Lula Sanciona Reforma Tributária com Novas Regras de Impostos; alíquota inicial fica em torno de 28%

Detalhes da Sanção Presidencial.
No dia 16 de janeiro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei complementar que regulamenta a reforma tributária, um marco significativo na política fiscal do país. A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto e marca o início de uma nova era na tributação sobre consumo. A reforma, originada do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, aprovado em dezembro pelo Congresso, traz várias inovações importantes.
A sanção presidencial foi um passo crucial após a aprovação do projeto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. O projeto eliminou a cumulatividade tributária, simplificou as regras de tributação e proporcionou previsibilidade à arrecadação. Além disso, a nova legislação zera o imposto sobre itens da cesta básica, um gesto que visa aliviar a carga tributária sobre os produtos essenciais para a população.
A reforma tributária substituirá gradualmente os impostos existentes, como PIS, COFINS, IOF-Seguros, IPI, ICMS e ISS, por dois novos impostos: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). O IBS será de competência compartilhada entre estados, municípios e o Distrito Federal, enquanto a CBS será de competência da União.
Outra inovação significativa é a introdução do princípio da não cumulatividade, onde as operações anteriores geram créditos que podem ser abatidos nas operações posteriores. Isso deve evitar distorções nas decisões de consumo e na organização da atividade econômica, promovendo a neutralidade tributária.
“A Reforma Tributária: Um Passo em Frente, Mas Ainda Longe da Solução Ideal”
A sanção da reforma tributária representou um avanço significativo na busca por um sistema tributário mais eficiente e justo no Brasil. No entanto, a nova legislação, embora promissora, não aborda de forma contundente a questão central da alta carga tributária que pesa sobre os contribuintes brasileiros.
A promessa de simplificação do sistema tributário e a eliminação da cumulatividade são louváveis, mas não são suficientes para aliviar o fardo dos impostos sobre a população e as empresas. A carga tributária brasileira, uma das mais elevadas do mundo, continua a sufocar a economia, inibindo o investimento e a geração de empregos.
A reforma, ao substituir diversos impostos por poucos, pode até reduzir a burocracia, mas não garante a redução da carga tributária total. A experiência histórica mostra que a tentação de aumentar a arrecadação é grande, e a simplificação do sistema pode ser utilizada como justificativa para novas majorações.
É preciso ter em mente que a alta carga tributária não apenas impacta o bolso dos contribuintes, mas também distorce a economia, incentiva a informalidade e agrava a desigualdade social. Os setores produtivos, especialmente as pequenas e médias empresas, são os mais afetados pela complexidade e pela alta carga tributária, o que dificulta a competitividade e a geração de empregos.
A reforma tributária é um passo importante, mas é fundamental que o debate sobre a reforma tributária se aprofunde, buscando soluções mais eficazes para reduzir a carga tributária, simplificar o sistema e garantir a justiça fiscal. É preciso que o governo e o Congresso Nacional tenham a coragem de enfrentar os interesses corporativos e os privilégios fiscais que perpetuam um sistema tributário injusto e ineficiente.
Em resumo, a reforma tributária é um avanço, mas não é a solução definitiva para os problemas do sistema tributário brasileiro. A busca por um sistema tributário mais justo e eficiente exige um debate aprofundado e a implementação de medidas mais radicais para reduzir a carga tributária e simplificar o sistema