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Metade das gestoras de fortunas vê mudança climática como risco

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Gestoras de fortunas apontam mudança climática como risco crescente.

Risco climático desafia planejamento das gestoras de fortunas.

Quase metade das gestoras de fortunas familiares está atenta ao impacto potencial das mudanças climáticas nos próximos cinco anos, revela um relatório global divulgado recentemente. Segundo o estudo, realizado com 317 clientes de family offices pelo UBS entre janeiro e abril de 2025, 48% desses gestores consideram as transformações no clima como uma das maiores ameaças aos seus objetivos financeiros no médio prazo. Esse temor, embora represente um índice expressivo, ainda fica atrás do risco de grandes conflitos geopolíticos, apontado por 61% dos entrevistados, e do receio de uma recessão global, citado por 53%. O levantamento, que abrange famílias com patrimônio líquido médio de US$ 2,7 bilhões, também destaca que as preocupações climáticas superam questões como crise no mercado financeiro e guerra comercial global. O relatório detalha ainda que, em um horizonte de 12 meses, a apreensão com as mudanças climáticas diminui, sendo mencionada por apenas 13% dos respondentes. Esse cenário reforça que os riscos ambientais têm peso crescente nas decisões estratégicas dos grandes gestores de patrimônio, principalmente ao se considerar tendências e desafios de longo prazo para a preservação e o crescimento dos ativos sob sua responsabilidade.

A preocupação das gestoras de fortunas familiares com os riscos decorrentes das mudanças climáticas se insere em um contexto internacional que vem demandando maior atenção de investidores institucionais, governos e reguladores ao tema. O sexto Global Family Office Report, responsável por apontar essa tendência, destaca um ambiente global cada vez mais marcado por incertezas geopolíticas e econômicas, no qual fatores ambientais passaram a ocupar lugar central nos debates sobre preservação de capital. O temor de desastres naturais, alterações nos padrões climáticos e eventos extremos foi impulsionado por evidências concretas de prejuízos bilionários causados por queimadas, enchentes e secas, tanto em países desenvolvidos quanto em mercados emergentes. Além disso, o relatório do UBS mostra que, para parte relevante dos family offices, os riscos ambientais caminham lado a lado com desafios tradicionais, como oscilação de mercados e mudanças regulatórias, ampliando as exigências dos gestores na busca por estratégias diversificadas e resilientes para o futuro. Essa tendência está alinhada ao crescimento das discussões sobre finanças sustentáveis e a expansão dos critérios ESG, que valorizam práticas ambientais, sociais e de governança como fatores críticos na avaliação de investimentos de médio e longo prazo.

O aprofundamento dessa análise revela que os family offices estão avançando para além do simples gerenciamento de riscos, buscando também identificar oportunidades geradas pela transição para uma economia mais sustentável. Segundo o estudo, 46% das gestoras que consideram sustentabilidade em seus investimentos avaliam as mudanças climáticas como oportunidade atraente, número superior aos 42% registrados no ano anterior. A presença de investimentos em tecnologias limpas, inovação em saúde e soluções voltadas à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas é cada vez mais frequente nos portfólios dessas famílias, com 37% dos participantes envolvidos diretamente em iniciativas de tecnologia ambiental. Por outro lado, o percentual de gestores que consideram a sustentabilidade essencial para o gerenciamento de riscos financeiros e não financeiros caiu para 33%, sinalizando um movimento de maior pragmatismo e seletividade diante das oportunidades. A busca por maior equilíbrio entre a redução de riscos e a geração de impacto positivo mostra que o engajamento climático, além de ser uma resposta aos desafios já postos pela crise ambiental, também se converte em diferencial competitivo e estratégico no mercado global de investimentos.

O cenário se desenha como um divisor de águas para o setor de gestão de fortunas familiares. A tendência observada no relatório do UBS deve ganhar ainda mais relevância nos próximos anos, à medida que eventos climáticos extremos e a pressão por políticas sustentáveis se intensificam em todo o mundo. Para os grandes gestores de patrimônio, adaptar estratégias, ampliar o olhar sobre investimentos sustentáveis e antecipar potenciais impactos ambientais devem se consolidar como práticas essenciais para a longevidade dos ativos. As perspectivas futuras indicam que o alinhamento dos portfólios com soluções inovadoras e o engajamento em práticas de impacto positivo podem não apenas proteger os ativos das famílias abastadas, mas também contribuir para o desenvolvimento sustentável global. O setor deve, portanto, aprofundar o debate sobre riscos climáticos e buscar novas sinergias entre eficiência financeira e responsabilidade socioambiental, mantendo a pauta ambiental como protagonista das decisões estratégicas na gestão de grandes fortunas.

Gestoras de fortunas fortalecem compromisso com sustentabilidade

O setor de gestão de fortunas familiares consolida, assim, uma postura mais proativa diante dos riscos e oportunidades trazidos pelas mudanças climáticas. A crescente inclusão de critérios ambientais em portfólios e a busca por instrumentos inovadores para mitigação de riscos mostram que as famílias multimilionárias estão atentas ao papel estratégico da sustentabilidade para a perpetuação do patrimônio e a geração de impacto positivo. Diante de um contexto internacional marcado por instabilidades climáticas e desafios econômicos, espera-se que a pauta ambiental permaneça no centro das atenções dos gestores de grandes fortunas, influenciando o mercado financeiro global e contribuindo para o avanço de práticas mais responsáveis e resilientes no universo dos investimentos.

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