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Mauro Cid declara preferir Lula a Michelle Bolsonaro como presidente em 2026

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‘Prefiro o Lula’: Ex-braço direito de Bolsonaro descartou Michelle como presidente.

Mensagens vazadas revelam críticas do ex-ajudante de ordens à ex-primeira-dama.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou em conversas no WhatsApp com o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten que “preferia” o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Michelle Bolsonaro (PL) como presidente do Brasil em 2026. As declarações surpreendentes foram reveladas na sexta-feira, 16 de maio de 2025, pelo portal UOL, que teve acesso às trocas de mensagens entre os dois aliados do ex-presidente. O diálogo ocorreu em 27 de janeiro de 2023, pouco tempo após Lula assumir seu terceiro mandato como presidente da República. A conversa começou quando Wajngarten informou a Cid que o Partido Liberal planejava lançar Michelle como candidata nas próximas eleições presidenciais caso Jair Bolsonaro ficasse inelegível – situação que de fato se concretizou meses depois, após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou o ex-presidente inelegível por oito anos. Diante da informação sobre a possível candidatura da ex-primeira-dama, Cid respondeu de forma direta e com tom jocoso: “Prefiro o Lula, hahahaha”. Wajngarten, por sua vez, concordou com a avaliação ao responder apenas “Idem”, demonstrando também reservas quanto à viabilidade política de Michelle.

As mensagens entre o ex-ajudante de ordens e o ex-secretário de Comunicação revelam uma relação aparentemente ruim de Cid com a ex-primeira-dama e levantam questões sobre as divisões internas no círculo próximo do ex-presidente Bolsonaro. A conversa sobre Michelle continuou alguns dias depois, em 31 de janeiro, quando Wajngarten informou que o PL pagaria R$ 39 mil mensais à ex-primeira-dama com a justificativa de que ela “carrega o bolsonarismo sem a rejeição do Bolsonaro”. Este comentário sugere que o partido já vinha trabalhando com a possibilidade de Michelle como alternativa eleitoral, apostando em sua popularidade entre a base bolsonarista e menor rejeição em comparação ao marido. A avaliação de Cid sobre a possível candidatura de Michelle, no entanto, foi extremamente negativa. O tenente-coronel expressou preocupação de que ela seria “destruída” caso tentasse entrar na política em um cargo de alto escalão. “Cara, se dona Michelle tentar entrar pra política, num cargo alto, ela vai ser destruída, porque eu acho que ela tem muita coisa suja… não suja, mas ela né, a personalidade dela, eles vão usar tudo contra pra acabar com ela”, afirmou o militar nas mensagens. Cid ainda criticou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, dizendo que ele “fala demais” e mencionando problemas relacionados a “documentos” e “papéis” que estariam “enrolados”. As declarações do ex-ajudante de ordens são particularmente significativas considerando sua proximidade com Bolsonaro durante todo o mandato presidencial, quando atuou como homem de confiança do então presidente, tendo acesso a informações privilegiadas e participando de momentos cruciais da gestão.

O diálogo entre os dois aliados de Bolsonaro revela ainda mais detalhes sobre as avaliações negativas que faziam da possível candidatura de Michelle. Em fevereiro de 2023, conforme as mensagens divulgadas, Wajngarten enviou a Cid uma reportagem mencionando o nome de Michelle sendo considerado para uma candidatura ao Senado. O ex-secretário relatou ter questionado diretamente Bolsonaro se ele tinha dado anuência para tal candidatura, expressando sua opinião de que colocar o nome da ex-primeira-dama para disputas eleitorais não traria benefício algum, resultando apenas em “matérias negativas”. Mauro Cid concordou com essa avaliação e foi além em suas críticas, afirmando que Michelle Bolsonaro “tem muito furo” e “muita coisa pra queimar, inclusive do passado”. Essas declarações sugerem que ambos acreditavam haver vulnerabilidades na biografia da ex-primeira-dama que poderiam ser exploradas pelos adversários em uma eventual campanha eleitoral. A divulgação dessas mensagens ocorre em um momento em que pesquisas recentes de intenção de voto para 2026, como a realizada pelo instituto Paraná Pesquisas divulgada em 22 de abril de 2025, mostram Michelle tecnicamente empatada com Lula em um cenário de disputa presidencial. De acordo com os dados, Lula aparece com 33,7% das intenções de voto contra 31,7% de Michelle, dentro da margem de erro de 2,2 pontos percentuais. Já em outro cenário, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), substituindo Michelle como principal nome da direita, Lula levaria vantagem.

As revelações sobre as opiniões de Cid e Wajngarten certamente causarão impacto no planejamento eleitoral do PL para 2026, especialmente considerando que o partido tem trabalhado com a hipótese de Michelle como alternativa viável para a continuidade do projeto político bolsonarista. A candidatura da ex-primeira-dama ganhou força após a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, que apesar de impedido de concorrer, ainda mantém considerável capital político, como demonstra a pesquisa espontânea mencionada anteriormente, onde aparece como opção com maior votação (18,2%), ligeiramente à frente de Lula (17,2%). Os desdobramentos dessas mensagens vazadas podem influenciar diretamente as articulações políticas do campo conservador para as próximas eleições presidenciais, especialmente por virem de figuras que estiveram no núcleo do poder durante o governo Bolsonaro. Cid, em particular, era considerado um homem de extrema confiança do ex-presidente, o que torna suas declarações ainda mais significativas. Resta saber como o PL e a própria Michelle Bolsonaro reagirão a essas revelações e se isso afetará os planos do partido para posicioná-la como principal nome da direita na corrida presidencial de 2026. O episódio também levanta questões sobre possíveis fissuras no grupo político que cercava o ex-presidente, indicando que a construção de uma candidatura competitiva para o campo conservador pode enfrentar desafios não apenas externos, mas também dentro do próprio movimento bolsonarista.

Impacto das revelações no cenário eleitoral para 2026

As declarações do tenente-coronel Mauro Cid surgem em um momento crucial para o planejamento das forças políticas visando as eleições presidenciais de 2026. Enquanto o Partido Liberal busca consolidar Michelle Bolsonaro como alternativa viável na ausência de Jair Bolsonaro no pleito, as críticas vindas de um ex-integrante do núcleo duro do governo anterior podem representar um obstáculo significativo para esta estratégia. As pesquisas eleitorais recentes mostram um cenário competitivo entre Lula e Michelle, o que evidencia que, apesar das reservas expressas por Cid e Wajngarten nas mensagens vazadas, a ex-primeira-dama possui capital político considerável. Nos próximos meses, será possível avaliar se estas revelações terão impacto duradouro nas articulações políticas ou se serão apenas um episódio passageiro no longo caminho até as eleições presidenciais do próximo ano.