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Lula critica “bangue-bangue” no Rio e defende PEC da Segurança

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Presidente descarta GLO e cobra aprovação de proposta no Congresso.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou preocupação com a situação de segurança pública no Rio de Janeiro, comparando-a a um cenário de “bangue-bangue”, durante entrevista concedida na quinta-feira (20) a uma rádio carioca. Lula enfatizou a necessidade de aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública para permitir uma atuação mais efetiva do governo federal no combate à violência nos estados. O presidente descartou a possibilidade de decretar operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) como solução para a crise de segurança, argumentando que intervenções anteriores desse tipo no Rio custaram bilhões aos cofres públicos sem resultados significativos.

A PEC da Segurança Pública, elaborada pelo Ministério da Justiça e ainda em análise na Casa Civil, visa estabelecer diretrizes para uma cooperação mais estreita entre União, estados e municípios no enfrentamento da criminalidade. Lula destacou que a proposta foi discutida com todos os governadores, buscando definir claramente o papel do governo federal nessa área. O presidente reconheceu, no entanto, que há resistência por parte de alguns governadores, que veem a polícia como um instrumento de poder estadual e relutam em aceitar uma maior participação federal. A aprovação da PEC é vista pelo governo como fundamental para implementar uma política de segurança pública mais integrada e eficiente em todo o país.

Durante a entrevista, Lula relatou um episódio recente em que sua equipe de segurança recomendou o cancelamento de um compromisso no Rio devido a um tiroteio nas proximidades. O presidente decidiu manter a agenda, observando que sua presença pareceu interromper momentaneamente o conflito, que teria recomeçado após sua saída. Esse incidente ilustra, na visão de Lula, a urgência de se implementar mudanças estruturais na abordagem da segurança pública. O presidente criticou o modelo atual de atuação policial, defendendo uma presença mais constante e integrada das forças de segurança nas comunidades, em vez de operações pontuais e violentas. A PEC da Segurança, segundo Lula, busca justamente redefinir o papel do Estado nesse contexto, promovendo uma atuação mais preventiva e menos reativa.

A tramitação da PEC da Segurança Pública no Congresso Nacional se apresenta como um desafio político significativo para o governo Lula. O presidente reconheceu que o tempo para aprovação da proposta depende do ritmo de trabalho do Legislativo, mas expressou o desejo de que a discussão avance rapidamente, dada a urgência da situação. Lula também mencionou a existência de uma PEC alternativa, apresentada pela oposição, que propõe maior autonomia aos estados em matéria de segurança pública. Esse cenário indica que o debate sobre o tema promete ser intenso e polarizado no Congresso. O governo federal aposta na aprovação de sua proposta como um passo crucial para implementar uma nova política de segurança pública no país, buscando equilibrar as demandas dos estados com a necessidade de uma coordenação nacional mais efetiva no combate à criminalidade.

Perspectivas para a segurança pública no Brasil

A aprovação da PEC da Segurança Pública se configura como um ponto central na agenda do governo Lula para enfrentar os desafios da violência urbana, especialmente em estados como o Rio de Janeiro. O sucesso dessa iniciativa dependerá não apenas da articulação política do governo no Congresso, mas também da capacidade de construir consensos com governadores e lideranças locais. A expectativa é que, se aprovada, a PEC possa fornecer os instrumentos legais e institucionais necessários para uma abordagem mais integrada e eficaz da segurança pública no Brasil, superando as limitações atuais e promovendo uma cooperação mais estreita entre os diferentes níveis de governo no combate à criminalidade.