Lula defende atuação de Janja e reafirma liberdade da primeira-dama: “Não nasceu para ser dona de casa”

Presidente rebate críticas e destaca papel ativo de Rosângela da Silva.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa da primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, após críticas da oposição sobre suas viagens internacionais. Em declarações feitas no sábado, 29 de março de 2025, durante sua visita oficial ao Vietnã, Lula afirmou categoricamente que sua esposa “não é clandestina” e que “vai continuar fazendo o que ela gosta”. O presidente enfatizou que a mulher do presidente Lula não nasceu para ser dona de casa, reiterando o direito de Janja de estar onde quiser, falar o que quiser e andar para onde quiser. Essas declarações vieram em resposta às recentes polêmicas envolvendo a ida antecipada de Janja ao Japão e sua subsequente viagem à França, onde participou de um evento sobre combate à fome a convite do presidente Emmanuel Macron.
As críticas à atuação de Janja como primeira-dama ganharam força após sua chegada ao Japão uma semana antes da comitiva oficial brasileira, sem divulgação prévia da viagem. A oposição questionou a transparência e os gastos relacionados às atividades internacionais da primeira-dama, especialmente considerando que ela não ocupa um cargo oficial no governo. Lula, no entanto, defendeu veementemente a legitimidade das viagens de Janja, destacando que ela foi convidada oficialmente para participar de eventos importantes, como a cúpula Nutrição para o Crescimento (N4G) em Paris. O presidente ressaltou o orgulho que sente pela participação ativa de sua esposa em discussões globais sobre temas cruciais, como o combate à fome e à pobreza.
A postura firme de Lula em defesa de Janja reflete uma mudança significativa no papel da primeira-dama no cenário político brasileiro. Ao afirmar que sua esposa “não nasceu para ser dona de casa”, o presidente sinaliza uma visão mais progressista e igualitária sobre a atuação das mulheres na esfera pública. Esta declaração não apenas reforça o apoio de Lula às atividades de Janja, mas também desafia concepções tradicionais sobre o papel da primeira-dama. A participação de Rosângela da Silva em eventos internacionais e sua atuação em temas de relevância social e política demonstram uma expansão das atribuições tradicionalmente associadas à posição de primeira-dama no Brasil. Além disso, a defesa enfática de Lula sugere uma estratégia do governo para valorizar e legitimar a atuação de Janja como uma figura política por direito próprio, capaz de contribuir significativamente para as agendas nacionais e internacionais do país.
As declarações de Lula e a controvérsia em torno das atividades de Janja levantam questões importantes sobre o papel das primeiras-damas na política contemporânea e a necessidade de maior transparência nas atividades governamentais. Enquanto o presidente defende a liberdade e a autonomia de sua esposa para atuar em diversas frentes, críticos argumentam sobre a necessidade de uma definição mais clara das responsabilidades e limites da atuação da primeira-dama. O debate em torno deste tema provavelmente continuará nos próximos meses, à medida que Janja mantém sua presença ativa em eventos nacionais e internacionais. A forma como o governo lidará com essas críticas e a possível formalização do papel da primeira-dama serão cruciais para determinar não apenas a percepção pública de Janja, mas também para estabelecer precedentes para futuras primeiras-damas no Brasil.
Impactos e desdobramentos da atuação da primeira-dama
A controvérsia em torno das atividades de Janja e a firme defesa do presidente Lula prometem ter desdobramentos significativos no cenário político brasileiro. A discussão sobre o papel e as responsabilidades da primeira-dama pode levar a uma reavaliação das expectativas e normas associadas a essa posição no contexto democrático moderno. À medida que o debate se desenvolve, é provável que surjam propostas para uma maior regulamentação ou formalização das atividades das primeiras-damas, visando equilibrar a autonomia pessoal com a responsabilidade pública. O posicionamento do governo Lula nesta questão poderá influenciar não apenas a atual administração, mas também estabelecer precedentes para futuras gestões, redefinindo potencialmente o papel das primeiras-damas na política brasileira.