Governo brasileiro acusa Zuckerberg de aliança com Trump e Musk contra Brasil e UE

A Meta, a empresa proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou significativas mudanças nas suas políticas de moderação de conteúdo, que refletem uma nova direção sob a liderança de Mark Zuckerberg. Em uma publicação no Instagram, Zuckerberg revelou que a empresa está encerrando seu programa de verificação de fatos, iniciado em 2016, e substituindo-o por “notas da comunidade”, um sistema inspirado na plataforma X de Elon Musk.
Neste novo modelo, a moderação de conteúdo será realizada pelos próprios usuários, que poderão adicionar notas explicativas às publicações para fornecer contexto adicional, especialmente em casos de conteúdo enganoso ou potencialmente polêmico. Zuckerberg argumentou que este sistema ajudará a reduzir a remoção acidental de postagens e contas de pessoas inocentes, embora possa resultar na identificação de menos conteúdos problemáticos.
Além disso, a Meta anunciou o fim de restrições para assuntos como migração e gênero, temas que haviam sido alvo de restrições anteriormente. Zuckerberg afirmou que essas restrições, inicialmente destinadas a promover a inclusão, acabaram sendo usadas para silenciar opiniões e excluir pessoas com ideias diferentes. A empresa também planeja promover “conteúdo cívico”, ou seja, informações com teor político-ideológico, que haviam sido reduzidas anteriormente devido a feedbacks de usuários.
A Meta também está realinhando sua estrutura geográfica para a moderação de conteúdo. As equipes responsáveis por esta tarefa serão transferidas da Califórnia para o Texas, um estado com legislação mais branda sobre o tema. Esta mudança visa construir confiança e evitar preconceitos nas equipes de moderação.
Mark Zuckerberg expressou seu entusiasmo em trabalhar com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para pressionar governos ao redor do mundo que buscam regular as redes sociais. Ele criticou a Europa por “institucionalizar a censura” e mencionou “tribunais secretos” em países latino-americanos que podem ordenar a remoção de conteúdos de forma discreta. A aliança com Trump é vista como uma estratégia para resistir à regulamentação global das redes sociais.
Para João Brant, secretário do governo Lula, o anúncio do dono da Meta “antecipa o início do governo Trump” e evidencia uma aliança da empresa com o governo americano para “enfrentar União Europeia, Brasil e outros países que buscam proteger direitos no ambiente online (na visão dele, os que ‘promovem censura’)”. Ele classificou as declarações de Zuckerberg como “fortíssima” e ressaltou o trecho em que ele diz haver na América Latina “cortes secretas” que ordenam retomada de publicações nas redes sociais. O dono da Meta não citou explicitamente o STF brasileiro, mas essa é uma das principais críticas de Elon Musk ao Supremo.
A decisão da Meta de se aliar a Trump e mudar suas políticas de moderação de conteúdo gerou críticas de especialistas, que argumentam que essas mudanças podem resultar em um ambiente digital com mais desinformação e discursos problemáticos. No entanto, para aqueles que defendem a liberdade de expressão e a redução da interferência governamental, essas mudanças podem representar um passo positivo.
Conclusão
As mudanças anunciadas pela Meta refletem um esforço para equilibrar a liberdade de expressão com a necessidade de moderação de conteúdo. Embora haja preocupações sobre o potencial aumento da desinformação, a abordagem de confiar nos usuários para fornecer contexto e a redução da intervenção governamental podem ser vistas como um passo para a maior liberdade e responsabilidade individual. Em um contexto libertário economicamente e conservador nos costumes, a ideia de que os usuários devem ter mais controle sobre o que veem e como interagem online pode ser um caminho viável para promover a diversidade de opiniões e a transparência. No entanto, será crucial monitorar os efeitos dessas mudanças para garantir que o equilíbrio entre liberdade e responsabilidade seja mantido.