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Justiça decreta falência da Editora Três, responsável pela IstoÉ

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Editora Três entra em falência após decisão judicial em São Paulo.

Tribunal determina fim das atividades da empresa responsável pela IstoÉ.

O Tribunal de Justiça de São Paulo decretou nesta segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025, a falência da Editora Três, responsável pela publicação das renomadas revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro. A decisão, proferida pelo juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, fundamentou-se no reiterado descumprimento das obrigações estabelecidas no plano de recuperação judicial por parte da editora. A administradora judicial havia previamente informado à Justiça sobre a ausência de pagamentos a diversos credores, com ênfase especial para os créditos trabalhistas. Esta situação culminou em uma greve dos funcionários que já se estendia por quase um mês, evidenciando a gravidade da crise financeira enfrentada pela empresa.

A Editora Três, um dos mais tradicionais grupos editoriais do Brasil, vinha enfrentando dificuldades financeiras há anos, tendo iniciado seu segundo processo de recuperação judicial em 2021. O primeiro processo, iniciado em 2007, havia sido encerrado em 2018, demonstrando a persistência dos problemas econômicos da empresa. A decisão judicial atual marca o fim de uma era para o jornalismo impresso brasileiro, considerando que a IstoÉ circulava desde 1976, enquanto a IstoÉ Dinheiro foi lançada em 1997. Ambas as publicações já haviam anunciado, em 24 de janeiro último, o encerramento de suas versões impressas, sinalizando uma tentativa de adaptação ao cenário digital que, infelizmente, não foi suficiente para evitar o desfecho atual.

O impacto desta falência estende-se muito além das publicações em si, afetando diretamente cerca de 50 funcionários, dos quais mais de duas dezenas são jornalistas. A maioria destes profissionais trabalhava como pessoa jurídica (PJ), sem contratos formais, o que agrava ainda mais sua situação frente à falência decretada. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) já se mobilizou para prestar assistência jurídica aos profissionais afetados, buscando garantir que recebam os pagamentos devidos durante o processo de falência. Esta situação levanta questões importantes sobre a precarização do trabalho jornalístico e os desafios enfrentados pela mídia impressa na era digital.

A decisão judicial também determinou o bloqueio imediato de ativos financeiros da Editora Três, incluindo contas bancárias e imóveis, como parte do processo de falência. A administradora judicial terá um prazo de 10 dias para apresentar uma lista atualizada de credores, descontando eventuais valores já pagos durante o período de recuperação judicial e incluindo créditos que não estavam originalmente submetidos ao processo. Este caso serve como um alerta para o setor editorial brasileiro, evidenciando a necessidade urgente de adaptação aos novos modelos de negócio e consumo de informação. A transição para o meio digital, embora necessária, mostrou-se insuficiente para salvar a Editora Três, sugerindo que o futuro do jornalismo pode exigir transformações ainda mais profundas e inovadoras para garantir a sustentabilidade financeira das empresas de mídia.

Perspectivas para o mercado editorial após falência da Editora Três

A falência da Editora Três representa um marco significativo para o mercado editorial brasileiro, sinalizando os desafios enfrentados pela mídia tradicional na era digital. Este evento provavelmente acelerará discussões sobre novos modelos de negócio no jornalismo, a importância da diversificação de receitas e a necessidade de inovação constante para atender às demandas de um público cada vez mais conectado. O futuro das publicações IstoÉ e IstoÉ Dinheiro permanece incerto, mas seu legado no jornalismo brasileiro é inegável. A indústria como um todo observará atentamente os desdobramentos deste caso, buscando lições que possam ajudar a navegar as turbulências do cenário midiático contemporâneo.