Macron afirma que não quer desencadear uma Terceira Guerra Mundial com apoio à Ucrânia

Presidente francês defende ajuda limitada para evitar escalada do conflito.
O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou na quarta-feira, 14 de maio de 2025, que a Europa tem limitado sua ajuda à Ucrânia para evitar uma escalada que possa desencadear um conflito mundial. Durante pronunciamento oficial, o líder francês esclareceu sua posição sobre o envio de tropas europeias ao território ucraniano, enfatizando que qualquer apoio militar deve ser cuidadosamente calculado para não provocar uma reação desastrosa por parte da Rússia. Macron tem defendido uma postura firme contra a agressão russa, porém equilibrada o suficiente para evitar uma confrontação direta entre potências nucleares. Esta declaração ocorre em um momento crítico do conflito, quando a Europa tenta encontrar meios de auxiliar Kiev sem cruzar linhas vermelhas que poderiam transformar a guerra regional em um conflito de proporções globais. Além disso, o presidente francês reafirmou que a primeira garantia de segurança para a Ucrânia seria um exército nacional forte, capaz de dissuadir futuros ataques russos, mesmo sem a entrada do país na OTAN. A posição de Macron reflete uma crescente preocupação entre líderes europeus sobre como manter o apoio à Ucrânia enquanto lidam com a mudança na política externa americana e a crescente agressividade russa em diversas frentes.
O contexto desta declaração é particularmente relevante, considerando que em março deste ano, Macron já havia alertado que a Rússia estava transformando o conflito ucraniano em um “conflito mundial” através de diversas táticas que vão além do campo de batalha, incluindo assassinatos de opositores fora das fronteiras russas, manipulação eleitoral na Romênia e Moldávia, ataques cibernéticos contra hospitais europeus e campanhas de desinformação nas redes sociais. A perspectiva do presidente francês sobre o envio de tropas à Ucrânia evoluiu nos últimos meses, passando da sugestão de que forças europeias poderiam ser enviadas para garantir o cumprimento de um eventual acordo de paz, para uma posição mais cautelosa que enfatiza a necessidade de evitar uma escalada descontrolada do conflito. Esta mudança de tom ocorre em um cenário internacional cada vez mais tenso, com pesquisas indicando que o temor de uma Terceira Guerra Mundial nunca foi tão forte entre os europeus, especialmente após o constrangedor encontro entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky em Washington, que sinalizou uma possível interrupção do apoio americano à Ucrânia. A Comissão Europeia, por sua vez, tem buscado fortalecer a capacidade defensiva do bloco, propondo recentemente um novo empréstimo conjunto de 150 bilhões de euros para financiar a defesa dos países membros, dentro de um plano mais amplo de 800 bilhões de euros para impulsionar as capacidades defensivas europeias.
Em seu pronunciamento mais recente, Macron elaborou sua visão sobre o que aconteceria caso Kiev e Moscou alcançassem um acordo de paz, enfatizando que “a primeira garantia de segurança é um exército ucraniano sólido” para dissuadir o Kremlin de voltar a atacar. O presidente francês defendeu a continuidade dos esforços para “formar, equipar e acompanhar” as forças armadas ucranianas como forma de garantir uma paz duradoura. Considerando que a Ucrânia não ingressará na OTAN no curto prazo, Macron sugeriu uma alternativa que envolveria “forças de resseguro longe da linha da frente, em operações conjuntas”, sem que estas estivessem diretamente envolvidas em combates. Esta proposta representa uma tentativa de equilibrar o apoio ocidental à Ucrânia com a necessidade de evitar uma confrontação direta com a Rússia. O líder francês também abordou a possibilidade de Moscou rejeitar propostas de cessar-fogo, garantindo que seriam aplicadas “sanções massivas” contra o regime de Putin, embora não tenha fornecido detalhes específicos sobre a natureza destas sanções. Macron afirmou que caso a Rússia não respeite a proposta de cessar-fogo de trinta dias apresentada por Kiev e seus aliados, seria necessário avançar com sanções “nos próximos dias, em estreita colaboração com os EUA”, visando pressionar Moscou a retornar à mesa de negociações.
A posição cautelosa de Macron sobre o envio de tropas reflete uma crescente preocupação com a possibilidade de escalada do conflito, especialmente após sua declaração anterior de que “seria uma loucura permanecer como espectador” diante da ameaça russa. O presidente francês tem buscado liderar uma resposta europeia coordenada à guerra na Ucrânia, consciente de que a dependência do apoio americano pode ser problemática considerando a possível mudança na política externa dos EUA. Ao afirmar que “a guerra deve cessar e a Ucrânia deve estar na melhor situação possível para entrar nas negociações”, Macron sinaliza um caminho para a resolução do conflito que evite tanto a rendição ucraniana quanto uma escalada para um confronto global. A tensão entre o desejo de apoiar Kiev e o medo de provocar uma Terceira Guerra Mundial tem sido uma constante nas discussões estratégicas europeias, com pesquisas recentes indicando níveis recordes de apreensão entre os cidadãos do continente. O futuro da segurança europeia parece cada vez mais depender da capacidade dos líderes do continente de encontrar um delicado equilíbrio entre o apoio à resistência ucraniana e a prevenção de uma catástrofe global, um desafio que Macron tem tentado enfrentar com uma combinação de firmeza diplomática e cautela militar.
Perspectivas para a resolução do conflito dependem de negociações e garantias de segurança
A abordagem de Macron para o conflito ucraniano demonstra uma estratégia de longo prazo que busca não apenas o fim das hostilidades, mas também garantias duradouras para a segurança do país invadido. Ao enfatizar a necessidade de um exército ucraniano forte e a possibilidade de forças internacionais de garantia após um acordo de paz, o presidente francês está delineando um caminho para uma solução que possa ser aceitável tanto para Kiev quanto para seus aliados ocidentais, sem provocar uma escalada incontrolável do conflito. As próximas semanas serão cruciais para determinar se esta abordagem encontrará respaldo entre os demais líderes europeus e se a Rússia estará disposta a considerar um cessar-fogo como primeiro passo para negociações mais abrangentes. Enquanto isso, a população europeia continua a acompanhar os desenvolvimentos com apreensão, consciente de que as decisões tomadas agora podem determinar não apenas o destino da Ucrânia, mas também a configuração futura da segurança em todo o continente e, potencialmente, a estabilidade global.