Musk alega financiamento dos EUA na eleição de Lula

Bilionário se junta a teorias sobre interferência americana.
Elon Musk, o controverso bilionário e ex-assessor do governo Trump, lançou uma acusação bombástica na quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025, alegando que o chamado “deep state” dos Estados Unidos teria financiado a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil. A declaração, feita sem apresentação de provas concretas, surge em meio a uma onda de teorias que buscam questionar a legitimidade do processo eleitoral brasileiro de 2022. Musk, conhecido por suas declarações polêmicas e sua influência nas redes sociais, utilizou sua plataforma X (antigo Twitter) para disseminar essa afirmação, que rapidamente ganhou repercussão tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
O empresário, que recentemente tem se envolvido em diversas controvérsias políticas, argumenta que existiria uma suposta conspiração envolvendo setores do governo americano para influenciar o resultado das eleições brasileiras. Segundo Musk, essa interferência teria como objetivo favorecer a vitória de Lula sobre o então presidente Jair Bolsonaro. A teoria apresentada pelo bilionário se alinha com narrativas já circulantes entre grupos de apoiadores do ex-presidente brasileiro, que desde a derrota nas urnas em 2022 têm levantado suspeitas sobre a lisura do processo eleitoral. No entanto, é importante ressaltar que até o momento nenhuma evidência concreta foi apresentada para sustentar tais alegações, que vão de encontro às declarações oficiais de observadores internacionais e autoridades eleitorais brasileiras, que atestaram a transparência e legitimidade do pleito.
As declarações de Musk ganharam rápida tração nas redes sociais e em círculos políticos conservadores, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Diversos políticos alinhados com o ex-presidente Bolsonaro rapidamente ecoaram as palavras do bilionário, utilizando-as como argumento para questionar novamente o resultado das eleições de 2022. Por outro lado, representantes do governo Lula e do Partido dos Trabalhadores (PT) reagiram com veemência, classificando as afirmações como infundadas e potencialmente danosas às relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota reafirmando a solidez das instituições democráticas brasileiras e repudiando qualquer insinuação de interferência estrangeira no processo eleitoral. Analistas políticos apontam que essas alegações podem ser parte de uma estratégia mais ampla de grupos conservadores para manter viva a narrativa de contestação dos resultados eleitorais, mesmo após mais de dois anos da realização do pleito.
As repercussões das declarações de Musk prometem se estender nos próximos dias, com possíveis desdobramentos diplomáticos e políticos. Especialistas em relações internacionais alertam para o potencial impacto negativo que tais afirmações podem ter sobre as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos, em um momento em que ambos os países buscam fortalecer laços comerciais e cooperação em áreas estratégicas. No cenário político interno brasileiro, há preocupações de que essas alegações possam alimentar ainda mais a polarização e a desconfiança nas instituições democráticas. Enquanto isso, autoridades eleitorais brasileiras reafirmam a integridade do sistema de votação eletrônica e a transparência de todo o processo eleitoral. O desenrolar desse episódio promete manter-se como um tema central no debate político brasileiro, evidenciando os desafios persistentes na consolidação da confiança no sistema democrático do país.