Lula promove mudanças significativas no Alto Comando do Exército, renova mais da metade dos membros e afasta figuras ligadas à gestão Bolsonaro

Desde o início da gestão do presidente Lula, o Alto Comando do Exército brasileiro tem passado por significativas mudanças estruturais e de perfil. Sob a liderança do general Tomás Paiva, que assumiu a chefia da Força em 21 de janeiro de 2023, mais da metade dos membros do Alto Comando já foram renovados. Essa renovação inclui a substituição de nove dos 16 integrantes do colegiado, refletindo uma transição de perfil e confiança, especialmente após os atos de 8 de janeiro de 2023, que geraram uma crise de confiança entre militares e o governo.

As promoções no Exército ocorrem de acordo com critérios de mérito e relacionamento, com as decisões finais sendo tomadas pelo Alto Comando. O grupo é composto por 16 generais de quatro estrelas, que alcançam o topo da carreira militar e permanecem no posto por quatro anos. A seleção para esses postos envolve uma análise cuidadosa do desempenho profissional dos oficiais, com foco em sua capacidade de comandar outros generais e contribuir para a Força.

A relação entre o governo e as Forças Armadas parece mais estável sob a gestão de Lula, com esforços para pacificação e colaboração estratégica. O presidente tem prestigiado eventos militares e oferecido recursos significativos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para projetos estratégicos da Defesa. Além disso, as negociações para a colaboração dos militares no ajuste fiscal estão ocorrendo de forma cuidadosa, evitando o recrudescimento das tensões.

O Alto Comando também está avaliando a possibilidade de promover a primeira mulher a general no Exército brasileiro em 2025, um marco histórico que refletiria a busca pela inclusão e modernização da instituição. Essa decisão depende da análise cuidadosa dos critérios pelos membros do Alto Comando e pode significar um avanço significativo em direção à igualdade de gênero nas Forças Armadas.

Paralelamente, o Exército está preparando outras mudanças significativas, incluindo a adoção de um novo slogan após mais de duas décadas utilizando o famoso “Braço Forte, Mão Amiga”. O novo slogan é esperado para refletir valores como inclusão, tecnologia e sustentabilidade, alinhando a instituição com as demandas contemporâneas. Além disso, o alistamento militar feminino, que será iniciado em 2025, permitirá que mulheres se alistem voluntariamente nas Forças Armadas, expandindo as oportunidades para o talento feminino.

 Conclusão

As mudanças no Alto Comando do Exército e as iniciativas de modernização e inclusão refletem um esforço para alinhar a instituição com os desafios do século XXI. No entanto, é crucial que essas mudanças sejam implementadas de maneira a preservar a disciplina e a eficiência que sempre caracterizaram as Forças Armadas. A promoção baseada em mérito e a manutenção de critérios rigorosos são essenciais para garantir que a instituição continue a servir ao país de forma eficaz. Além disso, a abertura de oportunidades para o talento feminino e a diversificação da força de trabalho devem ser feitas de maneira a respeitar as tradições e os valores que sustentam a instituição militar, garantindo assim a continuidade de sua missão com integridade e eficácia.