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Kassab critica Haddad e afirma que Lula perderia reeleição

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Presidente do PSD questiona condução da economia.

O presidente do PSD e secretário de Governo do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab, fez duras críticas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento do mercado financeiro realizado em São Paulo na quarta-feira, 29 de janeiro de 2025. Kassab classificou Haddad como um “ministro fraco” que não consegue se impor no governo e afirmou que, se as eleições fossem hoje, Lula não conseguiria se reeleger. As declarações do político, conhecido por sua habilidade estratégica e alianças bem-sucedidas, causaram forte repercussão nos bastidores do poder em Brasília e expuseram publicamente críticas que, segundo assessores presidenciais, vinham sendo feitas apenas em privado por aliados do governo.

Em sua fala durante a Latin America Investment Conference, promovida pelo banco UBS, Kassab argumentou que o sucesso da economia depende de ministros fortes, capazes de comandar a política econômica. O presidente do PSD comparou a atuação de Haddad com a de ministros anteriores como Pedro Malan, Antonio Palocci, Henrique Meirelles e Paulo Guedes, afirmando que estes conseguiam se impor e liderar a área econômica, enquanto o atual titular da Fazenda enfrenta dificuldades para exercer sua autoridade. Kassab também criticou a condução geral do governo Lula, declarando que o PT não estaria na condição de favorito caso as eleições presidenciais fossem realizadas no momento atual. As críticas públicas de um aliado que apoiou a eleição de Lula em 2022 expõem as crescentes tensões e insatisfações com os rumos da administração federal.

A repercussão das declarações de Kassab foi imediata nos círculos políticos e econômicos. No Palácio do Planalto, assessores presidenciais reconheceram que o presidente do PSD verbalizou publicamente opiniões que vinham sendo expressas reservadamente por diversos aliados e interlocutores do governo. Já no Ministério da Fazenda, a reação foi de descontentamento, com Haddad queixando-se a outros ministros sobre a suposta injustiça das críticas. Fontes próximas a Kassab afirmaram que o objetivo das declarações foi tentar “acordar” o governo Lula em um ano considerado crucial para a administração. Por outro lado, aliados do presidente interpretaram as críticas como uma reação às investidas do Centrão sobre ministérios atualmente controlados pelo PSD, como a pasta da Agricultura.

O episódio evidencia os desafios enfrentados pelo governo Lula na condução da política econômica e na articulação com sua base aliada. As críticas de Kassab, figura influente no cenário político nacional, podem sinalizar um crescente descontentamento de setores importantes que apoiaram a eleição do petista em 2022. A percepção de que o ministro da Fazenda estaria enfraquecido e sem o devido respaldo presidencial para implementar sua agenda econômica gera preocupações no mercado financeiro e entre investidores. Nos próximos meses, a capacidade do governo de reagir a essas críticas, fortalecer sua equipe econômica e apresentar resultados concretos será crucial para reverter o quadro negativo apontado por Kassab e recuperar o apoio político necessário para a implementação de sua agenda.

Impactos das declarações no cenário político

As declarações de Gilberto Kassab devem intensificar o debate sobre os rumos da política econômica e a articulação política do governo Lula. A reação do Palácio do Planalto e do próprio presidente às críticas será acompanhada de perto por aliados e opositores, podendo resultar em mudanças na condução da economia ou em uma reformulação da relação com a base aliada. O episódio também coloca em evidência as divisões internas da coalizão que elegeu Lula e os desafios para manter a unidade do governo diante de pressões por cargos e mudanças na agenda econômica. Nos próximos meses, a evolução desse cenário terá impactos significativos nas perspectivas eleitorais do atual governo e na configuração das alianças políticas visando as eleições de 2026.