exercendo forte influência no cenário político nacional. Contudo, a ausência de figuras de alta projeção eleitoral pode dificultar a conquista de grandes votações nominais, sendo necessário investir em comunicação estratégica e alianças para garantir a sustentabilidade de sua bancada nos próximos anos.
“`