Líder da Igreja da Lagoinha cria banco digital para fiéis e pastores

Banco digital promete unir fé e finanças.

O pastor e cantor gospel André Valadão, líder da renomada Igreja Batista da Lagoinha, trouxe uma inovação ao mercado financeiro ao lançar o Clava Forte Bank, um banco digital que busca atender especialmente fiéis, pastores e instituições religiosas. O projeto, que começou a operar oficialmente em 2025, é administrado por Valadão e sua esposa, Cassiane Montosa Pitelli Valadão, ambos comprometidos com a visão de combinar tecnologia de ponta e princípios cristãos. Com sede em Belo Horizonte, o Clava Forte Bank se apresenta como a primeira instituição financeira voltada exclusivamente para o público cristão no Brasil. Serviços como contas digitais, cartões de crédito, financiamentos para a construção de templos e seguros específicos para líderes religiosos fazem parte do portfólio da fintech, que também inclui um programa de cashback e um marketplace voltados para valores cristãos.

“O Clava Forte Bank nasceu da necessidade de fornecer soluções financeiras adaptadas às instituições cristãs, reconhecendo suas necessidades específicas e os desafios que enfrentam no mercado financeiro tradicional. Nosso compromisso é com o crescimento do Reino, através de serviços financeiros inovadores e seguros”, diz o banco, em trecho do site.

Impacto no segmento religioso e financeiro

Utilizando frases como “fortalecer o Reino” e “destravar o propósito financeiro do Reino,” o Clava Forte Bank tem atraído atenção pela proposta de empoderar igrejas e líderes espirituais por meio de ferramentas financeiras inovadoras. Durante cultos realizados pelas filiais da Lagoinha, tanto no Brasil quanto no exterior, a fintech é apresentada como um canal oficial para doações, reforçando o seu papel como extensão da missão religiosa. Apesar do grande apelo entre o público cristão, a fintech não possui registro oficial como instituição financeira junto ao Banco Central (BC) do Brasil, operando como correspondente bancário. A ausência de autorização regulatória levanta dúvidas sobre a solidez do empreendimento e a transparência de suas operações financeiras. Ainda assim, a iniciativa reflete o crescente interesse das instituições religiosas em explorar o mercado financeiro como forma de ampliar sua influência social e econômica.

Perspectivas e desafios para o Clava Forte Bank

A entrada de uma fintech com princípios religiosos no mercado financeiro brasileiro sinaliza uma tentativa ousada de atender às demandas de um segmento muitas vezes negligenciado pelos bancos convencionais. No entanto, a falta de dados sobre o número de usuários, volume de transações e detalhes operacionais apresenta um desafio significativo para a credibilidade do Clava Forte Bank. Além disso, o fato de a fintech não ser membro da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também pode gerar questionamentos sobre a segurança oferecida aos clientes. Ainda assim, a liderança de André Valadão e Cassiane Montosa Pitelli Valadão reforça a ligação do projeto com os valores institucionais da Igreja da Lagoinha, algo que pode consolidar a confiança de seus fiéis e fomentar a adesão aos serviços oferecidos.

Futuro do banco digital cristão no Brasil

O sucesso do Clava Forte Bank dependerá de sua capacidade de conquistar a confiança de seu público-alvo e de garantir a sustentabilidade em um setor altamente competitivo e regulado. Com promessas de “atendimento personalizado, taxas justas e soluções divinas,” a fintech busca se posicionar como referência para igrejas e líderes religiosos, mas enfrentará o desafio de operar dentro de um sistema financeiro que exige maior transparência e regulamentação. À medida que o mercado financeiro continua a evoluir, será crucial observar se o Clava Forte Bank conseguirá equilibrar sua proposta de unir fé e finanças com a necessidade de estar em conformidade com os padrões regulatórios. Independentemente disso, o banco digital já marcou um capítulo inédito na interseção entre religião e inovação financeira no Brasil.