Neta é indiciada por desviar R$ 200 mil do avô em Ponta Grossa

Neta indiciada após desvio de R$ 200 mil do avô em Ponta Grossa.
Crime movimenta Ponta Grossa e expõe desconfiança familiar.
Uma mulher de 35 anos foi indiciada sob suspeita de desviar cerca de R$ 200 mil das contas bancárias do próprio avô, um idoso de 87 anos residente em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, em um caso que veio à tona no final de maio de 2025. Os desvios vieram à tona após familiares perceberem irregularidades financeiras e o próprio idoso relatar dificuldades para acessar integralmente sua aposentadoria e os valores de um precatório judicial. De acordo com as investigações conduzidas pela Polícia Civil, a mulher, que era responsável por administrar as finanças do avô desde 2021, utilizava desculpas para justificar a ausência ou redução dos valores, chegando inclusive a afirmar que os cortes se deviam a medidas do governo Lula. O caso rapidamente ganhou repercussão por envolver não apenas um crime financeiro grave contra um idoso, mas também por trazer discursos políticos à narrativa policial, causando indignação na comunidade local. A denúncia formalizada levou ao indiciamento da suspeita por estelionato majorado, crime que teve continuidade ao longo dos anos recentes e deixou marcas profundas na vida do aposentado e de sua família, que só agora busca reparação judicial diante do trauma financeiro e emocional deixado pelos acontecimentos recentes.
A apuração detalhada indica que a neta se valeu da confiança depositada nela pelo avô para assumir o controle das movimentações bancárias e, sistematicamente, transferir para suas próprias contas grande parte da aposentadoria e dos valores do precatório recebido pelo idoso. Segundo o delegado responsável, Gabriel Munhoz, os desvios começaram no momento em que a mulher passou a intermediar os saques e pagamentos do avô, justificando a retenção de valores através de supostas restrições impostas pelo governo federal. Em determinados momentos, a neta chegou a informar ao idoso que parte do dinheiro estaria sendo poupada ou que o décimo terceiro não teria sido depositado devido a cortes realizados pelo presidente Lula. O desfalque, apurado em cerca de R$ 72 mil da aposentadoria e aproximadamente R$ 109 mil do precatório, só foi descoberto quando familiares notaram pendências no pagamento de contas básicas, como IPVA atrasado, e a recorrente diminuição nos recebimentos do idoso. Apesar das evidências levantadas pela investigação, a defesa da mulher afirmou que todas as movimentações tinham ciência do avô e negou a existência de qualquer fraude.
O caso gerou forte reação na opinião pública, não apenas pelo volume financeiro envolvido, mas também pela estratégia utilizada para justificar os desvios, ao direcionar a culpa para decisões do governo federal. Essa abordagem acirrou debates sobre a vulnerabilidade de idosos em relação a golpes financeiros praticados por pessoas próximas, além de reacender discussões sobre a exploração política de temas sensíveis para ocultar ações ilícitas. O delegado Gabriel Munhoz enfatizou que a suspeita chegou a criar personagens fictícios e a se passar por funcionária de instituições bancárias para reforçar a ilusão de legalidade nas transações, embora essa versão seja negada pela defesa da investigada. O impacto da denúncia tem potencial para influenciar não apenas o desfecho judicial, mas também para motivar iniciativas de proteção financeira ao público idoso, alertando para o aumento recorrente desse tipo de crime em âmbito nacional.
Família busca justiça enquanto caso serve de alerta sobre crimes contra idosos
O desfecho do caso ainda está em andamento, mas já provocou reflexões importantes sobre a necessidade de reforço nas políticas de proteção aos idosos e maior vigilância em operações financeiras realizadas por terceiros com grau de parentesco. Com a suspeita indiciada por estelionato continuado e agravado por ter como vítima um idoso, a expectativa é de que o processo judicial possa servir de exemplo para futuros casos semelhantes, conscientizando sobre os riscos de fraudes familiares. A repercussão do caso também destaca a urgência de implementar mecanismos de educação financeira para idosos e familiares, assim como fomentar denúncias e investigações céleres. Enquanto a família do aposentado tenta superar o trauma causado tanto pela perda material quanto pela quebra de confiança, autoridades reforçam a importância do acompanhamento regular das operações financeiras de pessoas em situação de vulnerabilidade. A sociedade acompanha atenta os próximos passos do processo, que deve decidir não só sobre a responsabilização da neta, mas também sobre a necessidade de ressarcimento integral ao idoso, fortalecendo o debate público sobre segurança financeira na terceira idade.
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