Paradromics implanta chip cerebral em humano e desafia Neuralink

Paradromics instala chip cerebral em humano e rivaliza com Neuralink.
Startup norte-americana marca avanço inédito em neurotecnologia.
A startup Paradromics realizou um feito histórico ao implantar, pela primeira vez, seu chip cerebral em um ser humano durante uma cirurgia realizada no dia 14 de maio de 2025 na Universidade de Michigan. O procedimento, conduzido por uma equipe multidisciplinar liderada pelos doutores Matthew Willsey e Oren Sagher, insere a Paradromics no seleto grupo de companhias que conseguiram avançar seus protótipos de interface cérebro-computador (BCI) à fase de testes em humanos. O dispositivo, batizado Connexus, foi implantado e removido em uma janela de aproximadamente 20 minutos enquanto o paciente passava por uma ressecção de epilepsia, buscando entender como essa condição influencia os sinais cerebrais. A realização foi anunciada pela companhia nesta semana e representa a entrada definitiva da Paradromics na corrida tecnológica que já conta com nomes de peso como Neuralink, Synchron e Precision Neuroscience. A companhia, fundada em 2015, aposta que uma interface de alta taxa de dados e confiabilidade pode revolucionar a reabilitação de pessoas com deficiências motoras graves.
O desenvolvimento do Connexus BCI é fruto de quase uma década de pesquisas e três anos de testes pré-clínicos em animais, especialmente ovelhas, onde o dispositivo já havia se destacado em termos de captação e robustez de dados neurais. Nesta etapa inaugural em humanos, a Paradromics priorizou a segurança e a validação de sua tecnologia, mostrando que o chip pode ser implantado no tecido cerebral sem causar danos e com capacidade superior de captar sinais elétricos dos neurônios. O Connexus foi pensado para ajudar pacientes com paralisias severas, resultantes de doenças como esclerose lateral amiotrófica (ELA), acidentes vasculares cerebrais ou lesões na medula espinhal, a restabelecer funcionalidades comunicativas por meio de tecnologias assistivas controladas diretamente pelo pensamento. O diferencial da Paradromics é justamente a alta resolução do seu sistema, que capta sinais no nível do neurônio individual graças a algoritmos de inteligência artificial, permitindo a execução de comandos digitais complexos em velocidade natural.
O sucesso do implante temporário pavimenta o caminho para uma nova fase de testes, agora com estudo clínico planejado para começar ainda este ano, dependendo da aprovação regulatória. O objetivo da próxima etapa é avaliar a segurança e eficiência a longo prazo do Connexus BCI em pacientes portadores de deficiências motoras, com expectativa de transformar, em definitivo, a vida de quem precisa de meios alternativos para se comunicar. O marco consolida a Paradromics na liderança global do segmento de neurotecnologia, que ganha cada vez mais relevância com os recentes avanços de concorrentes diretos, como a Neuralink de Elon Musk, que já realizou implantes em três pacientes. A disputa entre as gigantes do setor promete acelerar o desenvolvimento de soluções inovadoras, ampliando o acesso e as alternativas para centenas de milhões de pessoas com necessidades especiais de saúde cerebral em todo o mundo.
Com a entrada efetiva na fase clínica, a Paradromics assume papel de protagonista no futuro das interfaces cérebro-máquina. O sucesso da primeira aplicação em humanos estimula expectativas otimistas entre médicos, engenheiros e investidores sobre o potencial do Connexus BCI para restaurar funções perdidas e ampliar a integração homem-máquina. Enquanto aguarda a autorização das autoridades para os próximos testes, a empresa aposta em parcerias estratégicas e novas rodadas de investimentos para acelerar a inovação e a sua chegada ao mercado. O avanço da startup sinaliza um cenário promissor para a neurociência aplicada e reforça a tendência de integração de inteligência artificial ao cuidado da saúde cerebral, com perspectivas de impactar positivamente a qualidade de vida de pacientes em escala global.
Inovação em neurotecnologia aponta para transformação global
A bem-sucedida estreia do dispositivo cerebral da Paradromics em seres humanos demonstra que a inovação no campo da neurotecnologia está cada vez mais próxima de se consolidar como uma alternativa real e segura para a reabilitação de pacientes com limitações motoras graves. A empresa agora foca seus esforços em garantir a segurança e eficácia do Connexus BCI em estudos clínicos amplos, preparando-se para, em breve, tornar a tecnologia acessível ao público que mais necessita. O avanço representa não apenas um marco para a Paradromics como também uma sinalização de que a convergência entre medicina, engenharia e inteligência artificial tem capacidade de revolucionar a relação entre cérebro e máquinas. Nos próximos anos, espera-se que novas aplicações e melhorias no sistema possam ampliar ainda mais o impacto dessas soluções, promovendo inclusão e empoderamento para pessoas acometidas por condições neurológicas debilitantes. O sucesso da Paradromics reforça a relevância da pesquisa científica e da colaboração interdisciplinar para transformar desafios médicos complexos em oportunidades de desenvolvimento humano e avanço tecnológico sustentável.
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