Míriam Leitão eleita para cadeira da ABL ocupada por Cacá Diegues

Míriam Leitão é eleita para cadeira na Academia Brasileira de Letras.
Jornalista assume cadeira de Cacá Diegues na ABL.
A jornalista e escritora Míriam Leitão foi eleita na quarta-feira (30) para ocupar a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras, tradicional instituição cultural brasileira sediada no Rio de Janeiro. Ela sucede o cineasta Cacá Diegues, falecido em fevereiro deste ano, recebendo 20 dos 34 votos possíveis dos acadêmicos presentes na votação, realizada de forma presencial e a portas fechadas. Leitão superou o ex-senador e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque, que obteve 14 votos, tornando-se a 12ª mulher a integrar o seleto grupo de “imortais” da ABL nos 128 anos de história da entidade. Jornalista há mais de cinco décadas, Leitão atua como comentarista em grandes veículos de comunicação do país e tem vasta produção literária, com 16 livros publicados entre não ficção, romance, crônica e literatura infantil. A escolha de Leitão reflete o reconhecimento de sua trajetória em defesa da democracia, da cultura e do jornalismo, valores enaltecidos pelos membros da academia durante o anúncio do resultado.
O pleito contou com a participação de outros 16 candidatos, mas apenas Míriam Leitão e Cristovam Buarque receberam votos, consolidando um processo eleitoral ágil e consensual. A cadeira 7, agora ocupada por Leitão, tem como patrono o poeta Castro Alves e já foi de figuras notáveis da cultura brasileira, reforçando sua relevância no panorama intelectual do país. Fundada em 1897 por Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras atua na preservação da língua portuguesa e do patrimônio literário nacional, sendo composta atualmente por 40 membros. A eleição da jornalista mineira amplia o número de mulheres com assento na instituição, passando agora a cinco integrantes femininas no quadro atual. A representatividade feminina na ABL segue sendo pauta relevante e comemorada por acadêmicos e pela sociedade, refletindo mudanças graduais no perfil de seus membros e ampliando a pluralidade de vozes na literatura nacional.
A trajetória de Míriam Leitão inclui premiações importantes, como o Prêmio Jabuti, conquistado em 2012 pelo livro “Saga Brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda”, além do Prêmio Intelectual do Ano – Troféu Juca Pato, em 2024, pelo livro “Amazônia na encruzilhada: o poder da destruição e o tempo das possibilidades”. Leitão também é reconhecida pelo seu posicionamento em defesa do meio ambiente, dos direitos humanos, das causas indígenas e da diversidade, assuntos que permeiam sua atuação como comentarista e escritora. A eleição de Leitão é vista como um passo significativo para a modernização da ABL, uma vez que amplia o diálogo sobre temas contemporâneos dentro da instituição. Segundo o presidente da ABL, Merval Pereira, a chegada da nova imortal fortalece a missão da entidade de proteger a cultura nacional e estimular debates sobre a língua portuguesa e questões sociais do Brasil. A repercussão da eleição foi marcada por manifestações de apoio entre acadêmicos, escritores e leitores, destacando a relevância do trabalho desenvolvido por Leitão ao longo das décadas.
Com a posse de Míriam Leitão prevista para os próximos meses, a expectativa é de que sua atuação contribua para o fortalecimento da ABL enquanto espaço de diálogo democrático e de valorização da literatura brasileira em seus múltiplos aspectos. A presença crescente de mulheres entre os imortais não apenas representa avanços institucionais, mas sinaliza um futuro mais inclusivo para o ambiente cultural brasileiro. A trajetória da nova acadêmica inspira outras gerações de escritoras, jornalistas e intelectuais do país, reafirmando o papel fundamental da representatividade e da diversidade no cenário literário. A Academia Brasileira de Letras segue com agenda de eleições para preenchimento de outras duas cadeiras, prometendo novas movimentações em seu quadro e reforçando sua importância como guardiã da tradição e da renovação no mundo das letras.
Míriam Leitão na ABL e as perspectivas para a literatura brasileira
O ingresso de Míriam Leitão na Academia Brasileira de Letras marca um momento de renovação e fortalecimento da instituição, reforçando sua missão de promover a cultura e proteger o patrimônio literário nacional. O destaque para as pautas de diversidade e igualdade de gênero, evidenciado pelo aumento do número de mulheres entre os acadêmicos, tende a estimular discussões mais amplas e inclusivas dentro da entidade. Leitão traz em seu histórico o compromisso com o debate público qualificado, o que pode contribuir para aproximar ainda mais a ABL das novas gerações de leitores e escritores no Brasil. O diálogo entre tradição e contemporaneidade será uma das marcas do seu legado na Academia, permitindo que temas atuais, como sustentabilidade e defesa dos direitos humanos, ganhem espaço no ambiente literário e intelectual do país. A expectativa é de que essa representação inspire transformações positivas e fortaleça os laços entre a sociedade brasileira e sua literatura, mantendo viva a relevância da ABL no século XXI.
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