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Kassab afirma que centro-direita se unirá em torno de Tarcísio caso dispute presidência

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Presidente do PSD vê governador paulista como candidato de consenso para 2026.

O presidente nacional do PSD e secretário de Relações Institucionais do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab, declarou durante palestra sobre os cenários políticos de 2026, realizada na sede da Associação dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de São Paulo (Afresp) na terça-feira (29), que a centro-direita não lançará outra candidatura à Presidência da República caso o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) decida disputar o Palácio do Planalto nas próximas eleições. Segundo Kassab, caso o atual governador de São Paulo opte por concorrer à presidência, outros potenciais candidatos do mesmo espectro político, como Ronaldo Caiado, Ratinho Junior, Romeu Zema e Tereza Cristina, não entrariam na disputa, evidenciando a força política que Tarcísio conquistou desde sua eleição para o governo paulista. A declaração de Kassab ganha relevância considerando sua posição estratégica tanto no cenário político paulista, onde atua diretamente no governo de Tarcísio, quanto nacional, como presidente de um partido com significativa representação no Congresso Nacional e em diversos governos estaduais, o que lhe confere ampla visão das articulações políticas em curso para o próximo pleito presidencial.

Apesar da sinalização sobre o consenso em torno do nome de Tarcísio, Kassab ponderou durante sua fala que o atual governador paulista provavelmente optará por buscar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, em vez de disputar o Planalto em 2026. Esta avaliação se baseia na estratégia política que muitos analistas consideram mais prudente para a trajetória do ex-ministro da Infraestrutura, que ainda está em seu primeiro mandato como governador. Durante o mesmo evento, o presidente do PSD também avaliou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo enfrentando desgaste político em seu atual mandato, continua sendo um candidato competitivo para a reeleição, o que adiciona complexidade ao cenário eleitoral que se desenha para o próximo pleito presidencial. Em outro momento, durante debate promovido pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), que abordou o recente enfraquecimento do Executivo e fortalecimento do Legislativo na esfera federal, Kassab reforçou seu compromisso político com Tarcísio, afirmando categoricamente: “Eu não apoiei Lula [nas eleições passadas] e, por isso, não estou no governo. Eu apoiei Tarcísio e por isso estou com Tarcísio”, deixando clara sua posição no tabuleiro político nacional e seu alinhamento com o atual governador paulista, apesar de seu partido ter ministros no governo federal.

A fala de Kassab revela as movimentações que já começam a se desenhar para a sucessão presidencial, ainda que faltem quase dois anos para o pleito. Ao declarar que Tarcísio é o candidato do centro e da centro-direita, o presidente do PSD estabelece um marco importante na organização desse campo político, tradicionalmente fragmentado em diversas candidaturas que acabam por dividir o eleitorado. A possível unificação em torno de um único nome representa uma mudança significativa na estratégia desse espectro político para enfrentar a provável candidatura à reeleição do presidente Lula. Kassab ainda fez uma ressalva importante ao afirmar que, mesmo com o possível consenso entre vários partidos de centro-direita, acredita que o PL não deve deixar de ter candidatura própria, sinalizando que o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro deve manter sua autonomia no próximo ciclo eleitoral. Este cenário aponta para uma possível reorganização das forças políticas no campo conservador, com a formação de dois grandes blocos: um liderado por Tarcísio, reunindo partidos mais alinhados ao centro e à centro-direita tradicional, e outro representado pelo PL, possivelmente mais à direita do espectro político. A movimentação antecipada para definição de candidaturas demonstra a importância estratégica da eleição de 2026, vista como crucial para a definição dos rumos políticos do país nos próximos anos, especialmente considerando o contexto de polarização que tem marcado o cenário político brasileiro nas últimas eleições.

As declarações de Kassab ocorrem em um momento de intensas articulações políticas visando o próximo ciclo eleitoral e refletem o papel central que o presidente do PSD busca exercer na organização do campo político de centro-direita. Ao projetar Tarcísio como candidato de consenso desse espectro, Kassab não apenas fortalece o atual governador paulista como potencial presidenciável, mas também posiciona estrategicamente seu próprio partido no tabuleiro político nacional para 2026. A avaliação de que outros governadores como Caiado, Ratinho Jr. e Zema abririam mão de suas potenciais candidaturas em favor de Tarcísio demonstra a percepção de que o atual governador de São Paulo representa, para esse campo político, a melhor chance de vitória em uma disputa presidencial contra Lula ou outro nome apoiado pelo atual governo federal. O cenário político desenhado por Kassab, contudo, ainda está sujeito a diversas variáveis nos próximos meses, incluindo o desempenho administrativo de Tarcísio em São Paulo, a evolução da popularidade do governo Lula e as próprias decisões pessoais dos potenciais candidatos mencionados. O posicionamento de Kassab, reforçando que está “com Tarcísio” e não “no governo Lula”, evidencia também a complexa posição do PSD no atual cenário político brasileiro, onde o partido mantém simultaneamente ministros no governo federal e alianças importantes com governadores de oposição, estratégia que tem permitido à legenda crescer em diferentes espectros políticos, mas que poderá ser desafiada à medida que se aproxima o próximo ciclo eleitoral e as definições de alianças se tornam mais rígidas.

Futuro político nacional depende de decisão de Tarcísio

A definição sobre uma eventual candidatura de Tarcísio à Presidência da República ainda deve demorar alguns meses, mas as declarações de Kassab já demonstram que o governador paulista se tornou uma figura central no debate sobre a sucessão presidencial. Caso opte por disputar a reeleição em São Paulo, como Kassab considera mais provável, o cenário para a centro-direita ficará novamente aberto, possivelmente com a emergência de candidaturas de outros governadores mencionados pelo presidente do PSD. De qualquer forma, a fala de Kassab evidencia que Tarcísio de Freitas consolidou-se como uma das principais lideranças do campo conservador brasileiro, capaz de aglutinar diferentes forças políticas em torno de seu nome, seja para a disputa presidencial em 2026, seja para um projeto político de mais longo prazo, que poderia incluir uma candidatura presidencial em 2030, após um eventual segundo mandato como governador de São Paulo. O tempo dirá qual caminho será escolhido, mas é certo que as movimentações atuais já começam a definir o tabuleiro político para os próximos anos no Brasil.

 

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