Kassab abre portas do PSD para Eduardo Leite disputar presidência em 2026

Se Eduardo Leite se filiar ao partido, o destaque será o governador do RS junto com Ratinho.
Presidente do partido indica que governador gaúcho pode se juntar a Ratinho Jr como pré-candidato.
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, declarou durante evento no Insper, em São Paulo, que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, será pré-candidato à Presidência da República em 2026 caso decida se filiar à legenda. A afirmação aconteceu na última terça-feira durante um debate que contou com mediação do professor Carlos Melo e participação da jornalista Maria Cristina Fernandes. Kassab destacou que o partido já conta com o governador do Paraná, Ratinho Júnior, como nome para a disputa presidencial, mas abriria espaço para que Leite também se apresentasse como opção caso concretize sua migração partidária. “O Eduardo Leite, caso se filie, será também um pré-candidato a presidente da República pelo PSD”, afirmou categoricamente o dirigente partidário, demonstrando confiança na possibilidade de abrigar dois nomes competitivos para a corrida ao Planalto. A declaração ocorre em um momento estratégico, quando Eduardo Leite avalia sua permanência no PSDB após o anúncio da fusão com o Podemos, processo que tem gerado incertezas sobre seu protagonismo político dentro da nova configuração partidária que se desenha no cenário nacional.
O movimento de aproximação entre Kassab e Eduardo Leite reflete uma reconfiguração significativa no tabuleiro político brasileiro visando as eleições de 2026. Durante visita à Agrishow, Kassab reforçou que considera “um privilégio para o partido ter dois pré-candidatos da qualidade do Ratinho e do Eduardo Leite” e enfatizou a importância de o PSD priorizar candidaturas próprias nas disputas eleitorais, especialmente nas majoritárias. Esta estratégia demonstra o fortalecimento da legenda, que recentemente atingiu a marca de 1.200 prefeitos em todo o país, superando outras agremiações e consolidando-se como uma força política relevante no Brasil. O contexto dessa movimentação inclui a crescente fragmentação do campo da centro-direita brasileira e a busca por alternativas que possam romper com a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Leite tem sinalizado disposição para participar da corrida presidencial, mas também se diz aberto a apoiar outro nome desse espectro político que possa representar uma terceira via viável. Segundo Kassab, o fato de tanto Leite quanto Ratinho afirmarem estar dispostos a eventualmente abrir mão de candidaturas próprias em prol de um projeto maior facilitaria a convivência de ambos na mesma legenda, criando um cenário de fortalecimento do partido para o próximo ciclo eleitoral.
A potencial migração de Eduardo Leite para o PSD ocorre em paralelo a outras movimentações importantes no sistema partidário brasileiro, como a formação da federação entre União Brasil e PP, que, se concretizada, se transformará na principal força do Congresso Nacional. Kassab comentou positivamente sobre essa reorganização partidária, defendendo que o aperfeiçoamento do sistema político brasileiro passa pela redução gradual do número de legendas. “Grandes partidos têm a vantagem de não terem dono”, argumentou o dirigente, projetando um cenário em que o país terá “quatro ou cinco grandes partidos” nos próximos anos. O presidente do PSDB, Marconi Perillo, por sua vez, já havia confirmado Eduardo Leite como pré-candidato do partido à Presidência da República em 2026, o que evidencia a disputa pelas principais lideranças políticas do campo de centro-direita. A possível saída de Leite do PSDB representaria um duro golpe para a legenda tucana, que tem enfrentado dificuldades para manter sua relevância no cenário nacional após resultados eleitorais abaixo do esperado nas últimas disputas. Diante desse cenário, Kassab tem trabalhado na atração de quadros políticos de expressão nacional, fortalecendo o PSD como alternativa para aqueles que buscam um partido de centro com capacidade de diálogo tanto com o governo Lula quanto com a oposição.
A estratégia de Kassab em abrigar dois potenciais candidatos presidenciais demonstra a capacidade do PSD de se posicionar como agregador de lideranças regionais expressivas, transformando-as em alternativas nacionais para 2026. O partido, que se mantém independente em relação ao governo federal, mas com participação em ministérios e alinhamento em determinadas pautas, busca consolidar seu crescimento orgânico e estrutural para se tornar protagonista no próximo ciclo eleitoral. Os desdobramentos dessa articulação serão fundamentais para definir o quadro de candidaturas ao Planalto, especialmente considerando que Kassab também avaliou que o presidente Lula mantém força política apesar das fragilidades atuais e que, caso seja candidato à reeleição, o petista irá para o segundo turno. Os próximos meses serão decisivos para a definição sobre a filiação de Eduardo Leite ao PSD, bem como para a consolidação da pré-candidatura de Ratinho Júnior. Ambos governadores têm boas avaliações em seus estados e representariam apostas em gestores com experiência executiva para a disputa presidencial, estratégia que tem se mostrado bem-sucedida em eleições anteriores. O movimento de Kassab evidencia que, mesmo ainda distante das eleições de 2026, as articulações políticas já estão em curso, com partidos e lideranças se posicionando estrategicamente para a disputa que definirá o sucessor de Lula no Palácio do Planalto.
Kassab reforçou a importância de o PSD priorizar candidaturas próprias durante visita à Agrishow
“O PSD já tem uma candidatura colocada: o governador Ratinho Júnior, do Paraná, que é muito bem avaliado e tem plenas condições de se apresentar ao Brasil. Se o Eduardo Leite se filiar ao partido, como existe essa expectativa, será uma grata surpresa para nós e passa a ser também um importante nome”, disse Kassab. “Acho que é um privilégio para o partido ter dois pré-candidatos da qualidade do Ratinho e do Eduardo Leite”, acrescentou Kassab.
PSD se fortalece como alternativa para quebrar polarização
Com a possível chegada de Eduardo Leite e a consolidação da pré-candidatura de Ratinho Júnior, o PSD se posiciona como uma das principais forças políticas para apresentar alternativas à polarização nas eleições presidenciais de 2026. A estratégia de Kassab de abrigar quadros de expressão nacional, somada à capilaridade do partido nos municípios e sua presença significativa no Congresso Nacional, cria condições para que a legenda dispute o protagonismo no campo de centro. O cenário político para 2026 ainda está em formação, mas as movimentações atuais já indicam que o PSD busca se consolidar como uma opção viável tanto para o eleitorado quanto para lideranças políticas que buscam um caminho alternativo à continuidade da polarização que tem marcado a política brasileira nos últimos ciclos eleitorais.