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Marçal ironiza projeto de teleférico de Nunes para Brasilândia

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Ex-candidato critica plano milionário da prefeitura.

O influenciador e ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), não perdeu a oportunidade de ironizar o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) após o anúncio de um estudo para implementação de um teleférico na Brasilândia, zona norte da capital paulista. O projeto, orçado em aproximadamente R$ 1 bilhão, foi revelado pela gestão municipal como uma solução para melhorar a mobilidade na região, conhecida por seu relevo acidentado e dificuldades de acesso. Marçal, que havia proposto ideia semelhante durante a campanha eleitoral de 2024 e foi duramente criticado por Nunes na época, utilizou suas redes sociais para comentar sarcasticamente sobre a mudança de postura do prefeito, afirmando que este estaria “amadurecendo como pessoa e reconhecendo os seus erros”.

O estudo em questão, conduzido pela SP Urbanismo, empresa pública da Prefeitura de São Paulo, prevê a construção de uma linha de teleférico com 4,6 km de extensão, conectando a Avenida Cantídio Sampaio ao CEU Paz. O sistema proposto teria cabines com capacidade para dez pessoas, operando a uma velocidade média de 18 km/h, e poderia transportar até 3.210 passageiros por hora em cada sentido. A justificativa para o projeto se baseia na topografia desafiadora da Brasilândia, que dificulta a implementação de outras soluções de transporte público convencional. O prefeito Ricardo Nunes defendeu a proposta, argumentando que ela se diferencia da ideia de Marçal por ser mais pontual e adequada ao relevo específico da região, em contraste com o “cinturão” proposto pelo ex-candidato, que Nunes classificou como “absolutamente impróprio para o relevo da cidade”.

A polêmica em torno do projeto do teleférico remonta à campanha eleitoral de 2024, quando Nunes criticou veementemente a proposta similar de Marçal, chegando a afirmar que “aqui não é Disneylândia, nem Playcenter para fazer teleférico”. O prefeito também classificou a ideia como um “plano mirabolante” durante um encontro com candidatos a vereador em julho daquele ano. A aparente mudança de posição de Nunes gerou reações diversas, não apenas de Marçal, mas também de outros atores políticos e da sociedade civil. A vereadora Sandra Santana (MDB), que afirma discutir a possibilidade de implementação de um teleférico na Brasilândia desde 2023, defendeu o projeto como uma solução viável para os problemas de mobilidade do bairro. Segundo ela, o sistema poderia reduzir significativamente o tempo de deslocamento dos moradores, oferecendo “no mínimo, 1,5 hora a mais pra vida dessas pessoas”.

O debate sobre a viabilidade e a necessidade do teleférico na Brasilândia levanta questões importantes sobre mobilidade urbana, investimento público e prioridades na gestão municipal. Enquanto a prefeitura argumenta que o projeto pode transformar a qualidade de vida dos moradores da região, críticos questionam o alto custo estimado e a possibilidade de alternativas mais econômicas. A experiência de outras cidades brasileiras com sistemas semelhantes, como o teleférico do Complexo do Alemão no Rio de Janeiro, que enfrentou problemas de manutenção e ficou inoperante por anos, também é lembrada no debate. A prefeitura de São Paulo afirma que o estudo de viabilidade técnica ainda está em andamento e que serão consideradas opções de financiamento, incluindo parcerias com a iniciativa privada. O desenrolar desse projeto promete manter-se como um tema central nas discussões sobre desenvolvimento urbano e políticas públicas na maior cidade do Brasil, com potenciais impactos significativos para a mobilidade e a qualidade de vida na periferia paulistana.

Perspectivas para o futuro do transporte na periferia paulistana

A proposta do teleférico na Brasilândia representa um ponto de inflexão no debate sobre soluções inovadoras para o transporte público em áreas de urbanização complexa. Enquanto a administração municipal avança com os estudos técnicos e econômicos, a sociedade civil e especialistas em urbanismo aguardam mais detalhes sobre o projeto, sua viabilidade e seu potencial impacto na rotina dos moradores da região. O desfecho dessa discussão poderá influenciar futuras políticas de mobilidade urbana não apenas em São Paulo, mas em outras grandes cidades brasileiras que enfrentam desafios semelhantes de integração e acessibilidade em áreas periféricas. A implementação bem-sucedida de um sistema de teleférico na Brasilândia poderia servir como um modelo para outras intervenções urbanas, promovendo uma reflexão mais ampla sobre o papel de tecnologias alternativas na construção de cidades mais inclusivas e eficientes.