Nike aumenta preços nos Estados Unidos e retorna à Amazon após seis anos

Reajustes entre US$ 2 e US$ 10 afetarão roupas e equipamentos para adultos a partir da próxima semana, após seis anos sem vender na plataforma.
Gigante do esporte anuncia reajustes que entram em vigor na próxima semana.
A Nike anunciou oficialmente que implementará um aumento de preços em diversos produtos nos Estados Unidos a partir da próxima semana, além de confirmar seu retorno à plataforma Amazon após seis anos de ausência. De acordo com informações divulgadas pela empresa na quarta-feira, 21 de maio de 2025, roupas e equipamentos para adultos sofrerão reajustes entre US$ 2 e US$ 10, enquanto produtos com valores entre US$ 100 e US$ 150 terão um aumento de US$ 5. A gigante do esporte esclareceu que a decisão faz parte de seu planejamento sazonal regular, embora especialistas apontem relação com as novas tarifas de importação implementadas pelo governo do presidente Donald Trump. A empresa está sendo cuidadosa com os ajustes, mantendo inalterados os preços de itens infantis, considerando a aproximação da temporada de volta às aulas, bem como de produtos com valores inferiores a US$ 100, demonstrando sensibilidade às pressões financeiras enfrentadas pelos consumidores americanos.
Este movimento estratégico da Nike acontece em um momento de significativas mudanças no cenário do varejo norte-americano, especialmente devido às novas políticas tarifárias que têm impactado grandes importadores. A empresa, que atualmente fabrica aproximadamente metade de seus calçados na China e no Vietnã, países diretamente afetados pelas novas tarifas americanas, busca equilibrar seus custos operacionais sem comprometer excessivamente o poder de compra dos consumidores. A decisão de retornar à plataforma Amazon, após ter saído do e-commerce do gigante do comércio eletrônico em 2019 para focar em vendas diretas e lojas físicas, reflete uma reavaliação estratégica significativa da marca. Durante o período de ausência, os produtos Nike continuaram presentes na plataforma através de vendedores independentes autorizados, mas agora a empresa retomará o controle direto de suas vendas no marketplace. Esta mudança evidencia o crescente reconhecimento da importância das plataformas digitais como canais de acesso direto aos consumidores, especialmente em um contexto de constante evolução do comércio eletrônico e dos hábitos de compra dos americanos.
Os detalhes do aumento de preços revelam uma abordagem cuidadosamente planejada pela Nike para minimizar o impacto negativo sobre consumidores mais sensíveis a preço. Os reajustes serão implementados de forma escalonada, com os calçados premium com preços superiores a US$ 150 sofrendo os maiores aumentos, de até US$ 10. Notavelmente, o icônico tênis Air Force 1, que custa atualmente US$ 115, foi especificamente excluído dos reajustes, com a empresa reconhecendo sua importância como calçado de trabalho acessível e confortável para muitos americadores. Produtos da linha Jordan também receberão tratamento diferenciado, com roupas e acessórios mantendo seus preços atuais, enquanto apenas os calçados dessa linha sofrerão reajustes. A implementação dos novos preços está programada para ocorrer oficialmente até 1º de junho, embora alguns ajustes já possam começar a ser percebidos nas prateleiras durante esta semana. Em paralelo ao retorno à Amazon, a plataforma anunciou que proibirá a venda de produtos específicos da Nike por comerciantes independentes a partir de 19 de julho, reforçando a parceria direta com a marca esportiva e oferecendo um período de transição para que os vendedores afetados possam liquidar seus estoques de itens sobrepostos.
As perspectivas futuras para a Nike neste novo cenário apontam para um período de adaptação e possível reestruturação de sua estratégia de preços e distribuição no mercado americano. Analistas de mercado observam que a combinação do retorno à Amazon com os ajustes de preços reflete um movimento da empresa para otimizar sua presença no varejo digital, potencializando o alcance de seus produtos enquanto navega pelas complexidades do atual cenário econômico e comercial dos Estados Unidos. A decisão de aumentar preços, embora potencialmente impopular entre os consumidores, é vista como uma resposta necessária às pressões inflacionárias e às novas tarifas, com a Nike tentando manter um equilíbrio entre a sustentabilidade de seus negócios e a preservação de sua base de clientes. O mercado agora observará com atenção se outras grandes marcas seguirão estratégia semelhante, criando um possível efeito cascata no varejo de artigos esportivos americano. Para os consumidores, a recomendação dos especialistas é realizar compras planejadas antes da implementação completa dos aumentos, especialmente para os produtos que sofrerão os maiores reajustes, enquanto a indústria como um todo continua a se adaptar às novas realidades econômicas e comerciais do mercado norte-americano em 2025.
Impacto no mercado de varejo americano
O retorno da Nike à Amazon e o aumento de preços ocorrem em um momento em que outros grandes varejistas também anunciam mudanças estruturais. O Walmart, maior empregador privado dos EUA com cerca de 1,6 milhão de funcionários no país e 2,1 milhões globalmente, anunciou planos para cortar aproximadamente 1.500 empregos como parte de um esforço de reestruturação para simplificar suas operações. Essas demissões afetarão equipes em operações globais de tecnologia, atendimento de comércio eletrônico nas lojas locais e seu negócio de publicidade Walmart Connect. Como maior importadora do país, com cerca de 60% de suas importações provenientes da China, o Walmart também enfrenta os desafios das novas tarifas. Estas movimentações simultâneas de gigantes do varejo americano sinalizam um período de significativa transformação no setor, com empresas buscando estratégias para manter competitividade e rentabilidade em um cenário econômico desafiador marcado por novas políticas comerciais e mudanças nos padrões de consumo.