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Mutirão de cirurgia de catarata resulta em cegueira de pacientes em SP

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Tragédia em mutirão de cirurgia de catarata deixa pacientes cegos no interior paulista.

Governo de São Paulo inicia investigação sobre o caso.

Um mutirão de cirurgia de catarata realizado na cidade de Taquaritinga, interior de São Paulo, resultou em uma tragédia sem precedentes na saúde pública do estado. Doze pacientes ficaram cegos ou tiveram sua visão severamente comprometida após serem submetidos ao procedimento oftalmológico no dia 21 de outubro de 2024. O incidente, que ocorreu no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) da cidade, levou o Governo do Estado de São Paulo a abrir uma investigação imediata para apurar as causas e responsabilidades. A Secretaria de Estado da Saúde, em nota oficial, informou que uma equipe técnica foi designada para avaliar os protocolos seguidos durante as cirurgias e que todos os profissionais envolvidos foram temporariamente afastados de suas funções até a conclusão das investigações. O caso gerou comoção na comunidade local e levantou sérias questões sobre a segurança e qualidade dos serviços de saúde oferecidos em mutirões médicos.

A cirurgia de catarata é um dos procedimentos oftalmológicos mais comuns e seguros realizados no mundo, com uma taxa de sucesso superior a 98%. O mutirão em Taquaritinga fazia parte de um programa estadual para reduzir a fila de espera por esse tipo de cirurgia, que afeta principalmente a população idosa. Segundo informações preliminares, os pacientes afetados, em sua maioria idosos entre 60 e 80 anos, apresentaram complicações logo após as intervenções cirúrgicas. Sintomas como dor intensa, inflamação e perda progressiva da visão foram relatados nas horas seguintes aos procedimentos. A gravidade da situação só foi completamente compreendida nos dias subsequentes, quando ficou evidente que os danos à visão dos pacientes eram permanentes ou de difícil reversão. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP) foi acionado e enviou uma equipe para acompanhar as investigações, ressaltando a importância de se esclarecer se houve falha humana, problemas com equipamentos ou contaminação de materiais utilizados nas cirurgias.

O impacto desse incidente vai muito além dos doze pacientes diretamente afetados. Familiares das vítimas relatam o trauma emocional e as dificuldades enfrentadas para adaptar a rotina às novas necessidades de seus entes queridos, agora com deficiência visual. A comunidade médica também foi abalada, com profissionais de todo o país manifestando preocupação com a possível perda de confiança da população em procedimentos oftalmológicos. Especialistas em saúde pública alertam para a necessidade de revisão dos protocolos de segurança em mutirões médicos, argumentando que a pressão por atender um grande número de pacientes em curto espaço de tempo não pode comprometer a qualidade e segurança dos procedimentos. O caso também levantou debates sobre a responsabilidade civil do Estado em situações como essa, com advogados especializados apontando para a possibilidade de ações judiciais por danos morais e materiais contra o governo estadual. A Defensoria Pública do Estado de São Paulo anunciou que está prestando assistência jurídica às famílias afetadas e que acompanhará de perto o desenrolar das investigações para garantir que os direitos dos pacientes sejam respeitados.

As perspectivas para os pacientes afetados são desafiadoras. Médicos oftalmologistas consultados sobre o caso afirmam que, dependendo da causa da perda de visão, pode haver possibilidades de tratamentos para melhorar parcialmente a condição visual de alguns pacientes. No entanto, ressaltam que em casos de danos severos à retina ou ao nervo óptico, as chances de recuperação significativa são reduzidas. O governo estadual anunciou a criação de um programa especial de acompanhamento para as vítimas, que incluirá suporte médico, psicológico e de reabilitação. Além disso, prometeu uma revisão completa dos programas de mutirões cirúrgicos em todo o estado, com a implementação de novos protocolos de segurança e controle de qualidade. Este incidente trágico serve como um alerta para todo o sistema de saúde brasileiro sobre a importância de manter rigorosos padrões de segurança, mesmo em face da pressão por reduzir filas de espera. A conclusão das investigações e as medidas que serão tomadas a partir delas serão cruciais não apenas para as famílias diretamente afetadas, mas para restaurar a confiança da população nos serviços de saúde pública e garantir que tragédias semelhantes não se repitam no futuro.