Portal Rádio London

Seu portal de músicas e notícias

Marco Rubio defende uso de energia de Itaipu para impulsionar IA nos EUA

Compartilhar:

Secretário de Trump sugere usar energia de Itaipu para alimentar IA.

Secretário de Estado americano vê oportunidade no excedente energético paraguaio.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, defendeu na terça-feira (20 de maio de 2025) que a energia hidrelétrica excedente produzida pelo Paraguai na usina de Itaipu Binacional deveria ser direcionada para o desenvolvimento da indústria de inteligência artificial. Durante apresentação à Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, onde compareceu para discutir o Orçamento do país para 2026, Rubio destacou que o Paraguai enfrenta uma situação peculiar após o término do acordo de longo prazo com o Brasil para fornecimento de energia. “O Paraguai estava em um acordo de longo prazo com o Brasil. Esse negócio agora expirou e eles estão tentando descobrir o que fazer com 50% de eletricidade gerada por energia hidrelétrica que não vão mais para o Brasil”, afirmou o secretário, apontando uma oportunidade estratégica para os Estados Unidos se posicionarem como parceiros do país sul-americano neste momento de redefinição do uso de seus recursos energéticos. A declaração ocorre em um contexto de crescente demanda energética global para alimentar as tecnologias de inteligência artificial, setor que tem se tornado cada vez mais estratégico para as principais potências mundiais e que requer quantidades expressivas de energia para sustentar seus centros de processamento de dados e infraestruturas computacionais de alta performance, elementos essenciais para o treinamento e funcionamento de modelos avançados de IA.

A proposta de Rubio reflete uma preocupação crescente do governo americano com a capacidade energética necessária para sustentar o desenvolvimento tecnológico nos próximos anos, especialmente no campo da inteligência artificial. Durante sua apresentação, o secretário de Estado, que serviu como senador pela Flórida de 2010 a 2025 e foi integrante sênior da Comissão de Relações Exteriores, enfatizou que os Estados Unidos precisam estar presentes nas negociações sobre o destino da energia paraguaia. “Precisamos estar na mesa para ter essas conversas, não só sobre qual é o nosso papel na energia, mas como investimos ou fazemos parcerias com países que têm esse suprimento de energia”, argumentou Rubio, destacando a importância estratégica de garantir fontes energéticas confiáveis e abundantes para o desenvolvimento tecnológico americano. O secretário também alertou que a crescente demanda por energia para alimentar tecnologias de IA colocará “pressão” em todos os países produtores, já que o consumo global de recursos energéticos tende a aumentar significativamente nos próximos anos. A Itaipu Binacional, construída na fronteira entre Brasil e Paraguai, é uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo e representa uma fonte de energia limpa e renovável que poderia ser estrategicamente aproveitada para impulsionar o desenvolvimento da indústria de inteligência artificial, setor que demanda enormes quantidades de energia para operar seus centros de processamento de dados.

O posicionamento do secretário de Estado americano surge em um momento de renegociação dos termos do acordo energético entre Brasil e Paraguai, após o vencimento do contrato anterior que regulava a distribuição da energia gerada pela usina binacional. Historicamente, o Paraguai sempre consumiu apenas uma pequena fração da energia que lhe corresponde pela participação na hidrelétrica, vendendo o excedente ao Brasil. Com o fim desse acordo, abre-se uma janela de oportunidade para novos arranjos comerciais e parcerias internacionais. “Alguém, se for inteligente, vai descer para o Paraguai e abrir uma indústria de IA”, concluiu Rubio, sugerindo que o país sul-americano poderia se transformar em um importante hub para o desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial, aproveitando sua abundante disponibilidade de energia limpa e renovável. A declaração de Rubio também reflete a estratégia do governo de Donald Trump de buscar garantir vantagens competitivas para os Estados Unidos no cenário geopolítico global, especialmente em setores considerados estratégicos como o desenvolvimento tecnológico. Durante a mesma sessão no Senado, o secretário de Estado também defendeu cortes em questões relacionadas às relações exteriores e apoiou o diálogo estabelecido por Trump com a Rússia, sinalizando uma continuidade na política externa da atual administração republicana de priorizar interesses estratégicos americanos em suas relações diplomáticas.

As declarações de Marco Rubio revelam uma estratégia mais ampla dos Estados Unidos para garantir o acesso a recursos energéticos suficientes para sustentar o desenvolvimento da indústria de inteligência artificial, considerada vital para a segurança nacional e competitividade econômica do país nas próximas décadas. A busca por parcerias energéticas estratégicas, como a sugerida com o Paraguai, indica uma preocupação crescente com a escassez de recursos para alimentar as tecnologias avançadas que demandam quantidades cada vez maiores de energia. “Não produzimos energia global suficiente para a demanda de inteligência artificial”, reconheceu o secretário durante sua apresentação, destacando um dos principais desafios para o avanço tecnológico americano nos próximos anos. A possibilidade de utilizar a energia excedente do Paraguai para impulsionar a indústria de IA poderia representar uma solução parcial para esse problema, estabelecendo uma parceria mutuamente benéfica entre os dois países. Para o Paraguai, a proposta americana poderia significar uma oportunidade de diversificar seus parceiros comerciais e maximizar os benefícios econômicos de seus recursos energéticos, potencialmente transformando o país em um importante centro regional de tecnologia avançada. Nos próximos meses, espera-se que autoridades americanas e paraguaias iniciem conversações mais concretas sobre possíveis parcerias no setor energético, em um movimento que poderá redefinir as relações econômicas e tecnológicas entre os dois países e impactar significativamente o desenvolvimento da indústria de inteligência artificial nas Américas.

Impactos da proposta para relações Brasil-Paraguai

A proposta do secretário de Estado americano ocorre em um momento delicado nas relações entre Brasil e Paraguai, que estão renegociando os termos da parceria energética na usina binacional de Itaipu. Para analistas da região, o interesse americano pode fortalecer a posição paraguaia nas negociações com o Brasil, potencialmente elevando o valor da energia e criando novas dinâmicas geopolíticas na América do Sul. A entrada dos Estados Unidos como potencial parceiro energético do Paraguai representa um novo capítulo nas relações diplomáticas e comerciais da região, com possíveis desdobramentos para acordos de cooperação tecnológica, investimentos em infraestrutura e alianças estratégicas que poderão moldar o futuro desenvolvimento econômico dos países envolvidos. O Brasil, que historicamente dependeu da energia paraguaia para abastecer sua região sudeste, agora pode enfrentar a necessidade de reformular sua estratégia energética e suas relações com o país vizinho, considerando este novo elemento na equação geopolítica regional. As próximas semanas serão cruciais para determinar como esse novo cenário se desenvolverá e quais serão suas implicações para o futuro energético e tecnológico da América do Sul.