JBS pode ganhar R$7,7 bi com acordo UE-Mercosul
JBS projeta ganhos bilionários com acordo UE-Mercosul em fluxo de exportações acelerado.
Potencial lucrativo do acordo comercial.
O acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, após mais de duas décadas de negociações intensas, pode render à JBS, maior produtora de carne do mundo, até R$7,7 bilhões em lucros adicionais até 2040. A informação é resultado de um estudo conduzido pelo instituto de pesquisa Profundo, encomendado pela organização ambientalista Greenpeace, e foi divulgada ao fim de maio de 2025. Segundo o relatório, a principal razão para esse impacto financeiro é a redução das tarifas de importação sobre a carne bovina e o consequente aumento do volume de exportações da empresa brasileira para o continente europeu. Analistas destacam que a JBS, ao aproveitar as novas condições do acordo, terá acesso facilitado a um dos mercados mais exigentes e rentáveis do planeta, o que justifica a projeção de lucros tão expressivos.
A JBS já ocupa posição de destaque global no setor de proteínas animais, e o potencial de crescimento proporcionado pelo acordo é considerado histórico para a empresa. Paralelamente, a ampliação das exportações para a UE deve impactar não apenas a JBS, mas todo o agronegócio brasileiro, reforçando o papel estratégico do país no abastecimento internacional de alimentos. O acordo, cujas negociações foram concluídas em dezembro de 2024, ainda aguarda ratificação pelos países dos dois blocos, mas as expectativas para o setor já são extremamente positivas, especialmente para as grandes companhias do ramo. Dessa forma, o cenário desenhado pelo estudo destaca as vantagens competitivas das exportações brasileiras diante da abertura de mercados e da redução de barreiras tarifárias.
Contexto e detalhamento dos fatos
A entrada em vigor do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul representa uma revolução nas relações comerciais entre os dois blocos, unindo economias que, juntas, respondem por cerca de um quinto do Produto Interno Bruto global. O Mercosul, composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, terá acesso privilegiado ao mercado europeu, considerado o mais exigente do mundo em termos de qualidade sanitária e rastreabilidade de produtos de origem animal. Para a UE, o acordo significa aumento da oferta de alimentos e maior estabilidade no abastecimento de proteína animal, ao mesmo tempo em que abre oportunidades para empresas europeias investirem nos países do Mercosul. Esse movimento, portanto, beneficia ambos os lados, mas o foco do estudo recai sobre os efeitos diretos para a JBS, que lidera o setor no Brasil.
O relatório do Profundo aponta que a empresa poderá acumular lucros suplementares de 1,7 mil milhões de euros antes de impostos até 2040, o equivalente a cerca de 8% da atual capitalização de mercado da companhia, valor próximo ao lucro líquido médio anual obtido pela gigante da carne em suas operações globais. Estima-se que, após impostos, os lucros líquidos alcancem 1,2 mil milhões de euros. Tais cifras estão diretamente relacionadas ao aumento das exportações e à redução dos direitos aduaneiros, que tornam a carne brasileira mais competitiva no mercado europeu. Além disso, o acordo prevê cotas específicas para produtos agrícolas, o que deve potencializar ainda mais o volume de negócios da JBS com a Europa nas próximas décadas.
Análise e impactos do acordo
Os desdobramentos econômicos do acordo UE-Mercosul vão muito além dos lucros bilionários projetados para a JBS. De acordo com especialistas do setor, a entrada em vigor do tratado deve acelerar a integração do Brasil ao mercado global, permitindo que o país amplie seu acesso preferencial às importações mundiais de 8% para 37%. Esse salto representa uma mudança estrutural na economia brasileira, com aumento significativo das exportações, geração de empregos e fortalecimento das cadeias produtivas. Para a indústria da carne, em especial, a redução de barreiras tarifárias e a ampliação de cotas de exportação criam um ambiente favorável para que grandes empresas, como a JBS, expandam sua presença internacional.
No entanto, a organização Greenpeace alerta para os custos ambientais e sociais que podem acompanhar esse crescimento. O estudo encomendado pela entidade enfatiza que os lucros da JBS se fazem, em parte, “à custa da natureza, do clima e dos meios de subsistência dos pequenos agricultores e dos agricultores ecológicos na UE e no Mercosul”. Apesar das críticas, os resultados econômicos mostram que o acordo pode ser um divisor de águas para o agronegócio brasileiro, abrindo caminho para novos investimentos e para a modernização do setor. O impacto da redução de tarifas vai além da carne bovina, beneficiando também outros setores produtivos, como automotivo, químicos e maquinários, que terão acesso facilitado ao mercado europeu e insumos mais baratos.
Conclusão e perspectivas futuras
O acordo UE-Mercosul, quando ratificado, trará benefícios expressivos para a economia brasileira e, em especial, para grandes empresas exportadoras como a JBS. As projeções do estudo apontam para um cenário de crescimento acelerado, com aumento das exportações, geração de emprego e maior integração ao mercado global. O agronegócio brasileiro, em particular, deve se fortalecer ainda mais, consolidando o país como um dos principais fornecedores de alimentos do mundo. As oportunidades de negócios criadas pelo tratado tendem a atrair investimentos estrangeiros, modernizar a infraestrutura produtiva e ampliar a competitividade das exportações brasileiras em vários setores.
Diante dessas perspectivas, especialistas destacam a importância da ratificação do acordo pelos governos dos países envolvidos, bem como a necessidade de garantir que os benefícios econômicos não sejam acompanhados por retrocessos ambientais e sociais. O futuro do mercado de carne bovina e do agronegócio brasileiro está diretamente ligado à consolidação desse tratado, que promete transformar a inserção internacional do Brasil e consolidar o papel estratégico da JBS no cenário global.
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