Lula é cobrado por promessa feita em 2009 sobre Polícia Ferroviária Federal

Lula enfrenta cobrança pública por promessa não cumprida sobre Polícia Ferroviária Federal.
Cobrança marca evento do Novo PAC no Rio de Janeiro.
Em um evento realizado na manhã de terça-feira, 15, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi cobrado publicamente por uma promessa não cumprida que data de 2009, durante seu segundo mandato. A ocasião reuniu autoridades e populares para acompanhar o andamento das obras de duplicação da Serra das Araras, parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). O momento de cobrança veio de Isaias Nascimento Cardoso, representante de aprovados para a criação da Polícia Ferroviária Federal, que, sem estar no palanque de autoridades, pediu a palavra e lembrou Lula do compromisso firmado há 16 anos de regulamentar a força de segurança prevista desde 1988 na Constituição. A intervenção ocorreu enquanto Lula discursava sobre a necessidade de retomar obras paradas deixadas por gestões anteriores, reforçando o papel do Novo PAC no desenvolvimento da infraestrutura nacional e o combate às “irresponsabilidades administrativas” do passado. O presidente ouviu atentamente e reconheceu que o tema é fundamental, prometendo buscar o vídeo que registrou a promessa feita em 2009, mas não respondeu à imprensa sobre a demanda em aberto.
A cobrança expôs uma questão histórica para a categoria de policiais ferroviários, que aguardam há décadas a efetivação da regulamentação de suas atividades. A promessa original de Lula, feita em 2009, durante inauguração de obras do PAC em Nova Iguaçu, dava esperança de que a regulamentação estava próxima, com trâmites avançados nos ministérios competentes. Após aquela declaração, no entanto, o processo ficou parado, mesmo com avanços pontuais, como a formalização de listas de profissionais aptos em 2012, já no governo Dilma Rousseff. Ainda assim, a Polícia Ferroviária Federal continua apenas no papel, sem ter sido incorporada oficialmente à estrutura nacional de segurança pública. O episódio durante a visita presidencial reavivou o debate sobre o papel do governo federal na regulamentação de corporações essenciais e na valorização da segurança pública no contexto do transporte ferroviário, especialmente diante das recentes discussões sobre integração dos modais de transporte defendidas pelo próprio Lula.
O impacto imediato do episódio foi dar visibilidade à demanda dos profissionais das estradas de ferro e aumentar a pressão social e política sobre o governo federal para avançar na regulamentação prevista há tanto tempo. A discussão ocorre em paralelo à tramitação da PEC da Segurança Pública, apresentada pelo ministro Ricardo Lewandowski, que propõe a criação da Polícia Viária Federal, unificando a atuação da Polícia Rodoviária Federal com a Polícia Ferroviária e expandindo a fiscalização para hidrovias e ferrovias. Parlamentares de oposição ao Palácio do Planalto avaliam estratégias para barrar ou desgastar a proposta, enquanto o governo busca articulação para garantir sua aprovação. A questão da segurança nas estradas e ferrovias brasileiras ganha ainda mais relevância diante do esforço para concluir obras estruturantes, como a duplicação da Serra das Araras, que deve receber R$ 1,5 bilhão em investimentos federais e tem expectativa de reduzir drasticamente acidentes naquele trecho. O evento também revelou como o Novo PAC é visto pelo atual governo como ferramenta para corrigir problemas da administração pública e modernizar a infraestrutura do país, inclusive no transporte intermodal, unindo rodovias e ferrovias em benefício da economia nacional.
O desfecho da cobrança pública do presidente sugere que a pressão por parte dos representantes da Polícia Ferroviária Federal e de setores ligados à infraestrutura será crescente nos próximos meses. O episódio ressalta a importância de ações concretas para além das declarações públicas e aponta para a necessidade de diálogo efetivo entre governo e categorias profissionais cujas demandas permanecem sem solução há décadas. A expectativa agora recai sobre o avanço da PEC da Segurança Pública e a capacidade do governo de retomar o protagonismo na regulamentação de áreas estratégicas. Para Lula, o desafio envolve não apenas responder a cobranças históricas, mas mostrar resultados claros em sua terceira passagem pelo Palácio do Planalto, sob o olhar atento da sociedade e de categorias que depositaram esperança no cumprimento dessas promessas. O futuro da Polícia Ferroviária Federal segue como um termômetro da disposição do governo em enfrentar questões estruturais e em valorizar políticas públicas de segurança e mobilidade que impactam diretamente milhões de brasileiros.
Perspectivas para promessa sobre Polícia Ferroviária Federal
O tema central da cobrança feita ao presidente Lula em evento no Rio de Janeiro continua em evidência, especialmente diante da movimentação política no Congresso em torno da PEC da Segurança Pública e do compromisso histórico assumido pelo governo com a regulamentação da Polícia Ferroviária Federal. A expectativa dos representantes da categoria, intensificada após o episódio, é de que finalmente haja disposição institucional e articulação política suficiente para tirar do papel a força de segurança prevista desde a Constituição de 1988. O investimento na duplicação da Serra das Araras e outras iniciativas do Novo PAC mostram que a modernização da infraestrutura nacional segue como prioridade, mas também reforçam a importância de valorizar todos os profissionais envolvidos na cadeia de transporte e segurança pública.
As discussões em torno da unificação das forças policiais e a busca por maior integração entre diferentes modais de transporte sugerem que a regulamentação da Polícia Ferroviária Federal poderá ocorrer em meio a um processo mais amplo de reestruturação das instituições de segurança. No entanto, a resolução dessa demanda depende de vontade política, acordo entre parlamentares e do próprio empenho do Executivo em honrar compromissos históricos. A cobrança pública durante um evento do Novo PAC deixa claro que a sociedade está mais atenta e exigente quanto ao cumprimento de promessas feitas por seus governantes, especialmente aquelas que envolvem direitos profissionais e avanços institucionais.
No horizonte, permanecem desafios significativos: a necessidade de conciliar interesses divergentes no Congresso, garantir fontes de financiamento para a segurança pública e avançar na modernização legislativa adequada à realidade do país. Para a categoria dos ferroviários, o episódio renova a esperança e serve de alerta para que a promessa não volte a ser relegada ao esquecimento. Lula, por sua vez, vê na cobrança uma oportunidade de demonstrar sensibilidade social e liderança política, consolidando sua marca em mais um setor estratégico do país.
Ao final, o processo de regulamentação da Polícia Ferroviária Federal pode servir como símbolo de uma nova fase no relacionamento entre governo e servidores públicos, com maior transparência, diálogo e resultados concretos no atendimento de demandas antigas e legítimas. Enquanto isso, a sociedade brasileira acompanha de perto os desdobramentos, esperando que a resposta a cobranças históricas seja efetiva e gere frutos para a segurança, a mobilidade e o desenvolvimento nacional nos próximos anos.
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