Operação Fake Monster localiza adolescente de São Vicente por mensagens de ódio

Adolescente admite publicar discursos de ódio durante operação que desmantelou plano de ataque em show de Lady Gaga.
A Polícia Civil de São Paulo cumpriu mandados de busca e apreensão em São Vicente como parte da Operação Fake Monster, que investiga ameaças de atentado a bomba no show da cantora Lady Gaga em Copacabana. Um adolescente de 16 anos teve computador, celular e videogame apreendidos após admitir uso de perfis para disseminar mensagens de ódio, embora negasse envolvimento direto nas ameaças ao evento. A ação conjunta com o Ministério da Justiça e a Polícia Civil do Rio visou desarticular um grupo que planejava ataques com explosivos improvisados contra o público LGBTQIA+ e adolescentes durante o show realizado no sábado (3).
As investigações começaram após denúncia via Disque Denúncia em 28 de abril, que apontava grupos no Discord organizando “desafios coletivos” para ataques. A Central de Inteligência do Rio (CIVITAS) identificou recrutamento de participantes, incluindo menores, para fabricação de coquetéis molotov. Em São Paulo, além do adolescente de São Vicente, mandados foram cumpridos em Cotia e Vargem Grande Paulista, com apreensão de notebooks e dispositivos eletrônicos. O material será periciado para determinar o alcance das ações do grupo.
Operação nacional apreende dispositivos e desarticula rede de ódio
A Operação Fake Monster envolveu nove cidades, incluindo ações no Rio Grande do Sul e Mato Grosso, resultando na prisão de um homem por porte ilegal de arma em Novo Hamburgo (RS) e apreensão de adolescente no Rio por pornografia infantil. Dois focos principais emergiram: a ameaça ao show da cantora americana e a disseminação organizada de discursos contra minorias. As autoridades destacaram o uso de plataformas digitais para recrutamento e a manipulação de jovens através de retórica extremista.
Investigadores afirmam que o caso expõe novos padrões de ameaças virtuais voltadas a eventos culturais de grande visibilidade. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo reforçou a necessidade de monitoramento constante de fóruns online e colaboração interinstitucional para combater crimes digitais. As próximas etapas incluem análise forense dos dispositivos apreendidos e possível indiciamento por formação de organização criminosa e incitação à violência.