Padre recusa batismo de bebês reborn e gera debate

Nota do padre provoca repercussão nacional.
O padre Chrystian Shankar, conhecido por seu carisma e presença ativa nas redes sociais, foi amplamente elogiado neste sábado após publicar uma nota esclarecendo que não realiza batizados ou quaisquer rituais religiosos para bebês reborn, bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos. A declaração, feita por meio de postagem em seu perfil com mais de 3,7 milhões de seguidores, veio em meio a pedidos e questionamentos de fiéis sobre o tema. O sacerdote adotou um tom bem-humorado e, ao mesmo tempo, categórico ao afirmar que casos envolvendo bonecas reborn devem ser encaminhados a psicólogos quando ultrapassam o limite saudável da brincadeira. Segundo ele, não faz sentido transferir à igreja demandas religiosas envolvendo objetos, e ressaltou que a busca por rituais mostra a necessidade de cuidado com a saúde mental. O episódio ocorreu após o aumento da procura por ritos religiosos direcionados a “mães” dessas bonecas e rapidamente viralizou, gerando uma onda de apoio entre seguidores e católicos. Muitos admiradores se manifestaram em defesa do posicionamento do padre, afirmando que tais situações fogem completamente ao propósito dos sacramentos oferecidos pela Igreja Católica e que o debate é necessário diante do crescimento dessa tendência.
O fenômeno dos bebês reborn, que conquistou o Brasil nos últimos anos, ganhou destaque não apenas por seu apelo estético, mas também pelo impacto no comportamento de colecionadores e entusiastas. Apesar de muitos enxergarem o hobby como uma prática saudável ou até com função terapêutica, especialistas alertam para o risco de confusão entre realidade e fantasia quando essa relação passa a substituir vínculos humanos e até mesmo motiva buscas por sacramentos religiosos para bonecas. Foi nesse contexto que a manifestação do padre Chrystian se tornou viral, principalmente entre internautas que compartilham o entendimento de que a fé e os ritos religiosos devem ser destinados a pessoas. A nota publicada pelo padre foi repleta de exemplos satíricos sobre possíveis solicitações, como missas de sétimo dia para bonecas e orações de libertação, ironizando o extremo a que chegou o envolvimento afetivo de alguns com as reborn. O episódio trouxe à tona discussões sobre os limites do lúdico, o papel das igrejas diante de novas demandas da sociedade e a importância do equilíbrio psicológico em tempos de relações cada vez mais mediadas por objetos.
O posicionamento do sacerdote repercutiu intensamente entre fiéis e usuários das redes sociais, que dividiram opiniões sobre o fenômeno. Entre elogios ao bom senso e ao humor do padre, também surgiram questionamentos acerca dos impactos emocionais e sociais da paixão por reborn. Muitas pessoas defenderam que, quando o envolvimento com as bonecas ultrapassa as fronteiras do colecionismo ou da finalidade terapêutica, tornando-se substitutos para relações humanas, é fundamental buscar ajuda profissional. A fala do padre lançou luz sobre um tema que vinha crescendo silenciosamente e forneceu subsídios para novos debates sobre a influência das redes, a solidão contemporânea e o uso de objetos para suprir necessidades emocionais. Além disso, a viralização de sua nota motivou uma onda de brincadeiras online, como ofertas de babás especializadas em reborn e comentários satíricos sobre “rebornfobia”, mas também abriu espaço para reflexões sérias sobre o suporte psicológico e espiritual que deve ser direcionado a quem enfrenta dificuldades emocionais.
Assim, a recusa do padre em realizar batizados ou qualquer outro rito religioso para bebês reborn concentra e amplia um debate importante sobre os limites entre fé, fantasia e saúde mental. A manifestação pública do sacerdote foi considerada, por muitos fiéis, um ponto de partida para analisar com mais profundidade o fenômeno das bonecas reborn e seus efeitos na vida cotidiana e na religiosidade de algumas pessoas. O episódio ainda ressalta a responsabilidade das lideranças religiosas em orientar os fiéis diante de novos desafios sociais, promovendo sempre o acolhimento e a busca pelo equilíbrio psicológico. Com o caso vindo à tona e gerando grande repercussão, espera-se que discussões sobre o tema possam contribuir para maior conscientização sobre a importância de distinguir práticas lúdicas de necessidades de atendimento psicológico, sem perder o respeito às individualidades e ao papel fundamental da fé na vida dos brasileiros.
Reflexão sobre os limites entre fé e fantasia
O caso protagonizado pelo padre Chrystian Shankar reforça o papel da religião como espaço de acolhimento e orientação, especialmente frente a situações inusitadas trazidas pelo mundo contemporâneo. O sacerdote, ao recusar a realização de batismos e qualquer rito voltado a bonecas reborn, deixou claro que a espiritualidade deve fortalecer a relação entre as pessoas e não entre humanos e objetos. Sua postura, louvada por muitos, indica que lideranças religiosas precisam estar atentas às novas demandas sociais, sempre promovendo o discernimento e a busca por apoio profissional quando necessário. O crescimento do fenômeno reborn exige reflexão e cautela, especialmente ao ultrapassar o campo do entretenimento ou do colecionismo, adentrando questões emocionais mais profundas, em que o acompanhamento psicológico pode ser imprescindível. Em tempos de desafios emocionais crescentes, o episódio serve de alerta para que fé e saúde mental caminhem juntas, contribuindo para o bem-estar dos indivíduos e da comunidade, sem perder o foco nos valores essenciais que fundamentam a religiosidade e o senso de pertencimento do ser humano.
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