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Israel alerta Brasil sobre ligação entre PCC e financiamento do terrorismo por Criptomoedas

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Governo israelense aponta conexão entre banco digital e atividades terroristas.

O Ministério da Defesa de Israel emitiu um alerta ao governo brasileiro, informando sobre uma possível conexão entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o financiamento de atividades terroristas por meio de um banco digital. De acordo com o comunicado, a fintech 2GO Bank, investigada por lavagem de dinheiro para o PCC, estaria envolvida em operações suspeitas de movimentação de criptomoedas para fins ilícitos. A denúncia, que chegou às autoridades brasileiras no final de março de 2025, destaca a utilização de carteiras digitais mantidas na plataforma da 2GO Bank para transações financeiras potencialmente ligadas a organizações terroristas, conforme os critérios da legislação israelense. O caso ganhou repercussão após a deflagração de uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo, que resultou na prisão do fundador da fintech, o ex-policial civil Cyllas Salerno Elia Junior.

A investigação em curso revela um esquema complexo de lavagem de dinheiro e ocultação de capital, no qual a 2GO Bank e outra fintech, a Invbank, teriam papel central. Segundo as autoridades, essas instituições financeiras alternativas eram utilizadas pelo PCC para movimentar grandes quantias de forma rápida e discreta, muitas vezes convertendo os valores em criptomoedas para driblar os mecanismos de fiscalização financeira. O comunicado do governo israelense identificou 12 contas digitais e 39 carteiras de investimentos mantidas em uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo, que estariam sendo usadas para movimentações suspeitas. Em resposta ao alerta, o Banco Topázio, que prestava serviços financeiros à 2GO Bank, reportou ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que a fintech havia enviado US$ 82,1 milhões em ativos digitais para 15 carteiras de investimentos mencionadas no alerta israelense.

O caso trouxe à tona a preocupação das autoridades brasileiras com as lacunas na fiscalização das fintechs e a necessidade de aprimoramento dos mecanismos de controle para prevenir o uso dessas plataformas em atividades ilícitas. O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, destacou que o esquema envolvendo as fintechs demonstra como o crime organizado se beneficia de “vácuos de fiscalização do próprio poder público” para lavar dinheiro. A operação que resultou na prisão de Elia Junior e na suspensão das atividades da 2GO Bank e da Invbank foi embasada em informações fornecidas pelo Coaf, que atua no combate a crimes financeiros. No entanto, a revogação recente de uma instrução normativa que pretendia ampliar o escopo da fiscalização da Receita Federal sobre as fintechs pode ter criado um ambiente mais propício para a ocorrência de irregularidades. Atualmente, essas empresas não têm a mesma obrigação que bancos tradicionais e cartórios de reportar movimentações suspeitas, o que dificulta a identificação de atividades ilícitas pelas autoridades.

O desdobramento deste caso coloca em evidência a necessidade urgente de uma regulamentação mais rigorosa e eficiente para o setor de fintechs no Brasil, especialmente no que diz respeito à prevenção do financiamento do terrorismo e da lavagem de dinheiro. A cooperação internacional, exemplificada pelo alerta emitido por Israel, demonstra a importância da troca de informações entre países para combater crimes financeiros transnacionais. As autoridades brasileiras agora enfrentam o desafio de equilibrar a inovação no setor financeiro com a segurança nacional e a integridade do sistema financeiro. É provável que este caso leve a uma revisão das políticas de fiscalização e regulamentação das fintechs, bem como a um fortalecimento dos mecanismos de cooperação entre os órgãos de inteligência financeira nacionais e internacionais. A evolução deste caso poderá ter implicações significativas para o futuro do mercado de criptomoedas e para as estratégias de combate ao crime organizado e ao financiamento do terrorismo no Brasil e no mundo.

Impactos e desdobramentos da investigação

A revelação da possível conexão entre o PCC e o financiamento de atividades terroristas por meio de fintechs representa um marco nas investigações sobre crimes financeiros no Brasil. Este caso não apenas expõe as vulnerabilidades do sistema financeiro nacional, mas também destaca a crescente sofisticação das organizações criminosas na utilização de tecnologias avançadas para ocultar suas operações ilícitas. As autoridades brasileiras agora enfrentam o desafio de adaptar suas estratégias de investigação e prevenção para lidar com essas novas ameaças. É provável que vejamos um aumento na cooperação entre agências de inteligência nacionais e internacionais, bem como um aprimoramento dos mecanismos de monitoramento de transações financeiras, especialmente no setor de criptomoedas. Além disso, este caso pode catalisar mudanças significativas na regulamentação do setor financeiro, com possíveis impactos sobre a operação de fintechs e corretoras de criptomoedas no país. A indústria financeira e os órgãos reguladores terão que trabalhar em conjunto para desenvolver soluções que garantam a segurança e a integridade do sistema financeiro, sem comprometer a inovação e o desenvolvimento tecnológico que as fintechs representam.