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Novo ministro da Previdência já estava ciente das fraudes no INSS

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Fraudes no INSS já eram conhecidas pelo ministério desde 2023.

O novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, participou da emblemática reunião em junho de 2023, na qual órgãos do governo federal foram diretamente alertados sobre denúncias de fraudes envolvendo descontos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS. O encontro, registrado durante a 296ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), trouxe à tona questionamentos sobre os Acordos de Cooperação Técnica firmados entre o INSS e entidades que realizam descontos em benefícios previdenciários. Na ocasião, a representante do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos destacou o aumento expressivo de relatos sobre descontos indevidos, buscando inclusive inserir o tema na pauta oficial. O pedido, segundo ata da reunião, foi negado. Mesmo após o alerta, nenhuma medida concreta foi adotada no curto prazo para coibir as possíveis irregularidades. O inquérito que apurou os fatos levou à saída do ex-ministro Carlos Lupi, evidenciando a complexidade do episódio e a pressão sobre o novo comando da pasta.

O caso ganhou destaque nacional após operações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União identificarem que as fraudes somaram impactos financeiros milionários, com prejuízos de R$ 6,3 bilhões em descontos irregulares, afetando diretamente aposentados e pensionistas de todo o país. Desde 2019, as suspeitas vinham se acumulando, mas o aumento das reclamações em 2023 acelerou as cobranças por respostas do governo. A repercussão interna levou o então ministro Carlos Lupi a ser questionado não só por órgãos de controle, mas também por representantes sindicais e pela oposição no Congresso Nacional. A postura inicial do ministério foi considerada insuficiente diante da gravidade dos fatos, situação que culminou com a criação de um novo pacote de regras de segurança para impedir futuros desvios de recursos dos beneficiários. Além disso, foram suspensos alguns acordos de descontos e aberta uma nova fase nas investigações.

No centro deste episódio, Wolney Queiroz era secretário-executivo do ministério e estava diretamente envolvido nas discussões e encaminhamentos internos. Ele assumiu o comando da Previdência nesta semana, após a saída de Lupi, transmitida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em meio a pressões políticas e críticas à condução do ministério perante a crise das fraudes no INSS. Parlamentares de oposição já encaminham pedidos de apuração para saber se houve omissão de autoridades que, mesmo cientes dos relatos, demoraram quase um ano para agir efetivamente. O fato de o novo ministro já ter conhecimento dos alertas desde 2023 coloca sob escrutínio sua capacidade de implementar mudanças efetivas na gestão do benefício social mais sensível do país. O escândalo reforça a necessidade de modernizar os mecanismos de controle, aumentar a transparência e estabelecer um canal mais direto com entidades representativas dos aposentados.

O desfecho imediato foi a nomeação de Wolney Queiroz para liderar o Ministério da Previdência Social, com a missão de restaurar a credibilidade do INSS diante da sociedade e dos órgãos de controle. O episódio deixa lições sobre a importância de respostas rápidas frente a denúncias e da permanente vigilância contra práticas irregulares que afetam milhões de brasileiros. Nos próximos meses, o foco estará na efetivação das novas regras de segurança, no fortalecimento dos sistemas de auditoria interna e no aprimoramento do diálogo institucional com sindicatos e associações. Com o processo investigativo ainda em curso, espera-se que o novo ministro imprima transparência e dedicação para que casos similares não voltem a comprometer a confiança no sistema previdenciário do Brasil.

Oposição pede afastamento de novo ministro da Previdência

Congressistas da oposição pediram sábado (3.mai.2025) o afastamento do novo ministro da Previdência, Wolney Queiroz. Uma representação foi apresentada pelo líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), à PGR (Procuradoria Geral da República).

O requerimento encaminhado à PGR por Sóstenes argumenta que Wolney Queiroz, quando atuava como secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, não teria tomado providências diante de alertas sobre o esquema fraudulento que culminou na saída de Carlos Lupi da pasta.

O deputado sustenta que a “omissão deliberada, por parte de um agente público com poder decisório e o dever de agir, revela, prima facie, conduta dolosa e negligência grave no cumprimento de suas atribuições ou ainda o que levanta indícios de conivência institucional e desvio de finalidade”.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) também pediu o afastamento imediato e a investigação do novo ministro da Previdência.

“Apontei na petição inicial o fato de que o novo ministro tinha a obrigação de combater as fraudes quando ocupava o cargo de secretário executivo como determina uma portaria do ministério com as devidas atribuições da secretaria executiva. O Sr. Wolney, conforme atas, esteve nas reuniões quando as fraudes foram comunicadas e como secretário executivo nada fez. Também vou representá-lo por prevaricação”, escreveu a senadora no X.

Perspectivas para a Previdência após denúncias de fraudes

O Ministério da Previdência Social enfrenta o desafio de reverter a imagem negativa causada pelas recentes denúncias de fraudes e pela demora na adoção de medidas corretivas. A chegada de Wolney Queiroz ao comando da pasta representa uma oportunidade para renovar práticas administrativas e criar mecanismos mais rígidos de supervisão dos acordos firmados com entidades que têm acesso aos descontos previdenciários. Nos bastidores, a equipe do novo ministro já discute a implementação de auditorias independentes, além do fortalecimento de parcerias com órgãos de controle externo, como o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral da União. Há expectativa de que sejam criados canais diretos de denúncia para os beneficiários, aliados à revisão de protocolos internos que permitam respostas mais ágeis e preventivas diante de indícios de irregularidades.

A sociedade e os órgãos de fiscalização aguardam decisões concretas sobre a responsabilização dos envolvidos, assim como sobre a devolução dos valores descontados de forma indevida dos beneficiários do INSS. O governo federal também observa com atenção a repercussão política da crise, avaliando possíveis impactos nas alianças partidárias, especialmente com o PDT, legenda à qual Carlos Lupi é ligado. De sua parte, o novo ministro destaca o compromisso com a transparência, a ética e a defesa dos direitos dos segurados da Previdência. Entre as prioridades estão a modernização tecnológica dos sistemas de controle e o aperfeiçoamento dos processos internos de concessão de benefícios, visando reduzir a exposição a fraudes e garantir mais eficiência ao atendimento ao cidadão brasileiro.

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