Portal Rádio London

Seu portal de músicas e notícias

Lula relembra recusa de tornozeleira eletrônica durante prisão

Compartilhar:

Presidente reafirma posição sobre período de detenção.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva relembrou recentemente sua recusa em aceitar o uso de tornozeleira eletrônica durante o período em que esteve preso em Curitiba, entre 2018 e 2019. Em discurso proferido na cidade de João Pessoa, Paraíba, Lula afirmou categoricamente que não trocaria sua dignidade pela liberdade, reiterando sua posição de inocência frente às acusações que o levaram à prisão. O petista, que cumpriu 580 dias de detenção na sede da Polícia Federal em Curitiba, disse ter rejeitado a proposta de cumprir o restante da pena em regime domiciliar com o uso do dispositivo eletrônico. “Minha canela não é canela de pombo”, declarou o presidente, em uma frase que sintetiza sua resistência ao que considerava uma injustiça.

A declaração de Lula se insere em um contexto mais amplo de críticas à Operação Lava Jato e ao processo judicial que culminou em sua condenação. O presidente caracterizou sua prisão como uma “sacanagem muito grande” e afirmou que a proposta de acordo para deixar a carceragem foi uma tentativa de impedi-lo de se candidatar novamente à presidência da República. Esta narrativa tem sido recorrente nos discursos de Lula desde sua libertação e, especialmente, após a anulação de suas condenações pelo Supremo Tribunal Federal em 2021. A menção à “canela de pombo” tornou-se emblemática, sendo frequentemente repetida pelo presidente como símbolo de sua resistência e convicção de inocência.

O episódio da recusa da tornozeleira eletrônica ganhou novo fôlego no debate público, especialmente após Lula reassumir a presidência em 2023. Seus apoiadores veem na atitude um ato de coragem e princípio, enquanto críticos argumentam que a recusa poderia ter antecipado sua liberdade. A discussão sobre o uso de tornozeleiras eletrônicas e alternativas à prisão em regime fechado também foi reavivada, levantando questões sobre a eficácia e a humanidade do sistema penal brasileiro. Além disso, o caso de Lula trouxe à tona debates sobre a politização do judiciário e os limites da justiça em casos de grande repercussão política. A menção recorrente a este episódio pelo presidente serve não apenas como uma reafirmação de sua posição pessoal, mas também como uma crítica ao que ele e seus aliados consideram ter sido uma perseguição judicial com motivações políticas.

As declarações de Lula sobre sua experiência na prisão e a recusa da tornozeleira continuam a repercutir no cenário político brasileiro, alimentando discussões sobre reforma do sistema judiciário e a necessidade de garantias contra o que alguns setores da sociedade veem como uso político do aparato legal. O presidente tem utilizado estas memórias como parte de um discurso mais amplo sobre a importância da democracia e do Estado de Direito, frequentemente contrastando sua experiência com sua atual posição de liderança do país. À medida que o debate sobre o legado da Operação Lava Jato e seus desdobramentos políticos prossegue, a narrativa de Lula sobre sua prisão e subsequente retorno ao poder permanece como um elemento central na polarizada paisagem política brasileira, influenciando percepções sobre justiça, poder e resistência no contexto nacional.