Lula defende ampliação da faixa de isenção do IR como justiça social

Presidente argumenta que mudança beneficiará milhões de brasileiros.
A proposta de ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda se insere em um contexto mais amplo de busca por justiça fiscal e redução das desigualdades sociais no Brasil. O Ministério da Fazenda e a Receita Federal estão trabalhando para encontrar formas de compensar os custos desta medida, focando em pessoas com rendimentos mensais superiores a R$ 50 mil. Lula argumentou que é necessário buscar a compensação junto às pessoas que ganham mais, citando como exemplo o fato de que, no Brasil, quando uma empresa distribui dividendos, quem recebe bilhões em dividendos não paga imposto de renda. O presidente comparou essa situação com outros países desenvolvidos, afirmando que essa prática é comum em nações como Suécia, Alemanha e Inglaterra.
Durante a entrevista, Lula também abordou a questão dos preços dos alimentos, um tema intimamente ligado ao poder aquisitivo da população e, consequentemente, à discussão sobre a faixa de isenção do Imposto de Renda. O presidente afirmou que busca, desde os tempos em que trabalhava no chão de fábrica, levar alimentos a um bom preço para a mesa do trabalhador. Ele destacou que toda vez que a inflação cresce, o preço dos alimentos aumenta, e o trabalhador que vive de salário é quem paga o preço. Lula argumentou que o aumento do salário mínimo e da massa salarial dos trabalhadores, combinado com a redução do preço dos alimentos, pode melhorar significativamente a situação econômica das famílias brasileiras. O presidente reafirmou que seu governo está trabalhando para garantir que o preço dos alimentos retorne a um patamar razoável, mencionando conversas com empresários e a utilização da competência dos ministérios da Fazenda, Agricultura e Desenvolvimento Agrário para encontrar soluções visando reduzir esses preços.
A proposta de ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil representa um desafio significativo para o governo, tanto em termos de implementação quanto de impacto fiscal. No entanto, Lula e sua equipe econômica argumentam que essa medida é fundamental para promover uma maior justiça social e estimular a economia brasileira. O presidente destacou que, com a abertura de 303 novos mercados para os produtos brasileiros – em sua maioria no setor de alimentos – será possível produzir mais e com melhor qualidade, o que possibilitará o barateamento dos preços. Lula concluiu afirmando que não pode fazer congelamento nem colocar fiscal em fazendas, mas que o governo está chamando os empresários para conversarem com todo o setor e ver o que pode ser feito para garantir que a cesta básica do povo brasileiro caiba dentro do orçamento. Com essas medidas, o governo Lula busca equilibrar a busca por justiça fiscal com o estímulo ao crescimento econômico e a melhoria da qualidade de vida da população brasileira.