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Papa Leão XIV é o primeiro pontífice americano da história da Igreja Católica

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Cardeal Robert Francis Prevost escolhe nome em homenagem a importante papa do século XIX.

O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito como o novo Papa da Igreja Católica nesta quinta-feira (8) após quatro votações do conclave iniciado há dois dias no Vaticano. O religioso, que possui ascendência espanhola e também nacionalidade peruana, escolheu o nome papal de Leão XIV, recuperando uma denominação que não era utilizada desde 1903, quando faleceu o Papa Leão XIII. A fumaça branca que anunciava a escolha do novo pontífice foi vista às 13h07, horário local, e logo depois o cardeal Dominique Mamberti fez o tradicional anúncio em latim: “Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam”. Prevost é o primeiro papa norte-americano da história e pertence à Ordem de Santo Agostinho, sucedendo o Papa Francisco, que faleceu em 21 de abril deste ano aos 88 anos, após 12 anos de pontificado. Em sua primeira aparição na sacada da Basílica de São Pedro, Leão XIV dirigiu-se aos fiéis em italiano com sotaque americano, iniciando sua fala com a saudação “A paz esteja com todos vocês” e fazendo um agradecimento especial ao seu antecessor, o Papa Francisco.

A escolha do nome Leão XIV não é casual e carrega um significado histórico importante para o direcionamento que o novo pontífice pretende dar ao seu papado. O último papa a utilizar esse nome, Leão XIII, nascido Vincenzo Gioacchino Pecci, governou a Igreja Católica de 1878 a 1903, sendo reconhecido principalmente como o autor da encíclica social Rerum Novarum, considerada o primeiro documento oficial da Igreja a tratar especificamente de temas relacionados à Doutrina Social da Igreja e a questões trabalhistas no contexto da Revolução Industrial. A tradição da escolha do nome papal é uma das mais importantes na eleição de um novo pontífice, pois geralmente indica as prioridades espirituais e até mesmo o direcionamento político que o líder religioso pretende seguir durante seu pontificado. A numeração em algarismos romanos (XIV, ou 14) indica que ele é o décimo quarto papa a utilizar o nome Leão, seguindo um sistema de numeração tradicional que é aplicado a todos os papas que escolhem nomes já utilizados anteriormente. Este sistema pode ser observado em papas recentes como Bento XVI (2005-2013), João Paulo II (1978-2005) e Paulo VI (1963-1978). O Papa Francisco foi uma exceção a esse padrão, pois foi o primeiro a utilizar esse nome, não necessitando, portanto, de numeração.

Em seu primeiro discurso como Papa, Leão XIV demonstrou sua preocupação com temas sociais e com o diálogo, saudando “todos que precisam da nossa caridade, presença, diálogo e amor”. Após surgir na sacada, o novo pontífice realizou a tradicional bênção “urbi et orbi” (à cidade e ao mundo), direcionada aos fiéis que se aglomeravam em frente à Basílica de São Pedro. A eleição de um papa americano foi recebida com entusiasmo por líderes mundiais. O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, considerou a escolha “importante”, enquanto o vice-presidente norte-americano utilizou as redes sociais para enviar uma mensagem de congratulações: “Parabéns a Leão XIV, o primeiro Papa americano, pela sua eleição. Tenho a certeza de que milhões de católicos americanos e outros cristãos rezarão pelo seu trabalho bem-sucedido à frente da Igreja. Que Deus o abençoe!”. Robert Francis Prevost, além de ser americano e ter nacionalidade peruana, é conhecido por ser poliglota, o que pode facilitar seu contato com fiéis de diferentes partes do mundo. Sua experiência multicultural e sua formação na Ordem de Santo Agostinho, conhecida por seu trabalho social e educacional, são elementos que podem influenciar significativamente os rumos da Igreja Católica sob sua liderança, possivelmente seguindo algumas das linhas pastorais estabelecidas pelo Papa Francisco, mas com ênfases próprias inspiradas no legado de Leão XIII.

Os desafios que esperam o novo Papa são numerosos e complexos, desde questões internas da Igreja Católica, como a continuidade das reformas iniciadas por Francisco e o enfrentamento de escândalos de abuso sexual por parte do clero, até temas globais como a desigualdade social, crises migratórias, conflitos armados e mudanças climáticas. A escolha do nome Leão, em referência a um pontífice que foi pioneiro na abordagem das questões sociais de seu tempo, sugere que o novo papa poderá dar continuidade e talvez ampliar o engajamento da Igreja nas questões socioeconômicas contemporâneas. Leão XIV assume o comando de uma Igreja com mais de 1,4 bilhão de fiéis espalhados pelo mundo, em um momento de transformações globais aceleradas e desafios à relevância das instituições religiosas tradicionais. Sua formação multicultural, sendo americano com raízes hispânicas e experiência peruana, pode representar uma ponte entre diferentes realidades do catolicismo mundial, especialmente entre o chamado Norte Global e o Sul Global, onde se concentra atualmente a maioria dos católicos. Os próximos dias e semanas serão fundamentais para que o novo pontífice estabeleça as prioridades de seu papado e comece a formar sua equipe no Vaticano, enquanto o mundo católico e a comunidade internacional observam com atenção os primeiros sinais do que pode ser esperado do primeiro papa americano da história e do primeiro a utilizar o nome Leão em mais de 120 anos.

O significado da escolha do nome papal e os desafios do novo pontificado

A tradição de escolher um nome papal remonta a séculos de história da Igreja Católica e carrega significados teológicos e políticos importantes. No caso de Leão XIV, a conexão com Leão XIII é particularmente relevante pelo fato de este ter sido um papa que abordou questões sociais em um período de grandes transformações econômicas e industriais. A encíclica Rerum Novarum, publicada em 1891, foi um marco na posição da Igreja sobre direitos trabalhistas, justiça social e economia, temas que continuam extremamente atuais. Ao escolher este nome, Robert Francis Prevost parece sinalizar uma continuidade com as preocupações sociais manifestadas por Francisco, mas possivelmente com uma abordagem própria que pode combinar elementos da tradição norte-americana com sua experiência na América Latina. O novo papa assume o comando da Igreja em um contexto global desafiador, com guerras, crises climáticas e econômicas, além dos desafios internos de uma instituição que busca se modernizar sem perder sua identidade tradicional. Os próximos pronunciamentos e primeiras decisões do pontífice serão fundamentais para compreender o rumo que ele pretende dar ao seu papado e à Igreja Católica nos próximos anos.

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